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2 de nov. de 2021
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Cavalinho quer faturar até 9 milhões de euros este ano e abrir loja própria na Holanda em 2022

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Agência LUSA
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2 de nov. de 2021

A empresa Jacinto Azevedo & Santos olha para a Holanda para se internacionalizar em 2022 com a marca Cavalinho e espera finalizar este ano com uma faturação entre oito e nove milhões de euros.


Loja da Cavalinho em Guimarães - Foto: Divulgação


“Nós estamos bem posicionados em Portugal, mas a nível internacional ainda não temos essa pujança. No próximo ano queremos avançar com a internacionalização e abrir uma loja própria. Estamos a pensar na Holanda e neste momento é este o objetivo”, disse o dono e gestor, Manuel Jacinto Azevedo, à agência Lusa.

A empresa quer abrir lojas próprias, pois concluiu que os produtos fabricados, que, disse o responsável, primam pelo design e qualidade, não têm um preço que possa concorrer com os que são produzidos na Ásia.

“Os preços dos produtos fabricados em Portugal não conseguem ter um preço competitivo face aos asiáticos”, pelo que a Cavalinho vai apostar além fronteiras “em lojas próprias da marca”, pois sabe que os holandeses "identificam-se com a marca”, disse o gestor à Lusa.

Criada em 1988 por Manuel Jacinto Azevedo e três irmãs, a Cavalinho – marca de carteiras, bolsas, acessórios e calçado – é comercializada pela Jacinto Azevedo & Santos.

O negócio é de origem familiar e nasceu antes do 25 de abril de 1974, com o calçado.

Se, antes da crise da covid-19, a empresa faturava entre oito a nove milhões de euros, espera agora encerrar este ano com um volume de negócios idêntico ao período pré-crise pandémica, acima dos oito milhões de euros.

Na realidade, desde o início da crise da covid-19, a Cavalinho abriu 12 lojas próprias, renovou outras e tem mais três franchisados, um número “muito importante”, segundo o gestor.

Olhando agora para a situação passada, o gestor considerou que foi um “bocadinho arriscado”, mas a sua ideia era que “o mundo não ia parar”, apenas temporariamente, e que “iriam sobreviver”, pelo que havia que abrir lojas físicas.

Assim sendo, e até à data, “cresceram realmente” e tudo “tem rolado” dentro daquilo que previra então e que considera ser uma aposta no futuro.

Além disso, a empresa quer consolidar ainda mais o negócio em Portugal, pelo que apostou na estratégia de abrir mais lojas para também alcançar um público mais cosmopolita.

“Nós tentámos alcançar algum público que nos estava proibido, porque os clientes Cavalinho não arriscavam e eram peças de maior risco. Quando se fala com as pessoas elas têm sempre a aquela ideia de que a Cavalinho é muito clássica. Não por ser clássica, pelo contrário”, explica o gestor à Lusa.

E prossegue: “Provavelmente, a Cavalinho é, a nível per capita, a marca que mais bolsas vende para a camada jovem, só que não é a juventude dos 15 aos 20 anos, pois esta juventude é muito influenciada na escola”.

Assim, com as lojas próprias “podemos lançar propostas de maior risco e conquistar outro público”, sustenta o gestor, lembrando que antes da pandemia só tinham oito lojas e que têm agora 20 lojas no total e 28 franchisados, somando 48 lojas próprias a nível nacional, das quais duas na Madeira.

Com uma fábrica em São Paio de Oleiros, em Santa Maria da Feira, e um polo de produção, em Braga, dedicado a marroquinaria (carteiras, porta-moedas e porta-chaves), nos últimos três anos e com a pandemia a empresa investiu 200 mil euros.

“Foi muito pouco, mas estamos a pensar em 2022 investir mais. Naquele período houve a pandemia da covid-19 e no ano anterior estávamos a pensar na expansão das lojas próprias. Agora vamos pensar também na expansão / renovação da maquinaria porque é necessário devido ao seu desgaste”, disse o gestor à Lusa.

No entanto, a empresa investiu 1,5 milhões de euros no conjunto das lojas abertas no país, e espera abrir uma nova em Lisboa.

A média de produção constante de bolsas é de 30 a 40 modelos em várias cores e padrões, sendo que a quantidade de marroquinaria é semelhantes.

Quanto ao calçado, a pandemia induziu uma grande transformação a nível global com o calçado desportivo, mas consolidada esta tendência a empresa considera que haverá potencial para os sapatos de moda, que de momento estão muito ultrapassados, já que escolhe as melhores parcerias para se adaptarem e para os fabricar.

Atualmente, a Cavalinho produz 300 a 320 bolsas por dia para o mercado e está a reforçar a sua equipa de design, apostando em ideias novas.

Num ambiente de incerteza, com a pandemia, o negócio confronta-se ainda com os preocupantes níveis de contrafação e os assaltos às lojas.

“Os assaltos têm-se registado em Vila do Conde, Maia e Aveiro e desde o confinamento já ocorreram mais de 30”, lamentou o gestor à Lusa.

A empresa tem 180 trabalhadores diretos – incluindo a fábrica de São Paio de Oleiros, a unidade industrial de Braga e as lojas – e possui clientes no Luxemburgo, Canadá, Angola e Moçambique.

JS // CSJ (Lusa)

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