CFDA revela novas iniciativas para combater o racismo sistemático na moda
O Council of Fashion Designers of America (CFDA) anunciou uma série de novas iniciativas, num esforço para combater o racismo sistemático na indústria da moda.
"Os negros neste país estão a recuperar de anos de injustiça decorrentes de construções institucionais como a escravatura, a segregação, o encarceramento em massa, a brutalidade policial e a repressão económica e eleitoral", afirmou o CFDA numa declaração do presidente Tom Ford e do presidente e CEO Steven Kolb.

"Ter uma voz clara e falar contra a injustiça racial, o fanatismo e o ódio é o primeiro passo, mas não é suficiente. Este é um momento profundamente perturbador que nos fala a todos. O nosso mundo está a sofrer profundamente. A nossa indústria está a sofrer e não basta dizer simplesmente que somos solidários com aqueles que são discriminados. Temos de fazer alguma coisa".
As duas primeiras iniciativas do plano, lançadas em 4 de junho, centram-se na criação daquilo a que o CFDA chamou "uma indústria racialmente equilibrada".
Para começar, o CFDA vai criar um programa de emprego interno especificamente centrado na colocação de talentos negros em todos os sectores da indústria da moda. Este programa irá trabalhar para identificar esses criadores individuais e associá-los a empresas que pretendam contratar, reforçou o CFDA.
A segunda iniciativa envolve a criação de um programa de mentoria e um programa de estágio focado na colocação de estudantes e recém-licenciados afro e afro-descendentes, em empresas já estabelecidas no sector da moda.
O CFDA vai também disponibilizar aos seus membros um programa de formação em "Diversidade e Inclusão".

Finalmente, a organização disse que vai fazer contribuições imediatas e assumir atividades de angariação de fundos de apoio a organizações que defendem a comunidade negra, incluindo a National Association for the Advancement of Colored People (NAACP) e a Campaign Zero, entre outras.
"Estamos todos e cada um dos membros do CFDA a fazer um balanço da estrutura corporativa para garantir que tenham uma força de trabalho racialmente equilibrada e desafiamos o sector retalhista da indústria da moda a garantir que a sua lista de marcas e o seu sortido de produtos seja representativo do talento negro dentro da indústria", disse ainda o CFDA.
Ford foi nomeado como novo presidente do CFDA, em março de 2019, e aumentou significativamente a diversidade do conselho do CFDA, com as nomeações de Virgil Abloh, Maria Cornejo, Carly Cushnie e Kerby Jean-Raymond, em setembro do ano passado.

As nomeações seguiram-se à decisão de Ford de acrescentar a modelo Paloma Elsesser e a diretora de notícias de moda da Vogue.com, Chioma Nnadi, ao Comité de Seleção do CFDA/Vogue Fashion Fund em março.
Em 2018, o CFDA contava apenas com 15 membros negros, número que desde então aumentou para 19 de um total de 477 membros.
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