Consumo de calçado português nos EUA com novo máximo histórico

O consumo de calçado nos EUA atingiu um novo máximo histórico, com expectativas das exportações portuguesas de calçado poderem ascender em 2022 a valores próximos dos 100 milhões de euros no mercado americano. “Este é o nosso momento no mercado norte-americano”, assegura Luís Onofre, presidente da APICCAPS - Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos, que confirma os números que justificam a opção estratégica no que é o maior mercado do mundo, e mais com o dólar em baixa.

Segundo dados facultados pela APICCAPS, os Estados Unidos importaram 2423 milhões de pares de calçado, no ano de 2021, no valor de 28 300 milhões de dólares (cerca de 28 170 euros). Também a China (quota de 63% em quantidade), Vietname (22%) e Indonésia (5%) arcam uma importante fatia de mercado, assim como os principais players europeus.

Depois das exportações terem crescido 15,1% em 2021 para 75 milhões de euros, no primeiro semestre do ano as vendas de calçado português para os Estados Unidos aumentaram 66% para 54 milhões de euros (preço médio de 36,86 euros o par), acrescenta numa última newsletter a associação portuguesa dos industriais de calçado. O mercado americano é, então, o 6.º de destino das exportações portuguesas de calçado, muito próximo do Reino Unido.

Na opinião de Matt Priest – presidente e CEO da Footwear Distributors & Retailers of America (FDRA) e da Fashion Footwear Association of New York (FFANY) – o facto de o consumo de calçado ter atingido um novo máximo histórico em 2021 deve-se à capacidade do sector oferecer “os produtos adequados à procura” e ao “bom desempenho económico geral do próprio país”, impulsionado por “uma forte assistência do governo”.

Sendo que, em 2022, o sector continua a revelar sinais positivos: “Estamos otimistas de que será um bom ano”, prevê ainda Priest, em declarações à World Footwear, uma iniciativa desenvolvida pela APICCAPS que edita anualmente o relatório World Footwear Yearbook.

Já segundo Leslie Gallin, a antiga presidente da UBM Advanstar, até 2021 à frente da FN Platform: “os retalhistas americanos estão à procura de novos produtos e novos operadores no mercado, capazes de criar parcerias duradoiras e boas oportunidades de negócio”, diz, acrescentando que “há uma crescente procura por novas marcas, novos produtos e Portugal reúne todas as características para poder triunfar”, conclui.

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