Confederação Euratex destaca exercício de 2021 "encorajador"
A indústria têxtil e de vestuário europeia conseguiu reduzir o seu défice comercial para 48 mil milhões de euros em 2021, devido a um aumento de 10,6% nas exportações e a uma queda de 7,5% nas importações. Um sinal considerado encorajador pelo organismo representativo Euratex, que acaba de publicar o seu relatório anual, mas que relembra os diversos fatores de instabilidade, do Brexit à Ucrânia, passando pelos custos do transporte.

“Os números das exportações para 2021, apresentados neste relatório de primavera, confirmam que os membros da Euratex ganharam força”, congratula-se o diretor-geral da organização, Dirk Vantyghem. "Ainda que os preços da energia provoquem sérias perturbações a curto prazo, a nossa ambição a longo prazo mantém-se sermos um líder mundial em matéria de têxteis sustentáveis."
Neste último relatório, a Euratex aponta para a ligeira queda dos preços das importações de vestuário, e a queda mais acentuada dos preços relacionados com as importações têxteis. Esta última queda deve-se em grande parte a uma queda no preço das importações de máscaras e proteções médicas provenientes da China, cujos preços subiram em relação ao exercício anterior.
Do lado das exportações, Suíça, China e Estados Unidos terão sido as forças motrizes para o exercício de 2021. Paralelamente, a Euratex observa também a queda de 23% nas exportações europeias de têxtil e vestuário para o Reino Unido. Uma queda relacionada com o Brexit, que causa "atrasos alfandegários e escassez de camionistas" no Reino Unido.
Um efeito Brexit que também se reflete no lado das importações. Os embarques de têxtil e vestuário proveniente do Reino Unido caíram 48% num ano, ou três mil milhões de euros. A Euratex nota também uma queda de 28% nas encomendas vindas da China. O principal fornecedor de têxteis e vestuário da UE caiu assim 13 mil milhões de euros.
A Ucrânia é naturalmente mencionada neste relatório. A Euratex destaca que este país prova oferecer "oportunidades preciosas de sourcing" para empresas europeias que procuram aproximar a sua produção (ou nearshoring). Uma tendência para a produção de proximidade que a confederação assinala como uma tendência crescente no setor.
O relatório da Euratex dá logicamente um grande espaço ao projeto "Sustainable and Circular Textiles by 2030" apresentado pela Comissão Europeia a 30 de março. O objetivo da iniciativa é que, até ao final da década, qualquer produto têxtil colocado à venda no espaço comunitário seja sustentável, livre de materiais perigosos e produzido em conformidade com as normas sociais.
"Com 100 mil milhões de euros em importações e mais de 20 mil milhões de artigos têxteis 'estrangeiros' a entrarem no mercado único, é necessário um aumento dramático na fiscalização do mercado, sem interromper a fluidez das cadeias de aprovisionamento", alerta a Euratex, que continua a desenvolver o seu centro europeu dedicado à reciclagem têxtil.
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