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Estela Ataíde
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16 de nov. de 2018
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CEO da Victoria's Secret abandona o cargo

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
16 de nov. de 2018

A marca de lingerie Victoria's Secret, propriedade da L Brands, que atravessa momentos difíceis, acaba de perder a sua CEO, Jan Singer, conforme informou o Wall Street Journal na quarta-feira, citando fontes próximas do assunto, que asseguram que após dois anos ao comando da marca Singer renunciou ao cargo. 


A CEO da Victoria's Secret, Jan Singer, demitiu-se do cargo - LinkedIn: Jan Singer


Singer chegou à Victoria's Secret depois de passar dois anos como CEO na Spanx e, antes disso, ocupou cargos executivos na Nike durante mais de uma década.
 
Durante os últimos anos, a Victoria's Secret teve problemas para se adaptar a uma indústria de lingerie que tende, cada vez mais, a transmitir mensagens positivas sobre todos os tipos de corpos, algo que entra em conflito com uma marca cujo marketing é liderado por um contingente de "anjos" aparentemente perfeitos.

Trata-se de uma estratégia que atinge o seu expoente máximo com o desfile anual Victoria's Secret Fashion Show, cuja edição de 2018 se realizou no início deste mês. Este ano, o espetáculo de lingerie esteve envolto em controvérsia devido aos comentários feitos pelo responsável de marketing da L Brands, Ed Razek, numa entrevista à Vogue, na qual disse não achar que o desfile devesse incluir modelos transgénero. O alvoroço nas redes sociais foi imediato e Razek teve que se desculpar e retratar-se das suas palavras, mas é difícil não ver nos seus comentários iniciais o quão distante a empresa está de uma postura inclusiva.

Esperava-se que a decisão de Singer de nomear Jann Parish, ex-Calvin Klein, como diretora de marketing da Victoria's Secret no ano passado, fosse o início de uma nova era nas mensagens enviadas pela marca, mas pouco mudou desde então e Parish anunciou recentemente que iria deixar o seu cargo.
 
O foco histórico da marca em peças de lingerie muito elaboradas e abertamente sexualizadas também perdeu o seu apelo junto dos consumidores que, agora mais do que nunca, procuram uma aparência natural e valorizam a simplicidade e o conforto da roupa interior. Durante o tempo em que esteve à frente da Victoria's Secret, Singer supervisionou a chegada de novos estilos de sutiãs, destinados a mulheres que procuram conforto e ajuste, mas com pouco sucesso.

A L Brands ainda não divulgou os seus resultados do terceiro trimestre, mas já revelou as suas vendas do trimestre, anunciando que as vendas da Victoria's Secret caíram 2%, o que levou a uma receita total de 1529 milhões de dólares (cerca de 1355 milhões de euros), um mau resultado para a marca.

A notícia recente de que a marca planeia abrir a sua primeira flagship em França, além de uma nova série de novos pontos de venda na região, sugere que, à medida que as vendas domésticas caem, a marca com sede nos Estados Unidos pode estar à procura de novas oportunidades apostando na expansão internacional.

Ainda não se sabe quem poderá substituir Singer, mas espera-se que a L Brands revele mais informações sobre a sua saída quando publicar os seus resultados trimestrais na segunda-feira, 19 de novembro.

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