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11 de mar. de 2021
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Calçado: exportações caem 16% em 2020

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11 de mar. de 2021

2020 foi, a nível mundial e transversal a todos os setores, um ano de desafios. E o calçado não foi exceção. Segundo avança a APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos), ao longo do ano passado a fileira portuguesa do calçado exportou 61 milhões de pares de calçado, no valor de 1494 milhões de euros, o que representa uma quebra de 16,3%. Ainda assim, a descida ficou abaixo da registada nas exportações europeias, que recuaram 18,6%.


Portugal, que exporta quase 95% da sua produção de calçado, vendeu menos 16,3% para o estrangeiro em 2020 - Fotografia: APICCAPS


Portugal, que exporta 95% da sua produção da calçado, exportou 55 milhões de pares de calçado para a União Europeia (1302 milhões de euros), menos 14,3%. Já no que diz respeito aos países extracomunitários (que na última década quase duplicaram o seu peso nas exportações nacionais) as vendas recuaram 27%.
 
Sobre estes resultados, Luís Onofre, presidente da APICCAPS, sublinha que 2020 “foi um ano muito difícil”, durante o qual “as empresas portuguesas procuraram resistir como puderam, num contexto de enorme complexidade”. O líder do setor destaca a proatividade das empresas nacionais, que se dedicaram a estudar as oportunidades do mercado, como as vendas online e segmentos como o calçado profissional ou o desportivo, que se revelaram “boas oportunidades que temos de continuar a explorar no futuro”. Note-se, por exemplo, que as exportações nacionais de calçado  impermeável cresceram 21% em 2020, enquanto as de sapatos de couro, tradicionalmente um ex-libris do setor, caíram 17,2%. No seu todo, a Europa exportou menos 19,8% deste tipo de calçado. 

Entre os grandes produtores europeus do calçado, foi em Itália que os efeitos adversos da pandemia mais se fizeram sentir, com o país a exportar oito mil milhões, o que equivale a uma quebra de 23%. Já Espanha viu as suas exportações baixarem 16,1% (2,4 mil milhões).


Nova campanha Portuguese Shoes, que pretende refletir um setor que “estica as pernas depois de um ano de recolhimento” - Fotografia: Frederico Martins

 
Luís Onofre, que  é também o atual líder do setor do calçado a nível europeu, recorda que “ainda que Portugal tenha tido um desempenho melhor que o dos concorrentes internacionais, é justo reconhecer que o impacto da pandemia foi particularmente mais forte em Itália e Espanha em 2020”.
 
E 2021 deverá ser um ano igualmente exigente. Segundo conclui o Boletim Trimestral de Conjuntura, que a APICCAPS  edita em colaboração com a Universidade Católica do Porto, “com a chegada da terceira vaga da pandemia, as empresas não esperam uma alteração significativa nas tendências que marcaram o ano transato”.
 
Apesar dos desafios anunciados, o setor contará este ano com o maior orçamento de sempre para desenvolver as suas marcas. As empresas portuguesas irão beneficiar de um incentivo de 3 milhões de euros para “promover o upgrade de imagem das marcas do setor e fomentar uma imagem de excelência das empresas e dos seus produtos, muito especialmente online, consideradas ferramentas essenciais para o processo de internacionalização”.

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