AFP
Novello Dariella
13 de set. de 2023
Birkenstock entra com pedido de listagem em Wall Street
AFP
Novello Dariella
13 de set. de 2023
A fabricante alemã de sandálias Birkenstock, que revolucionou a sua imagem nos últimos anos para se tornar uma marca de moda, apresentou terça-feira, 12 de setembro, o seu pedido de cotação na Bolsa de Valores de Nova Iorque, segundo um documento publicado no site do regulador norte-americano, SEC.

O prospeto não prevê data para a cotação das ações da empresa controlada pela sociedade de investimentos L Catterton, associada ao líder mundial do luxo, LVMH, e ao seu responsável, Bernard Arnault.
De acordo com o The Wall Street Journal, os acionistas estão a considerar uma avaliação de mais de 7 mil milhões de dólares para a empresa, com sede em Linz am Rhein (sudoeste da Alemanha), perto de Bonn.
O pedido da Birkenstock é mais um sinal do ressurgimento das ofertas públicas iniciais, que começarão esta semana com o IPO do designer de semicondutores Arm, também em Nova Iorque.
O documento apresentado terça-feira é um dossier preliminar, que não menciona a quantidade de ações que o grupo pretende oferecer aos investidores.
Revela que, no seu último exercício financeiro, encerrado a setembro de 2022, a Birkenstock gerou vendas de 1,24 mil milhões de euros (1,22 mil milhões de dólares na altura) e um lucro líquido de 187 milhões de euros (183 milhões de dólares).
Nos seis meses entre outubro de 2022 e março de 2023, as receitas atingiram 644 milhões de euros, um aumento de 18%. Em oito anos, a Birkenstock mais do que quadruplicou as suas vendas.
Fundada em 1774 pelo fabricante de calçado Johann Adam Birkenstock, a empresa começou a vender solas, antes de passar para sandálias em 1963. As sandálias alemãs foram impulsionadas pelo movimento ocidental de emancipação da juventude dos anos 60 e 70, com um estilo de vestir mais casual.
Mas a marca saiu de moda, antes de renascer nos últimos anos com a ajuda de uma poderosa estratégia de marketing, ilustrada mais recentemente pelo aparecimento das famosas sandálias nos pés da Barbie no filme de sucesso sobre a boneca.
Reinventada como acessório de moda, a Birkenstock também se destacou no mundo do luxo ao colaborar com nomes como Dior, Valentino, Céline e Givenchy.
Em 2021, o grupo norte-americano L Catterton adquiriu a participação maioritária na empresa, avaliando a Birkenstock em cerca de 4 mil milhões de euros, segundo analistas.
A empresa emprega cerca de 6.200 pessoas, segundo o documento divulgado na terça-feira. O calçado é fabricado na Alemanha, com um dos seus maiores centros produtivos localizado em Görlitz, a leste do país, não muito longe da fronteira com a Polónia. Está prevista a abertura de uma nova fábrica no norte da Alemanha no final do ano.
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