Boohoo mantém crescimento impressionante
O forte crescimento da Boohoo era esperado, mas a sua dimensão é impressionante. Nesta quarta-feira (25), a especialista britânica na distribuição de artigos de moda online publicou os seus resultados referentes ao exercício de 2017/18, encerrado a 28 de fevereiro: as vendas registaram uma subida meteórica de 97% (ou 92% a taxas de câmbio constantes) durante o ano, atingindo os 579,8 milhões de libras (663,2 milhões de euros).

A margem bruta teve um aumento de 90%, para 306,4 milhões de libras, enquanto o lucro antes de impostos aumentou 40%, para 43,3 milhões de libras. O único ponto negativo diz respeito aos índices de rentabilidade, já que a margem bruta passou de 54,6% para 52,8% e o Ebitda ajustado de 12,1% para 9,8%.
Em termos de vendas, a empresa brilhou no seu mercado doméstico (+ 95%) e no estrangeiro (+ 99%). E ainda que haja disparidades entre as marcas do portfólio do grupo, nenhuma destas teve um desempenho dececionante. A receita do site Boohoo.com aumentou 32% (29% a taxas de câmbio constantes) para 374,1 milhões de libras (427,9 milhões de euros). A marca está em ascensão: o número de clientes ativos aumentou em 22%, atingindo 6,4 milhões de pessoas. Os consumidores são atraídos pelas suas amplas linhas de produtos femininos, bem como pela oferta prêt-à-porter masculina, que "continua a crescer rapidamente".

O desempenho do seu outro site, PrettyLittleThing, é ainda melhor. As suas vendas dispararam 228%, para 181,3 milhões de libras (207,4 milhões de euros). A Boohoo ampliou a gama de produtos PrettyLittleThing durante o ano, para incluir categorias premium e mais produtos de beleza, lançando ainda duas coleções com celebridades, uma com Kourtney Kardashian e outra com Olivia Culpo.
Durante o exercício, a PrettyLittleThing registou 3 milhões de utilizadores ativos, um aumento de 128% num ano. Além disso, a plataforma teria, segundo a empresa, "um enorme potencial de crescimento, dada a sua quota de mercado relativamente pequena em mercados de alto potencial, como os Estados Unidos, França e o resto da Europa continental".
Quanto à terceira marca do grupo, Nasty Gal, recentemente adquirida pela Boohoo, não existe comparação possível: a receita alcançou os 24,4 milhões de libras (27,9 milhões de euros), com 400 mil clientes ativos.

Poderá este desempenho realmente prolongar-se ao longo do atual exercício? As primeiras semanas "registaram um bom começo", observa a empresa. As vendas do grupo deverão crescer entre 35% e 40% em 2018/19, enquanto o Ebitda ajustado, expresso em percentagem, deve ficar entre 9% e 10%.
Num curto espaço de tempo, a Boohoo alcançaria uma faturação de mil milhões de libras (1,14 mil milhões de euros). O novo centro de distribuição de Burnley, perto de Manchester, que deverá estar em funcionamento no início de 2019, poderia ajudar a alcançar tal feito. Trata-se de um investimento necessário, já que este crescimento desenfreado levantou preocupações em alguns analistas nas últimas semanas e dúvidas sobre se esta empresa relativamente jovem poderá suportar este crescimento. Mas, parece que os resultados acalmaram os ânimos, uma vez que as ações voltaram a estar em ascensão após a publicação dos resultados.
A longo prazo, a Boohoo prevê chegar aos 3 mil milhões de libras (3,4 mil milhões de euros) em todo o mundo. Os seus executivos, Mahmud Kamani e Carol Kane, já afirmam querer "assumir a liderança na venda online de produtos de moda".
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