Brownie fecha 2022 com 100 pontos de venda e uma faturação de 70 milhões de euros
A internacionalização marca a nova etapa da Brownie. Fundada em 2006 pelo casal Mercedes Ortega e Juan Morera, a marca de moda feminina de Barcelona enfrenta um projeto de expansão no estrangeiro após ter consolidado a sua presença na Península Ibérica nos últimos anos. Coincidindo com a abertura da sua segunda loja própria em França, instalada no coração do Le Marais em Paris, a FashionNetwork.com entrevista o seu cofundador e CEO para fazer um balanço dos últimos anos e conhecer em detalhe os planos futuros da empresa, que conta já com uma centena de espaços internacionais.

O empresário catalão Juan Morera explica: “Conseguimos um bom volume nos últimos dois ou três anos e começamos a ter um tamanho significativo. Antes da pandemia, já estávamos bem consolidados em Espanha e Portugal mas, nessa altura, vimos que fazia sentido continuar a crescer e expandir-nos para França.” O responsável indica que a entrada da empresa na região aconteceu em maio do ano passado, com a abertura de nove corners em parceria com os grandes armazéns Printemps, em cidades como Paris, Marselha, Lille, Rennes, Rouen, Nancy e Toulon.
“França é um mercado difícil e foi um passo ousado da nossa parte depois da pandemia”, reconhece o CEO, garantindo que os resultados foram “muito bons” nos primeiros meses e que pretende manter esta presença seletiva de pontos de venda.
Motivada pelo feedback dos pontos de venda, a Brownie abriu a sua primeira loja própria no país em fevereiro passado. Uma boutique de 140 metros quadrados localizada na Rive Gauche parisiense, no número 74 da rue de Rennes, à qual em novembro foi adicionado um segundo endereço.
Localizada a poucos passos do Hôtel de Ville, a nova loja da Brownie ocupa um espaço com uma imagem depurada e 180 metros quadrados no número 18 da rue Malher. Em pleno bairro Le Marais, a marca partilha o protagonismo na zona com outras marcas espanholas como Bimba y Lola ou Adolfo Domínguez.
Objetivo: França como primeiro mercado em vendas
A esta inauguração seguir-se-ão nos próximos meses abeturas em Bercy Village ou no centro comercial Westfield Vélizy 2, localizado na periferia da capital francesa. Juan Morera diz: “Estamos num momento muito emocionante. Sempre nos perguntámos se existe uma “rapariga Brownie' noutros países. E o bom é que não só existe como também consome. Em França temos tudo por fazer.” O responsável acrescenta ainda que, a longo prazo, o país deverá tornar-se no primeiro mercado em termos de faturação para a marca.

Uma vez instalada na capital, a Brownie procurará desenvolver-se em cidades como Bordéus, Lyon, Lille, Marselha ou Nice. De caráter premium acessível, os preços da marca em França são 20% superiores aos praticados em Espanha para “se adaptar ao poder de compra da região e manter o seu posicionamento de imagem”.
Com meia centena pontos de venda em Espanha e 11 em Portugal, a Península Ibérica lidera atualmente as vendas da empresa familiar. “Não podemos ter tanta capilaridade como outras marcas. Portugal é um país pequeno e resta-nos abrir mais três ou ou lojas”, reflete o empresário. No mercado espanhol, a Brownie abriu nos últimos meses espaços no aeroporto de El Prat e no outlet La Roca Village, em Barcelona.
Desembarque em Israel, País Baixos e Alemanha em breve
A marca, que também pretende estabelecer-se nos Países Baixos e na Alemanha antes de 2024, já tem presença física em Andorra, Bélgica, Chile e México. Precisamente neste último mercado, a Brownie já opera com 22 corners em parceria com a Liverpool graças a uma aliança iniciada há dois anos. Além disso, a marca de Barcelona inaugurou no início de novembro a sua primeira loja física na região, um espaço de 100 metros quadrados localizado no centro comercial Artz Pedregal, na Cidade do México. No próximo ano, vai ampliar a sua presença com mais dois ou três espaços em grandes armazéns.
"Do outro lado do Atlântico, o México é o nosso país estratégico número 1. Em relação à América Latina, o objetivo é atacar futuramente os mercados colombiano, peruano e panamenho", admite o CEO, antecipando que a empresa já assinou o acordo abertura do seu terceiro ponto de venda no Chile em parceria com a Falabella. Além disso, desembarcará em Israel no próximo mês de março com um parceiro local. Quanto à sua estratégia nos mercados nos quais a marca já está presente com uma centena de pontos de venda, o principal desafio para Juan Morera é “consolidar o negócio”.

Os resultados acompanham a estratégia da Brownie. A empresa de moda feminina vai fechar o corrente exercício com um aumento de 40% nas suas vendas para cerca de 70 milhões de euros. Olhando para o próximo ano, o CEO prevê um crescimento das vendas até 80 ou 90 milhões de euros. “A Brownie começou com lojas muito de bairro, em Madrid e Barcelona, mas chegou um momento em que tínhamos de acreditar mais porque os números apoiavam-nos. Percorremos um longo caminho de evolução, recrutámos muito bem e temos uma equipa de gestão muito boa”, comemora o responsável da empresa, que conta já com 499 colaboradores (90 dos quais nos escritórios centrais).
O canal online concentra 10% da faturação
Por sua vez, o canal online lançado há mais de uma década sempre teve um crescimento de dois dígitos. “Em consequência da pandemia, houve um boom espetacular e temos sabido aproveitá-lo. Mantivemos o nosso crescimento e até há dias em que aumentamos para os três dígitos”, afirma Juan Morera, indicando que o e-commerce representa 10% do volume de negócios e que o objetivo é chegar aos 20% dentro de dois anos.
“Como temos muito crescimento no canal físico, é difícil para o canal online acompanhar o mesmo ritmo”, reflete o dirigente sobre os dados da empresa com sede no centro de Barcelona e que realiza os seus envios a partir do seu centro logístico em Espanha.
Olhando para o futuro, Juan Morera continua otimista. “Vejo muita margem para progressão. A empresa ainda está num estado muito embrionário de expansão e ainda temos muito por fazer”, conclui, revelando que a Brownie já está em conversações com possíveis futuros colaboradores internacionais.
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