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Jornal T
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27 de jan. de 2021
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Autoridades mantêm diretivas sobre máscaras certificadas

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Jornal T
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27 de jan. de 2021

Tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) como o Centro Europeu para Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC) ou a nossa Direção Geral de Saúde (DGS) mantêm a confiança no uso de máscaras sociais, desde que devidamente certificadas. Não existem alterações no modo de transmissão e por isso não há, neste momento, necessidade de mudar as recomendações, diz a OMS.



Apesar de França, Áustria e Alemanha terem determinado que em ambientes de grande concentração de pessoas passa a ser exigido o uso de máscaras cirúrgicas ou das FFP2, com um mínimo de 90% de filtragem, tanto as autoridades de saúde como os mais diversos especialistas são de opinião de que não há, por enquanto, evidências que justifiquem essas alterações. E apontam até contraindicações.

Além disso, também as máscaras em tecido podem garantir esses níveis de filtração acima dos 90%, “o que é preciso é separar as máscaras têxteis não testadas das certificadas e levar em consideração o tipo de proteção para que cada modelo está previsto”, como disse ao T o presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado.

É devido à expansão das variantes mais contagiosas do Reino Unido e da África do Sul do vírus da Covid-19 que aqueles três países estão a adotar medidas mais restritivas, mas a OMS esclarece que segundo as evidências recolhidas não existem alterações no modo de transmissão do vírus. “Se alguma coisa mudar, nós alteraremos e atualizaremos em conformidade as nossas recomendações”, esclareceu em conferência de imprensa a responsável técnica da resposta à Covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove.

Por cá, também os diversos especialistas mantêm que não é preciso qualquer alteração. Fausto Pinto, diretor da Faculdade de Medicina de Lisboa e ex-presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, defende antes uma campanha pedagógica para as pessoas perceberem essa necessidade de usarem máscaras mais protetoras. Ouvido pelo JN, o especialista aconselha, por isso, o uso de máscaras com maior filtragem ou duas máscaras sobrepostas, sobretudo em locais fechados e com muita gente, como os transportes públicos.

Por seu lado, o pneumologista Filipe Froes alerta para a maior intolerância às FFP2, considerando até que a sua recomendação ou obrigatoriedade pode tornar-se contraproducente. “O uso de máscara não é uma medida isolada, faz parte de um pacote de medidas. Se seguirmos todos os passos já preconizados, provavelmente alcançamos mais eficácia do que se dermos outros passos que nos podem levantar outros problemas”, diz, igualmente citado pelo Jornal de Notícias.

Por tudo isto, o também coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos para a Covid-19, conclui que o mais importante é que a comunidade use corretamente máscaras comunitárias certificadas e os grupos de risco as máscaras cirúrgicas, mantendo sempre as regras de distanciamento social.

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