Burberry reporta bons resultados no terceiro trimestre, porém não excelentes
As especulações sobre os resultados do terceiro trimestre da Burberry foram boas esta semana, uma vez que todos concordaram que o desempenho foi melhor do que o esperado. Os números da marca, ainda em processo de transformação, são parcialmente positivos, mas não surpreendentes.
As vendas comparáveis aumentaram em 2% no período até dia 31 de dezembro, abaixo do aumento de 3% obtido no ano anterior e menos do que os analistas previam, que era um aumento de 3%. As receitas do retalho aumentaram apenas 1%, mas incluindo os impactos do câmbio, caíram 2% para 719 milhões de libras (812 milhões de euros).
No entanto, esta não é necessariamente uma má notícia: as vendas comparáveis da região EMEIA podem ter diminuído ligeiramente, mas esses números foram impactados por comparações duras no Reino Unido. É preciso lembrar que, após um final de ano excecional em 2016 na região, a libra esterlina desvalorizou após o anúncio do Brexit. Isso causou um pico de afluência turística e um aumento nas vendas de 40%. Portanto, é difícil tirar conclusões do declínio da Burberry no seu mercado doméstico no terceiro trimestre de 2017.
A Europa continental, por outro lado, cresceu e o Médio Oriente melhorou o seu desempenho, enquanto a Ásia-Pacífico e a China continental experimentaram um crescimento quase impercetível de 0,5% nas vendas. Os números de Hong Kong permaneceram praticamente inalterados, apesar de uma "tendência nacional em alta". As vendas no continente americano cresceram pouco, e nos Estados Unidos, em particular, permaneceram praticamente constantes. Mas, este não é um problema específico da Burberry, todo o setor de luxo tem vindo a enfrentar dificuldades no país do Tio Sam, afetado pela queda do turismo.
De acordo com a Burberry, os destaques do trimestre foram as colaborações criativas em eventos nas redes sociais e outros meios, com Adwoa Aboah, Blondey McCoy, Cara Delevingne, Danny Sangra, Ibrahim Kamara e Kris Wu. Mas, um parâmetro bem mais importante foi o volta dos clientes com maiores gastos, o que impulsionou o crescimento "graças aos serviços mais procurados e personalizados".
Outro ponto crucial foi o "bom crescimento" registado pelas vendas online, lideradas pela região Ásia-Pacífico. As compras em dispositivos móveis representaram quase 40% dessas vendas.
A empresa também anunciou que iniciou um novo envolvimento com parceiros de atacado nos Estados Unidos e na região EMEIA para desenvolver a sua nova estratégia concentrada no luxo. A empresa acrescentou que as vendas de vestuário excederam as expectativas no terceiro trimestre, “pois os novos produtos de várias categorias foram bem recebidos pelos clientes". A sua oferta de vestuário melhorada e o merchandising de looks completos "mostraram resultados positivos, especialmente para blusas, saias e calças". E a marca prepara-se para lançar novas carteiras na primavera.
As previsões dos lucros para o ano inteiro permanecem inalteradas, bem como as que preveem um volume de negócios estável. Os analistas que esperavam um desempenho melhor ficaram, portanto, dececionados, e o preço das ações da Burberry caiu cerca de 9% no final da quarta-feira (17).
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