Carolina Herrera inspira-se na alegria do Rio para o seu primeiro desfile fora de Nova Iorque

Com modelos exclusivamente brasileiras e num palco com uma vista de cortar a respiração, a marca americana da venezuelana Carolina Herrera realizou na quinta-feira (1 de junho), no Rio de Janeiro, o seu primeiro desfile fora de Nova Iorque, com uma coleção inspirada na energia e na alegria da cidade brasileira famosa pelo Carnaval.

Embora a chuva tenha tentado atrapalhar a apresentação, o desfile aconteceu, mas sem público, pois os participantes, que incluíam não só personalidades do Rio de Janeiro, mas de todo o Brasil, tiveram de se abrigar para não se molharem e por segurança.

O dilúvio que caiu antes da apresentação inundou grande parte do palco e até algumas modelos acabaram por escorregar no chão durante o desfile, já que a passerelle foi montada ao ar livre, num hotel exclusivo em Santa Teresa, um bairro pitoresco no centro da cidade.

O Rio foi escolhido para ser a primeira cidade fora de Nova Iorque a acolher um desfile da marca, devido à energia, ao otimismo e à "joie de vivre" que emana da cidade, mas é também uma tentativa de expandir a marca na América Latina.

A maison fundada pela estilista venezuelana, marquesa de Torre Casa, que há alguns anos entregou as rédeas criativas a Wes Gordon, deixou-se levar pela magia e pela cor dos trópicos cariocas, que se refletiram em peças cheias de vida, como as blusas gigantescas encaixadas em saias sarongue, que foram o ponto de partida desta coleção Resort 2024.

Bolinhas brancas ou peplum ganharam relevo em camisas inspiradas na moda masculina e em vestidos de todos os comprimentos, para gala ou cocktails, visivelmente confortáveis que rodavam em tons de verde, vermelho e preto complementados por chapéus de abas imensas.

De acordo com a explicação da marca, a coleção é composta por peças que "esbatem as linhas entre o casual e o elegante, o dia e a noite" para oferecer uma peça adequada a qualquer ocasião.

Para a noite, o volume aumentou nas propostas, com uma "alfaiataria precisa", dando destaque ao tule e a tecidos leves que se desdobraram em modelos mini e maxi que desfilam ao longo da passerelle.

De salientar uma saia com folhos arco-íris adornada com lantejoulas e um mini vestido "recortado em azul lago, verde kiwi e laranja papaia".

As orquídeas também marcaram presença em toda a coleção, em delicados bordados e estampados aguarelados sobre organza.

Neste desfile, Gordon prestou ainda uma homenagem especial ao brasileiro Roberto Burle Marx, com um vestido de duas peças feito com centenas de camadas de tule cortadas à mão, e com ondas ondulantes a preto e branco, como as que revestem o icónico 'calçadão' de Copacabana concebidas pelo célebre paisagista brasileiro.