Cartier revela cenografia efémera fora da flagship renovada
Os franceses sempre tiveram uma relação estreita com a renovação, desde que as marcas de luxo foram buscar o conceito de arte ambiental do escultor búlgaro Christo e da mulher Jeanne-Claude, natural de Casablanca (Marrocos), o qual consiste em "embrulhar" estruturas e transformar, no caso, fachadas inteiras de lojas em anúncios enquanto estão a ser renovadas.
Esta semana, a Cartier levou o conceito a um novo nível, ao revelar um recente e substancial trabalho urbano de cenografia, que reserva a fachada da histórica loja emblemática da marca, no centro de Paris.
Localizada no número 13 da rua de la Paix, a flagship foi aberta em 1899 por Louis Cartier, neto do fundador, e é a maior loja da Cartier em Paris. Está agora a desfrutar de uma remodelação maciça, que durará dois anos e meio, antes da reabertura prevista para setembro de 2022. A intervenção alarga-se aos cinco pisos, que a tornam a maior boutique Cartier do mundo.
A Cartier passou mais de um ano a desenvolver o novo "embrulho" (ou tapume) com uma equipa de 100 pessoas, incluindo arquitectos, artistas, designers, engenheiros, fabricantes, escultores, metalúrgicos qualificados e pintores especialistas em cenografia. Como resultado nasceu, paralelamente à fachada, uma espécie de biombo decorativo de 25 metros de altura que reserva as montras e cria um espaço de passagem por onde se pode caminhar, a um estilo que se harmoniza com a arquitectura original do edifício.
Esta peça decorativa (e simultaneamente artística) foi concebida para permitir que turistas e parisienses se sensibilizem mais com a Cartier, sem parar o tráfego pedestre no lado ocidental da rua de la Paix, a artéria chave da Place Vendôme, a praça mais famosa do planeta para a exposição e feitura de joias de alta gama.
Trabalhando com especialistas em sinalização, JC Decaux, a nova estrutura inclui um fundo de 500 metros quadrados; 28 montras decorativas personalizadas com monogramas Cartier de aço dourado; três fileiras de cornijas, preservando a fachada; cerca de 400 metros quadrados de cartazes em mármore, com um trompe-l'œil semelhante ao da boutique; e mais de 50 peças decorativas feitas à mão, incluindo capitéis e bases de colunas, emblemas e logótipos.
Christo costumava dizer que o embrulho dos edifícios era autobiográfico, tal como o é esta decoração de rua haute-gamme. De poucos em poucos meses, as montras irão recontar a história da Cartier, começando com uma exposição no local sobre a longa associação da marca com a pantera e a história da sua caixa vermelha de assinatura.
Copyright © 2024 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.