Dominique Muret
2 de out. de 2015
Desfiles femininos verão 2016: Milão se reencontra com as cores
Dominique Muret
2 de out. de 2015
Com a Exposição Universal, que ainda em pleno curso até o fim do mês de outubro e a Fashion Week dedicada às coleções femininas para a primavera-verão 2016, Milão esteve no centro do mundo na passada semana. Há muito tempo, não se via a cidade vibrar de tal forma.
"Foi mais movimentado, com muito mais gente que de costume, em particular compradores estrangeiros. Tínhamos a impressão de termos retornado aos velhos tempos! Entre eventos, encontros, apresentações e aberturas de lojas, minha agenda estava cheia", constata Federico Giglio, retalhista de Palermo, frequentador da Semana de Moda Milanesa.
Este comprador, que possui seis lojas multimarcas, apreciou também a qualidade das coleções "com propostas interessantes e concretas". "Até mesmo nos shows mais espetaculares, havia sempre ideias e peças bastante vendáveis. Estamos otimistas para o fim do ano", conclui.
Esta Semana de Moda deu um impulso à capital lombarda, conseguindo ela mesma se rejuvenescer. Até mesmo as festas estavam "mais legais e efervescentes", segundo um frequentador das noites milanesas.
Da festa dada por François-Henri Pinault em homenagem ao novo diretor artístico da Gucci, Alessandro Michele, verdadeira estrela desta Fashion Week, à exclusiva festa organizada por Altagamma, Bolsa italiana e Vogue, passando pela grande festa organizada em homenagem a Riccardo Tisci, uns poucos felizardos foram servidos.
"Esta foi uma das Fashion Weeks mais exitosas há anos! Tivemos uma semana muito viva, cheia de eventos e com uma grande movimentação. Nosso Fashion Hub, instalado no bairro renovado de Porta Nuova, que se tornou o novo centro nevrálgico da Semana da Moda, viu o número dos visitantes triplicar em relação à temporada passada", diz entusiasmado o presidente da Câmara da Moda italiana (CNMI), Carlos Capasa.
Inquietudes plainavam no que respeita aos compradores chineses, entre elas se temia uma diminuição em razão da desaceleração deste mercado. "Mas, de fato, eles vieram com força. Notamos também a presença de compradores vindos pela primeira vez de algumas regiões da África", observa Carlo Capasa.
O espetáculo foi mesmo no encontro com desfiles vibrantes e cheios de energia e, principalmente, uma nova onda de jovens designers promissores à frente das grandes Maisons, que trouxeram definitivamente um novo fôlego à moda italiana. Alessandro Michele, à frente da direção criativa da Gucci, foi aclamado enquanto apresentava sua verdadeira primeira coleção feminina, que se destacou por sua riqueza e originalidade, mas também pela extrema qualidade da sua manufatura.
A chegada de Peter Dundas à Roberto Cavalli, por outro lado, convenceu menos. Se a coleção foi notadamente rejuvenescida, as peças propostas, simples demais e quase básicas, decepcionaram. Mesmo assim, a primeira tentativa de Arthur Arbesser na Iceberg e aquela de Massimo Giorgetti na Emilio Pucci foram observadas com prudência. Desde já o encontro está marcado para a próxima temporada.
No conjunto, as coleções pareciam todas se endereçar a mulheres cada vez mais jovens, quase moças… Lentamente, mas com segurança, a moda feminina está a evoluir, deixando de lado excessos e artifícios para ir ainda mais longe em direção ao essencial. As formas e os volumes estão cada vez mais amplos mirando um maior conforto. A influência do 'sportswear' nunca foi tão longe.
Os costureiros apostaram em uma simplicidade aparente com menos estampados e decorações, com exceção de algumas coleções que chegaram à 'hiper-decoração' (Gucci, Dolce & Gabbana, Prada entre outras). Elas recorreram a grandes blocos de cores ou a conjuntos monocromáticos. Entre os motivos mais recorrentes, as listas verticais e as grossas listas horizontais, mas também o mundo animal.
O foco foi colocado principalmente nos acessórios, concebidos para atacar o imaginário. Os must have para o próximo verão serão, portanto, maxi joias, óculos quadrados, as pantufas com plumas, os sapatos com laços de dançarina... sem que nos esqueçamos das mini bolsas.
Quanto ao conjunto com tiras finas, ele será a peça incontornável que deve figurar em todo guarda-roupa que se respeite.
"Vivemos um momento de transformação. A moda está cada vez mais descontraída, imperfeita, menos construída. Tudo está misturado. As propostas são preparadas de uma maneira culturalmente mais sofisticada, insólita", resume Beppe Angiolini, dirigente da butique Sugar em Arezzo.
Copyright © 2024 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.