Balmain presta homenagem ao seu criador com presença virtual de famosos
A Balmain prestou homenagem ao seu criador, Pierre Balmain, esta quarta-feira (30 de setembro), no 75.º aniversário da criação da marca, com um desfile em que as primeiras filas foram ocupadas por ecrãs que transmitiam rostos de celebridades ausentes devido às restrições sanitárias. Jennifer Lopez, Penelope Cruz e um bando de editores da Vogue e Elle apareceram assim, em Paris, na noite de quarta-feira (ainda que apenas virtualmente), neste último espetáculo da Balmain.

Cada qual apareceu no seu próprio ecrã, projetando-se a partir do conforto da própria casa ou escritório, de Pequim e Milão a Londres e Nova Iorque – o que lhes permitiu testemunhar (como a vários dos seus cães), a partir da fila da frente, a coleção de primavera-verão 2021 que Olivier Rousteing recriou para a Balmain, uma vez que consistiu numa viagem pelas raízes da maison fundada em 1945 e numa homenagem ao seu fundador que nos deixou em 1982.
Foi bom revisitar a última obra deste designer, encenada com grande gosto numa noite estimulada de outono, no interior do Jardin des Plantes, onde no verão passado o mesmo realizou um mega espetáculo e um concerto noturno tardio.
Os convidados reuniram-se em duas enormes arquibancadas com distanciamento social, entre eles 50 editores notáveis, um punhado de VIP's e o estranho leque de convidados projetado a partir dos próprios ecrãs. Durante o espetáculo, uns receberam chamadas, outros enviaram mensagens de texto, alguns admiraram a sua própria reflexão, ninguém bocejou.
Principalmente porque Rousteing mostrou uma poderosa declaração de moda, onde cada look apresentava uma impressão densa de marcas de arquivo. Smokings com ombros de pagode, roupões maliciosos e vestidos fatais de cocktail para elas, ou blazers de rock, fatos e casacos de smoking mais adequados para eles.
Olivier Rousteing é de tal modo um showman que abriu o próprio espetáculo, descendo a passerelle de 80 metros e depois posando num banco de bar de uma discoteca, enquanto seis modelos franceses veteranos andavam à sua volta, todos com trajes da marca.
O evento começou, assim, com esta performance emocional de Rousteing com os antigos modelos e com a voz de Pierre Balmain numa entrevista de arquivo.

"Durante toda a minha carreira tentei manter a prevalência do bom gosto, e da elegância francesa. E, acredito que tenho a chave para uma elegância francesa comedida e cartesiana", explicou o fundador da marca, Pierre Balmain, na entrevista vintage projetada por altifalantes e acompanhada pela música My Way (O meu caminho), cantada por Frank Sinatra.
Rousteing combinou um blazer alongado com lapelas de gota, usado sobre calças boca-de-sino avantajadas. Um estilo que recorre a vários materiais, destinado tanto a homens como mulheres, no seu espetáculo de máscaras. Seguiram-se alguns deslumbrantes cocktails day-glo sexpot, cocktails assimétricos e mini cocktails barely-there. Os modelos marcharam numa passerelle gigante de plátanos no meio de enormes nuvens de gelo seco.
Sem dúvida um ano difícil para celebrações em que, devido à situação sanitária, celebrar com os rostos da marca e das celebridades mais próximas do novo designer, Olivier Rousteing, tem sido uma tarefa impossível. O gesto de os levar virtualmente para Paris, através de grandes ecrãs de televisão, foi mais do que uma mera manifestação divertida.
Contavam-se também entre elas, modelos como Claudia Schiffer, Cindy Crawford, Natalia Vodianova, a actriz Milla Jovovich, a cantora Usher, influencers como Gala Gonzáez ou a diretora da edição americana da Vogue, Anne Wintour.

"Agora há um toque de sexo na moda", acrescentou Pierre Balmain na entrevista, o qual nunca disse uma palavra mais verdadeira, pois o enorme elenco pavoneava-se com os hinos de rock clássicos dos anos 80 de Tears for Fears e Depeche Mode.
"A Balmain foi fundada em 1945, logo após uma terrível guerra, e hoje vivemos uma guerra de género diferente. E, talvez a resposta a esse trauma, seja a liberdade (como Pierre Balmain sugeriu) e, hoje em dia, a liberdade significa também, muitas vezes, liberdade sexual", concluiu Rousteing.
Numa palavra, isto é o que se chama um verdadeiro desfile de moda. E, uma declaração e celebração de todo o métier.
Copyright © 2023 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.