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12 de abr. de 2013
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Curadora do Museu de Moda da Antuérpia está no Brasil

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UseFashion
Publicado em
12 de abr. de 2013



Karen Van Godtsenhoven, Curadora do Museu de Moda da Antuérpia (MoMu), veio ao Brasil por intermédio da Radar – Inteligência e Projetos de Moda, para participar de diversos eventos ligados à cultura. Especialista no design de moda belga contemporâneo, trabalhou como pesquisadora para a Comissão Europeia na Universidade de Ghent, onde graduou-se em 2006 em Inglês e literatura comparada. Ela também estudou museologia e atuou como freelancer para diferentes jornais, revistas e blogs na área fashion. Karen vê a moda do ponto de vista tanto cultural, sociológico quanto estético que molda identidades através de trajes de grupos subculturais. Aqui no Brasil, no dia 14, ela fará a palestra de abertura do Dragão Pensando Moda, evento co-realizado pelo Senac CE, que acontece paralelamente ao Dragão Fashion Brasil entre os dias 13 a 18, em Fortaleza, no Ceará. No workshop, Karen abordará os fatores de sucesso na construção da identidade criativa local e o papel da educação e das organizações governamentais neste processo. Além da palestra, a curadora tem diversos encontros agendados pelo país. Antes de começar a maratona de compromissos em território brasileiro, ela conversou com o Grupo UseFashion:

UseFashion: Você foi convidada para abrir as palestras do Dragão Pensado Moda, evento paralelo à semana de moda cearense, o Dragão Fashion. É a primeira vez que você vem ao Brasil prestigiar um evento de moda ligado à cultura regional? Quais são suas expectativas?

Karen Van Godtsenhoven: Sim, é a minha primeira vez no Brasil. Estou particularmente ansiosa para visitar um evento cultural regional, já que atualmente muitas das evoluções interessantes na moda vêm de todos os cantos do mundo, não apenas de Paris. Espero encontrar novas perspectivas de moda e misturas de diferentes estéticas e técnicas.

UseFashion: Em seus estudos, você apresenta a moda através do ponto de vista cultural, sociológico e estético. Como você vê a preservação de dados históricos como fator importante para a consolidação da moda contemporânea?

KVG: Eu acho muito importante, porque quando alguém deseja criar algo novo precisa conhecer o que foi feito antes. Além disso, a combinação de novas técnicas com artesanato e materiais pode levar a criações inovadoras. No MoMu, a pesquisa histórica de coleções de moda está disponível para os estudantes, que são os designers do futuro.

UseFashion: Você acredita que moda, arte e cultura estão sempre associadas? De que forma você observa isso?

KVG: Sim, porque a moda é o espelho da cultura e da sociedade em que existe. Até mesmo quando você se veste de forma neutra, suas roupas falam alguma coisa sobre sua identidade. Por que os designers de moda geralmente são pessoas criativas e sensíveis e sabem muito bem como traduzir os valores culturais em peças. Essa é uma típica característica do artista. Apesar de a moda ser uma arte aplicada, ela passa por processos criativos similares aos das belas artes, passando por inspiração, criação e produto final.

UseFashion: E a moda brasileira, na questão marcas, design, produtos, como é vista lá fora?

KVG: Até mesmo há alguns anos, nós conhecíamos a moda brasileira apenas por ser muito colorida e exótica, que era muito bem adequada à moda praia. De uns anos para cá, percebemos o crescimento da moda brasileira. Ela passou a oferecer um design mais conceitual, mais refinado. Eu ainda não vejo claramente uma identidade de moda aqui, mas certamente noto a multiplicação de talentos, que é muito interessante e próspero. Há um excelente futuro para a moda brasileira.

Foto: Divulgação

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