Chinoiserie desconstruída domina na Maison Margiela
Isto é o que chamamos de política de boa vizinhança. A sede da Maison Margiela, situada no norte de Paris, está localizada perto de um dos bairros chineses da capital, e a última coleção de alta costura da marca, apresentada no espaço, culminou com toques de Chinoiserie.

A Chinoiserie apresentada, no entanto, foi bem diferente, uma vez que, assim como a maior parte da coleção, os vestidos mostrados foram envolvidos em sedas de plástico e metal.
Se existe uma peça de vestuário que pode definir esta coleção da primavera 2018, é a parka de plástico transparente, que foi tratada de tal forma que as cores fluorescentes ficaram iridescentes com a luz. Como quando as bebidas são iluminadas por luz negra numa discoteca. Não foi uma má ideia para esta semana de tempo chuvoso em Paris, com o rio Sena a transbordar e o trânsito caótico na capital francesa.
"Não se esqueçam de usar flash para tirar fotos" insistiu a equipa de relações públicas da marca, enquanto o público se acomodava nas cadeiras Luís XVI dentro da sede da Margiela. As paredes, os assentos e a passarela foram pintados de preto fosco para a ocasião.
Se a alta costura é o laboratório da moda, o diretor criativo da Margiela, John Galliano, é o cientista mais louco. Galliano desconstruiu como um louco os casacos tipo Beefeater até se tornarem apenas costuras e colarinhos; e apresentou trench coats em PVC preto e lã fosca. Também retomou uma proposta vista na semana passada na sua estreia na moda masculina da Margiela: a bota de esqui transformada em sapatilhas, um excelente exemplo do poder da alta costura para revolucionar a moda, e certamente várias versões deste item serão vistas nas ruas.
Antes do finale, as modelos apareceram com antigas sombrinhas chinesas feitas em plástico em vez de papel encerado. A sede central da Margiela está localizada num antigo convento, mas, francamente, as suas modelos não tinham nada de freiras.
Copyright © 2023 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.