Delvaux lança-se no comércio electrónico a 17 de abril
O coronavírus COVID-19 obrigou ao fecho de todas as lojas da Delvaux, na Europa e na América do Norte, e manteve o pessoal da empresa integralmente encerrado em Bruxelas, mas a Maison tem-se mantido muito ocupada. E, já a partir de sexta-feira (17 de abril), esta que é a mais antiga marca de luxo da Bélgica, vai lançar o seu próprio negócio de comércio electrónico. Um feito notável para a marca que teve um crescimento tão rápido na última meia década.

A Delvaux era, praticamente, inexistente no que se tratava de negócios online. Fez um e-tail de algumas bolsas nos EUA com a Barneys, mas isso acabou com o desaparecimento da famosa loja do departamento. Além disso, existe um acordo recente com a JD.com para a venda de alguns artigos na China.
Mas, a reticência digital termina no dia 17 de abril, quando a Delvaux inicia o lançamento online de uma seleção de novas bolsas e miniaturas, mini bolsas dedicadas a cidades onde a Delvaux construiu uma bandeira. Sendo a mais recente Dolce Vita, para Itália.
A mudança para o comércio electrónico marca o regresso como CEO de Marco Probst. A sua saída da Delvaux justifica-se, com uma "licença sabática de 18 meses", para frequentar um curso de Marketing Digital, na Columbia Business School.
"Quando regressei à Delvaux, em dezembro passado, depois de um ano e meio fora, verifiquei que continuávamos arrogantes por sermos tijolos e argamassa, aliados à prestação de um serviço muito bom. Mas, também me apercebi, ao usar o iPhone para comprar guitarras eléctricas de alto valor, que a Delvaux precisava abrir-se e criar uma task force, não tanto para o comércio electrónico, mais para a digitalização", explicou o CEO de 54 anos, a partir da sede da Delvaux em Bruxelas.
Marco Probst vê esta próxima etapa como "o grande recurso de hoje, os dados", juntamente com a criação de visibilidade e sensibilização. Especialmente porque, na opinião de Probst, 80% de todas as vendas atuais são, pelo menos, influenciadas pela Internet.

"Antes, tínhamos uma página institucional, mas não informações sobre o produto. O passo seguinte é analisar cliques e clientes, quem são e de onde vêm", sublinhou. Neste momento, a Delvaux.com nem sequer faz uma lista de preços; e a marca produz algumas das bolsas mais caras do luxo.
Sob o seu antecessor, Jean-Marc Loubier, o crescimento da Delvaux foi impulsionado pela abertura de bandeiras de bom gosto em locais de compras hiper centrais de luxo - como a loja de Manhattan com vista para o Plaza Hotel e o Central Park. Mas devido ao COVID-19, a casa fechou todas as lojas na Europa e em Nova Iorque no dia 16 de março.
Imediatamente após aparecerem em Paris, durante a temporada de pronto-a-vestir, no início de março, tanto o CEO Marco Probst, como a diretora artística Christina Zeller, entraram num confinamento de 15 dias ao regressarem a Bruxelas. Nesta fase, o período de confinamento estendeu-se a quase sete semanas.
No entanto, Probst aproveitou a pandemia como uma oportunidade para acelerar a nova direção digital.

"A Delvaux foi lançada há mais de 190 anos, pelo que se trata de uma grande mudança de paradigma. A este respeito, a situação é, na verdade, tranquilamente útil num verdadeiro projecto de transição", argumentou ainda.
O empresário, como toda a gente, está a preparar-se para um ano extremamente difícil. No ano passado, a Delvaux registou um volume de negócios anual de 100 milhões de euros. "Bem, este ano, o norte desapareceu. A chave é tentar fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para o proteger". Como uma pequena empresa, temos de ser geridos pelo bom pai de uma família".
O navio-estandarte da Delvaux, em Paris, ostenta uma placa a anunciar as próximas obras de renovação, mas estas foram obviamente colocadas em espera. Embora a marca esteja a planear uma abertura em Xangai, no final do ano; e já a olhar para a Coreia no próximo ano. As lojas Delvaux têm sido, tradicionalmente, presença de classe, e eclécticas, com misturas de mobiliário local, design e instalações artísticas, tudo como parte integrante da amalgama de estilos. O visual nunca é realmente replicado. O que, leva à questão, de como orientaram os designers do site?!
"Queríamos Belgitude; surrealismo e transparência para os nossos clientes", responde Probst.
Fundada em Bruxelas em 1829, a Delvaux é a mais antiga casa de artigos de luxo em couro fino do mundo e a inventora da bolsa moderna, tendo apresentado a primeira patente de bolsa de sempre em 1908.
Sexta-feira (17 de abril), a diretora artística Christina Zeller, revela a mais recente mala em miniatura, que no ano passado levou a Nova Iorque, com versões em estrela e riscas ou outras nas cores do táxi de Nova Iorque em quadriculado.

"Fizemo-las para cada país onde abrimos uma boutique. Primeiro para a Bélgica; depois para o Reino Unido com Tim Walker, antes de Nova Iorque, Hong Kong e agora Itália, com três ideias - The Duomo, Arlecchino e Motoretta", explicou Zeller.
A maior parte dos consumidores adere, de facto, às miniaturas em bolsas maiores, como o grupo de classe Brillant, ou as opções ergonómicas da Cool Box. Com a sua imaginação fértil, Zeller desenvolveu toda uma série de ideias que vão ser lançadas a conta-gotas este ano. Tal como o próximo cartaz criativo e chamativo, um saco de edição limitada de apenas 1.000 exemplos.
Dez por cento das receitas das vendas reverterão para apoio do Fundo de Resposta Solidária da Organização Mundial de Saúde ao COVID-19.
"Queríamos mostrar a solidariedade com esses países e enviar uma mensagem de amor e apoio, a partir de todas estas pequenas peças de arte, que reservam o saber artesanal e a fantasia da Delvaux", acrescentou Zeller.
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