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Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
1 de mar. de 2023
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6 Minutos
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Christian Dior: estilo existencialista

Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
1 de mar. de 2023

De volta aos anos 1950 na Christian Dior, e a um estilo existencialista revisitado para uma nova coleção apresentada nesta terça-feira (28 de fevereiro), em Paris, por ocasião de um desfile de moda que revelou um guarda-roupa feminino tão brilhante quanto moderno.

A diretora criativa da Dior, Maria Grazia Chiuri, inspira-se em três ícones franceses: Catherine Dior, Edith Piaf e Juliette Greco. Cada qual representa uma faceta diferente de Paris, a cidade que a Dior representa mais do que qualquer outra marca no mundo.



Christian Dior - outono-inverno 2023/2024 - Prêt-à-porter feminino - França - Paris - © ImaxTree

 
A estilista fez desfilar o seu elenco gigante de 96 peões a meio de uma instalação psicadélica, como seja a obra monumental da artista plástica portuguesa Joana Vasconcelos, mundialmente conhecida. Essa notável série de esferas, bolas e outras gotas orgânicas de proporções gigantescas, todas cobertas de tecidos, cristais, pérolas e penas ocupou um enorme palco Dior, erguido sobre a maior fonte do Jardin des Tuileries.

A “Valkyrie Miss Dior” de Joana Vasconcelos, a descer sobre a passerelle e com gotas a cair, foi concebida em crochet de lã, pedraria e bordados de Viana e é, segundo a artista natural de Paris, algo “nunca feito”. O projeto para esta Valquíria que homenageia a mulher, começou a ser discutido no verão de 2022, tendo a execução início em novembro, e em estreita colaboração com Maria Grazia Chiuri.

Por sua vez, a coleção para a estação de outono-inverno 2023 é uma demonstração impressionante de elegância – na sua maioria, em preto. Nada surpreendente, já que as duas cantoras preferiram vestidos pretos, seja Piaf com o seu classicismo de sala de concertos, seja Greco e a sua aura de boîte existencialista para noctívagos.

Mas também havia novas estampas florais fantásticas salpicadas em homenagem a Catherine Dior, a incrível irmã do fundador da marca. Corajosa e resistente, Catherine cultivava e vendia rosas, uma forma de alcançar a beleza após os horrores e cativeiro da Segunda Guerra Mundial.

Curiosamente, entrando nesta decoração maciça, um neófito quase poderia tomar Dior por uma marca espanhola… porque metade da assistência ostentava a coleção Cruise sevilhana de Maria Grazia, puro chique andaluz. Casacos de couro perfurado, calças jodhpurs, bombers de montaria e botins – quase esperávamos vê-los desembarcar com o seu cavalo branco.

Nenhuma maison hoje tem seguidores mais leais do que os aficionados da Dior. Centenas de clientes VIP de todo o mundo, vestindo Dior da cabeça aos pés, encheram as oito fileiras montadas para o desfile. No primeiro andar, os paparazzi acotovelavam-se e metralhavam freneticamente atrizes como Charlize Theron ou Maisie Williams.

Não é de admirar que Bernard Arnault, presidente e diretor executivo da Dior e, segundo as estimativas atuais, o homem mais rico do mundo, empregue dois corpulentos jogadores de rúgbi como guarda-costas.

Mas o coração da ação foi a passerelle, onde Maria Grazia fez desfilar os seus primeiros looks a preto e branco, saias plissadas e vestidos a meio da barriga da perna, presos por cintos finos e usados ​​com luvas altas de pele de carneiro até os cotovelos.


Christian Dior - outono-inverno 2023/2024 - Prêt-à-porter feminino - França - Paris - © ImaxTree

 
"Penso que essas três mulheres expressavam diferentes aspetos de França, e de Paris, com certeza. Uma independência, o desejo de controlar o próprio destino, a determinação de quebrar os estereótipos que ainda se impunham às mulheres do pós-guerra", explicou Maria Grazia, durante uma entrevista com os editores de moda de língua italiana, antes do desfile.

Todas as três levaram vidas notáveis, mas trágicas. Tanto Juliette Greco quanto Catherine Dior passaram por campos de concentração durante a guerra. De volta a Paris, Juliette Greco, sem um tostão, foi forçada a pedir emprestadas roupas de meninos e, assim, inventou o estilo Saint-Germain. É evocada neste desfile através de camisas masculinas em popelina branca, longas sobrecasacas masculinas de couro, ou por blusões de couro envernizado e amarrotado com gola em malha, sobre uma saia évasée Corolle.

Já Catherine, uma parisiense da Rive Droite (Margem Direita) que dividia o apartamento com o irmão, na Rue Royale, e acabou a vender flores na Rue Montorgueil – sempre um excelente endereço para comércios alimentícios – deixou a sua marca numa série de estampas de tirar o fôlego. Enquanto que a estação é marcada por padrões mosqueados, os da Dior são de longe os mais belos, revisitando engenhosamente os icónicos florais de Monsieur Dior, tecendo um tecido manchado com fios metálicos, para um toque maleável que desfoca os contornos e produz um efeito abstrato. 

Maria Grazia Chiuri associou então os soberbos vestidos estampados a camisolas xadrez de mohair, longos cardigans e sobretudos trapezoidais, inspirados no famoso casaco "Aventure" de Monsieur Dior. Tudo era muito cool, atraente e fácil de usar.

Edith Piaf, como Juliette Greco, foi uma figura chave na canção francesa, que combina música tradicional e textos literários. A sua predileção por vestidos pretos simples e xadrez pequeno refletiu-se em muitos looks desde o início do desfile, e alimentou o espírito de independência combativa que permeou todo o show.

Um décor resolutamente contemporâneo



"Fiquei fascinada com a ideia dos anos 1950, e com todas as diferentes visões que se pode ter dessa época. Paris, Piaf, Greco e o seu estilo. Mesmo no filme "Diamonds on the Sofa" (1961), Audrey Hepburn quis vestir-se à francesa”, explica a estilista.

Já a decoração foi decididamente contemporânea, fruto de uma troca entre Maria Grazzia Chiuri e Joana Vasconcelos. Uma das instalações mais monumentais da história da moda, na qual a artista encenou a própria irmã do fundador como uma valquíria, uma “Valkyrie Miss Dior”.

A primeira mulher e a mais jovem a expor no Palácio de Versalhes, participante da Bienal de Veneza desde 2005 e homenageada durante uma retrospetiva pessoal no Guggenheim de Bilbau, Joana Vasconcelos é uma força criativa de referência.

Filha de portugueses emigrantes em Paris, e já com sangue artístico nas veias (a mãe formada em Artes pela Fundação Ricardo Espírito Santo e o pai, fotojornalista e diretor da Estação Imagem), Joana Vasconcelos também se pode considerar franco-portuguesa pelo berço. Tendo estudado Joalharia e Desenho no Centro de Arte e Comunicação Visual em Lisboa, o seu percurso agigantou não apenas geograficamente mas nas formas que transcendem o papel e surpreendem infinitamente, assim como nos recursos que resgata do artesanato português quase esquecido.


Christian Dior - outono-inverno 2023/2024 - Prêt-à-porter feminino - França - Paris - © ImaxTree


Joana Vasconcelos celebra assim Miss Dior como Valquíria, uma deusa nórdica, com uma série de ilhas bálticas feitas de tecidos salpicados, no caso inspiradas nos arquivos da maison. Infelizmente, isto só enfraqueceu o evento, cuja energia se dispersou à medida que os peões se perdiam neste imenso espaço. O desfile como tal nunca decolou, mesmo quando a música mais famosa de Piaf, "Non, Je Ne Regrette Rien" tocou nos alto-falantes.

Mas quando se trata de um guarda-roupa chique existencialista que é tão belo quanto fácil de usar, esta coleção certamente permanecerá imbatível!
 

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