Exclusivo
8 de mar. de 2013
Blogueiras de moda são superaliadas fashionistas
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8 de mar. de 2013

Segundo pesquisa de opinião desenvolvida pela instituição norte-americana Cotton Incorporated, 31% dos consumidores dos Estados Unidos buscam inspiração na Internet antes de compor seus looks, enquanto 34% deles se baseiam em “pessoas que veem regularmente”, e apenas 11% se guiam pelas celebridades. E, ainda, a análise afirma que, para 61% dos questionados, as indicações de produtos em sites e blogs são “muito ou relativamente influentes”. Os números comprovam o que todos já suspeitavam: a blogosfera se encorpou, dando voz – em alto e bom som – aos chamados formadores de opinião.
O seleto grupo tem avançado, rapidamente, a fronteira da opinião para alçar voos mais altos no universo fashion, chegando até ao desenvolvimento de produtos.
No cenário internacional, os blogs de moda alcançaram patamares há pouco tempo não imaginados. A blogueira italiana Chiara Ferragni, que mantém o blog “The Blonde Salad”, se tornou conhecida internacionalmente através da página web, emplacando uma campanha publicitária para a grife Louis Vuitton. Recentemente, ela esteve no Brasil à convite da marca calçadista Luiza Barcelos (Belo Horizonte/MG), que tem a blogueira como embaixadora de seus produtos.
Além disso, Chiara, que viaja o mundo por meio de parcerias com empresas, estrelou um editorial de seis páginas na Vogue Brasil, salientando a notoriedade que as formadoras de opinião passaram a ter em importantes publicações de moda.
A Schutz (Campo Bom/ RS) é outra marca que aposta na iniciativa. Como embaixadoras internacionais, quatro blogueiras conhecidas fora do País foram eleitas. Elas participaram do Schutz Experience, evento voltado para a blogosfera, que levou as fashionistas por um tour no Brasil. Além disso, blogueiras brasileiras desenvolveram minicoleções de calçados para a grife. Os produtos ganharam lançamentos especiais, com consulta de estilo das meninas para as convidadas.
INFLUÊNCIA - As blogueiras Lú Ferreira, do blog Chata de Galocha, e Lia Camargo, do Just Lia, foram as escolhidas para divulgar a coleção de inverno 2013 da Petite Jolie (Campo Bom/RS). A responsável pelo marketing da marca, Mirele Rittel, salienta que, além dos blogs, as meninas fazem posts nas suas redes sociais.
“O Instagram é uma rede que está dando super certo. As blogueiras colocam uma foto, relacionam a marca e, minutos depois, já há várias meninas curtindo e querendo saber mais”, conta.
As blogueiras também participaram de um coquetel na Couromoda, em janeiro deste ano. A decisão da parceria partiu da marca, devido à influência que as blogueiras exercem diretamente no seu público-alvo. “Muitas meninas usam os blogs como guias de compras, comportamento etc.”, conta Mirele. Sobre o retorno, explica ser positivo e rápido, podendo ser facilmente avaliado. “Os picos de acessos ao site ou fanpage do Facebook da marca nos dias de post das blogueiras são notáveis, além da procura de consumidoras pelos produtos postados”, destaca. Mirele revela que, em relação aos valores, as parceiras recebem uma quantia acordada em contrato.
Investimento estratégico com alta taxa de retorno - Para o especialista em marketing organizacional Bruno Bolzam (São Paulo/ SP), por gerar uma comunidade com público relevante a determinados nichos, os blogs tornaram-se investimentos de marketing atrativos para divulgação de marcas, campanhas on-line e até mesmo patrocínio, o que pode gerar até 10 vezes mais receita em comparação ao valor investido.
Contudo, Bolzam explica que, para alcançar visibilidade e retorno, são necessários investimentos em no mínimo três áreas: estratégias de SEO (Search Engine Optimization), que consistem em posicionar o blog na primeira página dos buscadores, elaboração de conteúdos relevantes e únicos e ações de marketing. Mas, segundo ele, o investimento vem com um alerta: ao investir em parcerias com blogs, é importante analisar todos os aspectos legais e institucionais, respeitando sempre as legislações e normas vigentes. “Esses cuidados são tomados como forma de evitar que sansões possam prejudicar a marca ou desalinhar a estratégia de posicionamento da empresa na mídia digital, o que pode gerar danos financeiros, institucionais e de mercado”.
Em alguns casos recorrentes, blogueiras sofreram processos judiciais por divulgar um post publicitário, indicando um produto, sem mencionar que era um “publipost”. É o caso da blogueira Thássia Naves (Blog da Thássia), que foi investigada pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), por divulgar possíveis propagandas veladas que beneficiariam uma determinada loja que vende uma marca de cosmético específico. A suposta situação iria contra as regras do órgão, que determinam a identificação clara de ações publicitárias pagas.
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