
Dominique Muret
20 de set. de 2016
Desfiles Femininos: Milão procura se renovar

Dominique Muret
20 de set. de 2016
Depois de Londres, é a vez de Milão assumir o bastão esta quarta-feira, 21 de setembro, até o próximo dia 26. A Semana de Moda dedicada às coleções femininas para a primavera-verão 2017, que se preparar para invadir a capital lombarda, exibe um programa renovado entre novos nomes e grandes regressos, que compensam deserções e saídas notórias.
No total, Milão anuncia 176 coleções, contra o número recorde de 182 durante a temporada passada, com 71 desfiles oficiais (aos quais se juntam vários espetáculos fora do calendário, dentre os quais o de Dolce & Gabbana domingo, 25 de setembro, Mario Dice ou ainda Roccobarocco), bem como 90 apresentações, contra 70 desfiles oficiais e 99 apresentações em fevereiro passado.

Milão acusa em especial a saída da Costume National, que passou às mãos do grupo japonês Sequedge, e da Iceberg. A marca, que acaba de confiar a direção artística do segmento Feminino a James Long, já encarregado da moda Homem, decidiu mudar a estratégia renunciando às passarelles.
Faltaram à chamada também a I'm Isola Marras, Damir Doma que preferiu mudar a fórmula, Angelo Marani e Ujoh, que debutou em Milão na temporada passada.
Para iluminar sua semana, a praça milanesa aposta, em particular, em incontáveis iniciativas entre festas, inaugurações de butiques e outras exposições. "Temos mais de 30 eventos, sem contar aqueles fora do calendário, que vão gerar grandes momentos de agregação na cidade. São esses eventos que serão a chave desta semana", observa o presidente da Câmara da Moda Italiana, Carlo Capasa.
Incontestavelmente um dos momentos mais aguardados é o desfile misto Bottega Veneta dentro da prestigiosa Academia das Belas Artes de Brera por ocasião do seu 50º aniversário e dos 15 anos de Tomas Maier na direção artística.

Quanto aos mundanismos, a Fashion Week milanesa poderá contar esta temporada com a presença do Chefe do Governo, Matteo Renzi, que receberá a elite da moda italiana durante o dia inaugural.
Dentre os outros pontos altos a serem destacados: o regresso ao calendário da Krizia na sexta-feira, 23 de setembro. A histórica marca de pronto-a-vestir feminino fundada por Mariuccia Mandelli não subia mais aos tablados desde a sua aquisição pelo grupo de moda chinês Shenzhen Marisfrolg Fashion em fevereiro de 2014.
Outro regresso no mesmo dia, aquele da marca Lucio Costa com a apresentação do livro So Lucio! dedicado à figura do talentoso estilista morto em 2012. A etiqueta volta a ganhar vida sob a égide o seu sócio e companheiro Roberto Pelizzoni, hoje diretor criativo da Casa de Moda, que assinou recentemente um acordo de licença trienal com a fabricante italiana Bond Factory e apresentará esta ocasião uma primeira coleção-cápsula.
Por fim, será revelado, no dia seguinte, 24 de setembro, a primeiríssima linha de pronto-a-vestir da casa de costura italiana Capucci, dirigida por Mario Dice. Por outro lado, regressam à Semana de Moda Milanesa Daizy Shely e Maurizio Pecoraro.
Três novos nomes integram igualmente o programa. Em primeiro lugar, a Wunderkind, que abre o baile esta quarta-feira, 21 de setembro. A marca alemã, fundada pelo designer artista eclético Wolfgang Joop em 2003, troca Berlim por Milão, onde ela organizou com sucesso em evento especial em fevereiro passado.

Giamba, a segunda linha de Giambattista Valli, lançada em setembro de 2014, que desfilava até aqui fora do calendário, dará seus primeiros passos no programa oficial sexta-feira, dia 23. No último dia, segunda-feira, 26, debutará a Ricostru, a jovem marca da estilista chinesa Rico Manchit Au, convidada por Giorgio Armani para desfilar em seu teatro.
O célebre costureiro, que desfilou excecionalmente esta temporada sua marca jovem Emporio Armani em Paris, se reposicionou no dia mais central, representado pela sexta-feira, 23 (dia em que desfila habitualmente sua segunda linha), abandonando assim o último dia.
A segunda-feira, 26 de setembro, dia que encerra a semana, encontra-se privada também da Dsquared2, que desfila na véspera à noite. De repente a ausência desses dois grandes nomes faz com que este último dia corra o risco de ver a imprensa fugir, depois de ter passado de nove desfiles em fevereiro passado para cinco esta temporada, que é mais voltada a marcas emergentes ou menos conhecidas.
"Minha ambição é fazer com que o último dia se torne o momento mais importante da Fashion Week. São marcas que têm um potencial e devem mostrar que têm alguma coisa a dizer sem serem fustigadas por um grande nome", argumenta Carlo Capasa.
Conheceremos, entre outras, este último dia, ao lado da etiqueta chinesa Ricostru, as marcas emergentes Lucio Vanotti, Piccione.Piccione e San Andres Milano.
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