Desfiles Masculinos: Paris se renova com suavidade

Depois de Londres e Milão, o testemunho passa à capital francesa. Paris revela a partir desta quarta-feira, 18 de janeiro, indo até o domingo, 22, suas coleções masculinas de pronto-a-vestir para o outono-inverno 2017. Apesar da instabilidade dos mercados e da agitação que atravessa atualmente as Fashion Weeks, com novas experimentações e as ausências que elas geram de uma capital da moda a outra, o espaço parisiense mantém um programa estável, que se renova, no entanto, com suavidade.

No calendário, 50 marcas contra 49 em junho passado, assim como várias apresentações em formato encontro, onde farão parte, entre outras, a Valentino, Rick Owens, Louis Vuitton, Yohji Yamamoto, Givenchy, Dior Homme, Hermès e Lanvin. Vale ressaltar também, como fechamento da Semana de Moda, domingo, os desfiles mistos de Paul Smith e da Kenzo, grande novidade esta temporada.

Esta semana será marcada também pela chegada do criador francês de origem colombiana Haider Ackermann à direção artística da Berluti, onde ele sucede a Alessandro Sartori que saiu para a Ermenegildo Zegna. Um encontro que não pode ser perdido na sexta-feira à noite.

Entre os grandes nomes, uma ausência, no entanto, deve ser sentida: Carven, que colocou sua linha masculina em suspensão. Por outro lado, assim como em junho passado, Raf Simons e Saint Laurent estarão de novo ausentes. O primeiro, que foi o convidado de honra do Pitti Uomo no ano passado, decidiu migrar para Nova Iorque (onde dirige a marca americana Calvin Klein). Por sua vez, a Saint Laurent, que passou à égide de Anthony Vaccarello desde junho, preferiu não estar mais uma vez no programa com seu show masculino.

De resto, as casas de moda dividem o cartaz entre talentos emergentes e outras estrelas da moda em ascensão, dentre as quais dois novatos que vão operar sua estreia durante este evento. A começar pela label francesa Icosae, que abre a valsa esta quarta-feira, 18 de janeiro, primeiro dia da Semana masculina parisiense.

Fundada em 2014 pelos irmãos Valentin e Florentin Glemarec, formados pela Escola do Louvre, a marca oferece "um novo guarda-roupa masculino com coleções aventureiras, de ponta e subversivas", assim como ela proclama em seu site.

Os jovens criadores, destacados durante suas primeiras apresentações do saber-fazer e sua inventividade, aventuram-se no terreno de um novo tailoring inspirado no espírito artístico underground por meio de silhuetas gráficas apuradas.

Outro novo nome, aquele da original marca chinesa Sankuanz, fundada pelo criador de cerca de trinta anos Zhe Shangguan em 2008. Semifinalista do prémio LVMH em 2015, já se fez notar por alguns compradores de referência, assim como pela Vans, com a qual ele assinou uma colaboração. Depois de ter estreado nos pódios de Londres, ele investe em Paris, onde vai encerrar a semana com um show no domingo, dia 22 de janeiro.

O designer mantém ainda seu estúdio de estilo em Xiamen, na província de Fujian na China, aí mesmo onde ele conseguiu seu diploma universitário em 2007. Ele propõe um estilo street e hip-pop mesclando inspirações asiáticas e ocidentais.

Vale ressaltar, a estreia com um verdadeiro desfile de Lucien Pellat-Finet, confinando-se até então a apresentações estáticas, na abertura da Fashion Week, quarta-feira. Da mesma forma, a Cerruti anuncia seu regresso aos pódios na sexta-feira. Na realidade, há um ano, a grife havia colocado um termo aos shows, privilegiando ela também apresentações, figurando ao mesmo tempo no calendário parisiense.

Na contracorrente, a Maison Margiela, cuja coleção masculina é dirigida por uma equipe de design interna, opta esta temporada por uma apresentação, na sexta-feira, mesmo seguindo a marca no calendário.

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