Bertelli (Prada) apela ao apoio governamental às PMEs na Rússia

"Os políticos devem intervir como fizeram com o COVID-19" para as PMEs de moda que trabalham com a Rússia, "caso contrário, muitas empresas irão à falência e nós teremos muitos desempregados", advertiu Patrizio Bertelli, CEO do grupo de luxo Prada. Na conferência "Future for Fashion 2022", o CEO do Prada Group lançou um apelo de ajuda às instituições para apoiarem as empresas de moda italianas que procuram relançar os seus negócios após a crise desencadeada pela pandemia e à luz das repercussões negativas da guerra por invasão da Rússia na Ucrânia, sobre os mercados.

"Não será um problema para a Prada, mas para as pequenas e médias empresas que trabalham para todo o sistema de moda", disse Patrizio Bertelli, explicando que para as PMEs mais ativas com a Rússia "há sinais que não são positivos", também em termos de cancelamento de encomendas, e "a situação será preocupante a partir de setembro".
 
Antonella Mansi, presidente do Centro di Firenze per la Moda Italiana, afirma que "o esforço de reposicionamento internacional das empresas é a primeira alavanca para se sair rapidamente de uma situação como esta. Pedimos às instituições que permaneçam próximas de nós, e que ponham em prática todas as ferramentas que possam encorajar as empresas a melhorar e a serem mais competitivas".

O evento – organizado pelo Município de Florença, Confindustria Florence e CFMI – tem como objetivo proporcionar uma oportunidade para os principais atores do sector discutirem cenários futuros. "Estar aqui é um símbolo de recomeçar de um momento difícil em que assumimos a responsabilidade social", disse Alfonso Dolce, Ceo da Dolce&Gabbana, explicando que o segredo do sucesso está também na colaboração com muitas pequenas empresas artesanais da região, muitas vezes de tradição familiar.
 
Foi também dada grande atenção ao sistema de promoção nos mercados internacionais da moda, que é "o sector onde o sistema italiano de feiras tem a posição mais importante na Europa", disse Carlo Maria Ferro, presidente da Agenzia Ice, segundo o qual, após o fim da pandemia, haverá "um hábito progressivo de utilizar o digital não como um substituto do evento da feira, mas como um 'amplificador de sinal' do ponto de vista geográfico, e também no tempo, porque vai além dos cinco dias da feira".