Portugal Textil
14 de dez. de 2021
Ativo aposta no retalho
Portugal Textil
14 de dez. de 2021
A marca portuguesa, que conta com mais de 800 clientes internacionais, está a crescer no retalho em Portugal, nomeadamente através de lojas próprias, onde prevê fazer três inaugurações até ao final do ano, superando as duas dezenas de pontos de venda.

Nascida em 2005 pelas mãos do atual CEO Hugo Hu, a Ativo tem-se afirmado no mercado nacional através de lojas próprias. No total, conta com 20 pontos de venda (um deles franchisado), mas até ao final do ano deve somar mais três. «Teremos mais duas aberturas, previstas para o mês de outubro, uma no shopping Glicínias, em Aveiro, e outra na Rua Formosa, no Porto. E teremos outra em Famalicão em novembro, mas esta depende da evolução da obra e da aprovação das licenças pela Câmara Municipal», revela Pedro Carneiro, administrador da Ativo, ao Jornal Têxtil.
O crescimento da marca de vestuário infantil passa, de resto, pelo retalho, com lojas próprias em pontos fulcrais. «A estratégia desde o início foi estarmos situados em pontos de referência que habitualmente têm maior afluência de pessoas, serem pontos que as pessoas valorizam, em que vão para conviver, para passear com a família e, portanto, faz para nós todo o sentido, sendo uma marca de roupa de criança, estarmos presentes nesses locais», explica Ana Gonçalves, responsável de marketing da marca.
Um percurso que deverá continuar a ser trilhado. «O país não é muito grande, mas tem ainda muito para crescer», admite Pedro Carneiro. «A Ativo tem espaço para termos mais lojas próprias», salienta. «O que pretendemos é tentar ter uma cobertura geográfica grande em Portugal. Temos a ambição de abrir duas a três lojas por ano – em 2021 até superámos e vamos abrir seis lojas», acrescenta Ana Gonçalves, que sublinha ainda que «à medida que íamos crescendo em Portugal com a abertura de lojas físicas também nos iam chegando cada vez mais revendedores e retalhistas interessados em ter a Ativo nas suas lojas – fomos crescendo muito com os revendedores que temos», que são atualmente mais de 200 no país.
As lojas próprias deverão fazer igualmente parte da estratégia de internacionalização da marca, que embora tenha ainda Portugal como principal mercado, vende também para outros destinos, como Itália, Espanha e Suíça, onde tem mais de oito centenas de clientes. «Itália está a começar a subir de uma forma muito gradual e, portanto, estamos a olhar já não só para Portugal, mas também a investir com mais agentes e mais publicidade da marca nesses países», indica Pedro Carneiro.
A marca tem ainda estado presente em feiras como a Pitti Bimbo, em Itália, a Pure London, no Reino Unido, e a Fimi, em Espanha. Quanto a pontos de venda próprios fora de Portugal, «temos várias propostas, mas, neste momento, a empresa não está preparada. Estamos a estruturar a empresa na parte comercial desde 2019 e pretendemos criar as bases para não haver falhas, para o cliente ter logo uma ótima ideia da marca. Não queremos só vender uma vez, temos de vender sempre», justifica o administrador, que, contudo, refere que «nas lojas próprias, Itália será o passo a seguir. Não sei se será em 2022 ou 2023, mas seguramente a partir de 2025», garante.
Rebranding aos 15 anos
No ano passado, com 15 anos de existência, a Ativo decidiu redefinir-se e tornar o seu posicionamento mais assertivo. «Fizemos um rebranding da marca, que nunca teve como objetivo mudar o conceito, a cultura ou o ADN da marca. No fundo, queríamos descobrir quais eram realmente os nossos pontos-chave, focarmo-nos neles e voltarmos a redefinir-nos para criarmos uma personalidade única e distinguível das restantes marcas», esclarece a responsável de marketing.

“Find your nature” é a nova assinatura da Ativo, que se reafirma como uma marca divertida, com cores alegres, um estilo trendy, confortável e prático, capaz de acompanhar as crianças desde bebés à adolescência, com cerca de 800 modelos por coleção que permitem que se adapte a diferentes estilos e gostos, incluindo de diferentes gerações, já que embora as mães entre os 25 e os 48 anos sejam as principais compradoras, é igualmente procurada pelos avós (15% a 20%). A procura ditou ainda que, na coleção para o outono-inverno 2021/2022, a Ativo expandisse a sua oferta até aos recém-nascidos. «É ainda uma experiência, mas temos a certeza que vai correr bem, porque já era muito procurada», acredita Ana Gonçalves.
Com design e uma pequena parte da produção, nomeadamente a de recém-nascido, desenvolvida em Portugal – a restante é sobretudo feita na China, onde tem mesmo uma confeção com cerca de 40 pessoas para amostras e pequenas coleções –, a Ativo sentiu as dificuldades provocadas pela pandemia no ano passado, não só a nível do encerramento das lojas, mas também da entrega de encomendas. «Estamos a falar acima de um milhão de euros de prejuízo», assume Pedro Carneiro. No entanto, após a reabertura dos mercados, «conseguimos fechar o ano com um bom crescimento», reconhece.
Olhos lá fora
O que alavanca a marca para que os próximos anos sejam de expansão. «No final do ano passado, mesmo com a pandemia, traçámos o objetivo de, até 2025, crescermos 25% ao ano, entre lojas próprias, multimarcas, nacional e internacional. Propusemo-nos a este crescimento e vamos consegui-lo, sem dúvida, este ano. Penso que para o ano será igual», afirma o administrador.

Dos planos da Ativo, que emprega neste momento cerca de 130 pessoas em Portugal, faz igualmente parte uma nova sede, que se irá manter na cidade de Vila do Conde, com uma área coberta de cerca de 6.000 metros quadrados onde irá agregar todos os departamentos, do desenvolvimento de produto aos recursos humanos, que atualmente estão disseminados por instalações diferentes.
E, para crescer, a Ativo tem uma série de iniciativas planeadas em termos de marketing. Depois do reforço da publicidade para aumentar a notoriedade junto dos consumidores, nomeadamente com outdoors na A1, na zona de Lisboa, e na A3, na zona do Porto, a marca preparar-se para reforçar o digital. «Estamos a desenvolver um novo website porque sentimos que o que temos neste momento apresenta algumas lacunas e deficiências que precisavam de ser otimizadas», aponta Ana Gonçalves. «E temos vários projetos que englobam também a área do marketing de influência, com influenciadores e afins», adianta a responsável de marketing.
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