Ansa
Novello Dariella
3 de mar. de 2021
Black Lives Matter movimentou a Milano Fashion Week
Ansa
Novello Dariella
3 de mar. de 2021
Pela primeira vez na história da moda italiana, cinco estilistas BIPOC (Black, Indigenous and People of Color) abriram a Milano Fashion Week com a segunda edição do projeto "The Fab Five - We are Made in Italy". E pela primeira vez a Camera Nazionale della Moda Italiana (CNMI) decidiu constituir um grupo de trabalho de profissionais afro-italianos, denominado "Wami-We Are Made in Italy", em resposta à questão: "Do Black Lives Matter in Italian Fashion?". Uma pergunta feita em julho de 2020 pela estilista Stella Jean, a única integrante afro da CNMI, a instituição que gere a moda italiana.
Após meses de diálogo, cinco talentos com raízes africanas radicados em Itália – Gisèle Claudia Ntsama (Camarões / Como), Frida Kiza (Burundi / Fabriano), Mokodu Fall (Senegal / Roma), Karim Daoudi (Marrocos / San Mauro Pascoli) e Joy Meribe (Nigéria / Parma) – apresentaram as suas coleções num desfile virtual que abriu a Milano Fashion Week.
E no grupo Wami, fundado pela própria Stella Jean, Edward Buchanan e Michelle Francine Ngonmo, além do presidente da CNMI, Carlo Capasa, sete profissionais do mundo da excelência afro-italiana atuam em diversos setores, da moda ao jornalismo. Todos unidos por um objetivo: quebrar qualquer forma de discriminação e trabalhar pela construção de um sistema multicultural competitivo.
"Não estamos em pé de guerra, queremos produzir mudanças reais no sistema. Estou na luta há mais de 25 anos, Itália é o meu lar e um lugar especial para mim, mas o que acontece é que as pessoas postam um quadrado preto no Instagram e apoiam os Estados Unidos, sem olhar para dentro de casa e entender o que acontece aí. Como se pode falar sobre diversidade, olhando para o exterior, se não há diversidade em casa?", frisa Edward Buchanan.
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