Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
22 de jan. de 2021
Tempo de leitura
4 Minutos
Download
Fazer download do artigo
Imprimir
Text size

Burberry: vendas caem novamente devido ao COVID-19 permanecendo fortes na Ásia

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
22 de jan. de 2021

As vendas no retalho da marca britânica de luxo Burberry caíram no terceiro trimestre, com a Europa e as Américas a serem duramente atingidas. Apesar disso a empresa mostrou-se otimista, uma vez que na China e na Coreia, a mercadoria de couro, o vestuário exterior e as vendas em geral a preço final, apontam na direção certa.


Pré-coleção da Bulberry para a estação de outono-inverno 2021 - Burberry


Nas 13 semanas até 26 de dezembro, a empresa registou uma queda de 4% na receita do retalho para 688 milhões de libras, enquanto as vendas comparáveis ​​caíram 9%, face ao aumento de 3% um ano atrás.

O CEO Marco Gobbetti declarou que a empresa de luxo "fez bons progressos nas prioridades estratégicas. Assistimos um forte aumento nas vendas a preço final à medida que as nossas coleções e comunicação ressoavam bem entre os novos clientes e mais jovens, bem como entre os clientes já existentes. Os nossos planos localizados e recursos digitais ajudaram a impulsionar o crescimento nos mercados em recuperação e implementámos a nossa redução planeada na marcação. Embora as perspectivas a curto prazo permaneçam incertas devido ao COVID-19, estamos bem posicionados para acelerar quando a pandemia atenuar".

O trimestre foi inegavelmente desafiante com o encerramento de lojas relacionado com o COVID-19 (em média 7%). Mas as vendas de couro e agasalhos aumentaram numa base percentual e o crescimento das vendas digitais e de preço final foi de mais de 50%, com a China continental a registar um aumento de três dígitos.

As vendas comparáveis ​​aumentaram 11% na região da Ásia-Pacífico, com o forte crescimento na China continental e na Coreia, embora na EMEA (Europa, Médio Oriente e África) tenham diminuído 37% devido à queda no número de turistas e ao fecho temporário de lojas. Nas Américas, caíram 8%, uma vez que o aumento no preço das vendas foi compensado pela diminuição planeada em promoções.


Coleção da Burberry para a estação de primavera-verão 2021 apresentada em Londres - © PixelFormula


A empresa informou que espera um "progresso contínuo nos objetivos estratégicos no quarto trimestre" com "mudanças em preços finais, regionais e no mix de canais" estabelecidas para beneficiar as margens brutas, embora "ventos contrários persistam". Com 15% das suas lojas fechadas atualmente e 36% com horário reduzido, a Burberry disse que "o comércio continuará suscetível às interrupções regionais" no trimestre atual.

De modo geral, os números do terceiro trimestre foram impressionantes e, embora concentrados no desempenho das vendas de itens com preço final, ignoraram grande parte das vendas geradas pelos descontos. A empresa disse que a redução planeada nas promoções distorceu significativamente os números de vendas comparáveis, de modo que as vendas de preço final fornecem um panorama melhor de onde se encontra.

Visto puramente numa perspectiva de preço final, e mesmo com 15% da rede de lojas fechada no auge do terceiro trimestre e de outras lojas a operarem com horários reduzidos, a empresa conseguiu atingir um elevado aumento de vendas de um dígito no período. As vendas a preço integral foram "particularmente fortes nos mercados em recuperação (Américas, China continental e Coreia) onde os nossos esforços se traduziram num crescimento de dois dígitos".

A Burberry também investiu mais em marketing no trimestre, com uma campanha com o jogador de futebol inglês do Manchester United, Marcus Rashford, que virou ativista contra a pobreza infantil, a qual gerou uma resposta "excepcional" do consumidor.

Durante a pandemia, a empresa incrementou ainda a tecnologia digital e destacou que as inovações como pop-ups digitais e ativações locais na sua loja virtual ajudaram a impulsionar esse crescimento de 50% mencionado anteriormente.

Para o futuro, a empresa espera apenas "um aumento modesto" dos custos de conformidade do comércio fronteiriço, bem como alguns direitos adicionais ao abrigo das regras de origem ligadas ao Brexit. Mas parece estar mais preocupada com as alterações do Reino Unido no que diz respeito à capacidade dos turistas para reclamarem o seu IVA de volta sobre os bens de luxo comprados na região. Isso terá um impacto mínimo este ano devido ao baixo fluxo de turistas, mas "espera-se que tenha um impacto mais significativo quando os fluxos de viagens forem retomados e as vendas provavelmente mudarem entre os países". Em suma, acredita-se que alguns turistas farão compras noutros lugares em vez de no Reino Unido.
 

Copyright © 2024 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.