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14 de jun. de 2017
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Crise agrava na Lanvin

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Novello Dariella
Publicado em
14 de jun. de 2017

A crise que enfrenta a marca de moda mais antiga da França, a Lanvin, está se agravando, com queda das vendas, maiores perdas este ano, e a equipe preocupada com a estratégia focada no corte de custos, comentaram fontes à Reuters.


Lanvin - Outono - Inverno 2017 - Moda Feminina - Paris - © PixelFormula


Fundada em 1889, a Lanvin é uma das últimas marcas de moda independentes da França em uma indústria dominada por grupos multimarcas, como LVMH e Kering.

A empresa vem sofrendo desde a saída do conceituado diretor criativo, Alber Elbaz, considerado a grande força motora da marca. O estilista Bouchra Jarrar, no cargo desde março de 2016, trouxe um estilo mais rigoroso e sob medida, que é muito diferente das silhuetas muitas vezes ultra-femininas de Elbaz, e segundo as fontes, a nova abordagem até agora não conseguiu emplacar.

"A primeira coleção foi muito mal aceita e a segunda não foi diferente", comentou um funcionário que preferiu se manter no anonimato, pois a empresa não publicou resultados.

Outra fonte que tem acesso aos resultados da empresa disse que as vendas caíram 23% no ano passado para 162 milhões de euros (182 milhões de dólares). No seu pico em 2012, foram 235 milhões de euros.

Segundo a mesma fonte, as vendas da Lanvin caíram 32% nos dois primeiros meses de 2017, em contraste com os bons desempenhos de suas rivais do luxo, como Louis Vuitton e a Gucci, da Kering.

Como resultado, a Lanvin teve perdas líquidas de 18,3 milhões de euros no ano passado, a primeira em quase uma década, após lucro de 6,3 milhões em 2015. Estima-se que a haverá perdas de 27 milhões de euros em 2017.

Embora procurados, Lanvin e Jarrar preferiram não comentar sobre o assunto.

Segundo as fontes, a empresa, que atualmente possui cerca de 300 funcionários na França, contratou a consultoria Long Term Partners para realizar uma auditoria e tem reduzido custos, fechando várias lojas não lucrativas. O programa reduzirá os gastos com publicidade e investimentos em lojas, e tem um plano para demitir nove pessoas que também está em andamento, com mais cortes no pipeline para 2017.

Mas alguns funcionários estão saindo da empresa e ela enfrenta um desafio para reter os talentos, disseram as fontes. A gerência quer criar uma linha de produtos de couro para lojas em outlets, mas alguns especialistas da indústria disseram que usar material mais baratos nesse tipo de loja pode prejudicar a imagem de luxo da Lanvin.

"Uma jóia da indústria da moda francesa está sob ameaça e a equipe está ficando sem paciência", disse uma das fontes.

O acionista majoritário, o magnata da mídia chinesa de 75 anos, Shaw-Lan Wang, com sede em Taiwan, tem sido relutante para investir na marca há muitos anos.

Ela não permitiu que ela acionasse o investidor suíço Ralph Bartel, que detém 25 por cento da Lanvin, para injetar mais dinheiro na marca, pois diluiria sua participação, disseram fontes.

"Ele discorda das opções escolhidas pela administração e quer uma mudança urgente na estratégia", disse uma fonte sobre Bartel.

Wang e Bartel ainda não comentaram sobre o assunto.
 

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