EFE
Estela Ataíde
18 de abr. de 2022
Boboli espera superar números pré-pandemia e faturar 44,5 milhões de euros este ano
EFE
Estela Ataíde
18 de abr. de 2022
A cadeia de moda infantil Boboli prevê faturar 44,5 milhões de euros neste exercício, mais 14% do que em 2021, o que ultrapassará os valores registados em 2019, apesar do impacto da guerra na Ucrânia no consumo e os problemas de transporte marítimo numa empresa que está presente em mais de 70 países.
Em entrevista à Efe, a CEO da marca catalã, Mónica Algás, explicou que a empresa começou o exercício fiscal, que arrancou em outubro, "muito bem", embora no segundo trimestre o consumo tenha voltado a desacelerar.
Assim, no primeiro semestre de 2022, que no seu caso vai de outubro de 2021 a março de 2022, a empresa faturou 24 milhões de euros, mais 17% do que em 2019 e mais 23% do que em 2021, um aumento que se deve em grande parte ao canal multimarca e à exportação, que aumentou cerca de 35%.
Os dados do primeiro trimestre do exercício foram melhores que os do segundo, já que o surto da variante ómicron do coronavírus, primeiro, e a guerra na Ucrânia, depois, fizeram baixar o consumo e, sobretudo, desde o início do conflito, notou-se uma diminuição significativa no "tráfego nas lojas", diz a empresa.
A empresa tinha um novo distribuidor na Rússia e outro na Ucrânia, mas a invasão interrompeu os negócios na região. Além disso, as vendas na Polónia também sofreram uma "paragem" porque, dada a proximidade da guerra, "o medo desencoraja o consumo".
Apesar disso, Algás explica que nas lojas multimarca as vendas estão a funcionar "muito bem" e, sobretudo, nos 50 corners que a Boboli tem no El Corte Inglés, no qual abriu recentemente novos espaços em locais como Lisboa, Madrid, Salamanca e Corunha. Em breve, irá instalar-se em Málaga pelo mão do grupo de grandes armazéns. Nas últimas semanas, a empresa também abriu uma loja no número 119 da calle Fuencarral, no centro de Madrid.
A Boboli sofreu também nos últimos meses com os problemas do transporte marítimo mundial, que afetaram a empresa, principalmente na distribuição de mercadorias, o que provocou mais atrasos do que o habitual. Durante a pandemia, a empresa também transferiu muitas das suas lojas para áreas mais bem localizadas e, em alguns casos, para um arrendamento mais acessível.
Segundo Mónica Algás, os confinamentos municipais reavivaram o comércio de bairro e as lojas que sobreviveram “precisam de marcas em que possam confiar”. Nesse sentido, a empresa tem focado o seu trabalho de comunicação nos seus clientes, a quem durante esta crise tem servido a mercadoria “às vezes atrasada, mas bem, dentro do caos que surgiu na pandemia”.
Aposta na sustentabilidade e desenvolvimento da sua nova marca
Paralelamente, a marca tem impulsionado o seu compromisso com a sustentabilidade para tentar atenuar o impacto que a indústria tem no meio ambiente. Assim, entre as propostas nas quais a empresa está a trabalhar está uma que aponta para que, em 2024, 50% da sua produção seja com materiais reciclados ou sustentáveis ou, na medida do possível, seja autossuficiente em matéria de energia, com os painéis solares instalados no armazém de Llinars del Vallès.
Em consequência da pandemia e da retirada de algumas marcas de roupa infantil do mercado espanhol, a empresa lançou no ano passado uma nova empresa de roupa para o lar para crianças feita com algodão orgânico, a Bob&Oli.
Após dois anos de hiato, a Boboli reativou o "Prémio Boboli Suma", que anualmente reconhece iniciativas, associações ou ONGs relacionadas com crianças.
A empresa de moda infantil, que celebrou o seu 40.º aniversário no ano passado, encerrou o seu último exercício fiscal a 30 de setembro com um aumento de 8% na faturação, para 38 milhões de euros.
Com sede em Llinars del Vallès (Barcelona), a Boboli soma 46 lojas, das quais cerca de vinte são franchising, e cinco outlets, conta com cerca de 270 trabalhadores e está presente em mais de 70 países.
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