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Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
19 de nov. de 2021
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6 Minutos
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Diane von Fürstenberg: filha de refugiados judeus e princesa por casamento traz pela primeira vez DVF Awards a Paris

Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
19 de nov. de 2021

"O COVID-19 fez as mulheres recuarem 35 anos. Enviou milhões delas de volta para a casa. É tão simples como isso", disse Diane von Fürstenberg (DVF), na última cerimónia de entrega dos DVF Awards, criada em conjunto com o Women’s Forum, e encenada pela primeira vez em Paris na noite de quarta-feira (17 de novembro). Por ironia (ou não) do destino, a designer e empresária belga radicada nos Estados Unidos – filha de pais refugiados de ascendência judia (a mãe sobrevivente de um campo de concentração nazi e o pai, executivo eletrónico romeno que emigrou para a Bélgica onde Diane nasceu) – casou em primeiras núpcias com o príncipe alemão Egon von Fürstenberg.


Diane von Furstenberg, ao centro, com as convidadas em frente e ao seu lado - Foto: Cortesia de Diane von Furstenberg

 
"A primeira vez que me senti verdadeiramente livre foi quando a mãe me deixou apanhar o comboio de Bruxelas para Paris sozinha, tinha nove anos. A minha tia tinha uma loja muito elegante em Paris. Foi a primeira vez que me senti livre e foi esta cidade que me transformou numa feminista", observou Diane von Fürstenberg, em conversa com a Fashion Network.
 
Na cerimónia encenada no cenário dourado do Palais Garnier, a maior ópera de Paris, cinco mulheres de caráter único receberam os DVF Awards 2021. Do país adotado por Diane, os EUA, a anglo-americana correspondente-chefe internacional da CNN, Clarissa Ward, e a cientista de computação e filantropa texana, Melinda French Gates (cofundadora e copresidente da Fundação Bill e Melinda Gates), receberam respetivamente o Inspiration Award e o Lifetime Leadership Award.

Num mês dominado por imagens de refugiados sofredores e da destruição climática (esta última, mal assegurada pelo acordo COP26 do fim-de-semana passado), o refugiado Rohingyan Wai Wai Nu da Birmânia e a ativista climática Vanessa Nakate do Uganda foram também homenageados com os DVF Awards 2021. Tal como Rouba Mhaissen, a economista e ativista sírio-libanesa, doutorada em Género e Desenvolvimento Económico, que vive no Líbano. Mhaissen fundou a Sawa for Development Aid, que presta apoio a refugiados sírios durante mais de uma década, desde que as primeiras 40 famílias fugiram da guerra civil daquele país. Cada um dos vencedores recebeu 50.000 dólares.
 
"Quando são necessários milhares de milhões de dólares para ajudar a reduzir as emissões na crise climática, uma subvenção de 50.000 dólares pode não parecer muito. Mas este dinheiro será nada menos que transformador para o nosso Rise Up Climate Movement, no Uganda, ajudando a financiar o acesso à iluminação com painéis solares e a fornecer fogões ecológicos para alimentar as crianças nas escolas. Ajudará a levar eletricidade e refeições naturais e frescas a 21 escolas, ensinando 8.000 crianças, e reduzindo as emissões e melhorando a qualidade do ar", explicou Natake.


Diane von Furstenberg com a boneca gigante Little Amal - Foto: Saskia Lawaks


Ultimamente, o negócio da moda da DVF tem registado dificuldades. No ano passado, fechou flagships em Londres e Paris, e despediu várias centenas de funcionários em Nova Iorque, à medida que esta passou a ser uma marca digital e a concentrar-se na China, onde ainda tem cerca de 60 boutiques.
 
No entanto, Diane von Furstenberg continua a ser uma verdadeira força da natureza. Convenceu mesmo mais de uma dúzia de mulheres poderosas a participarem numa homenagem vídeo conjunta, à mulher mais poderosa do mundo nos últimos 16 anos – a chanceler alemã Angela Merkel. Da ronda da DVF fizeram parte: Oprah Winfrey, Hillary Clinton, Jacinda Arden, Sophie Wilmes, Nancy Pelosi, Barbra Streisand, Katrin Jakobsdottir, Nadia Murad, Amy Kobuchar, Gloria Steinem, Samantha Power, Friede Springer, Marlène Schiappa, Chimamanda Ngozi Adichie e Christine Lagarde.
 
Quem entregou os prémios foi a advogada e política francesa Christine Lagarde, primeira mulher presidente do Banco Central Europeu; a escritora e jornalista franco-marroquina Leïla Slimani; e a senadora e ativista franco-colombiana, Íngrid Betancourt, a qual foi sequestrada pelo grupo guerrilheiro FARC e passou seis anos em cativeiro. A Gates, a DVF entregou o galardão através de uma ligação de vídeo.
 
Von Furstenberg iniciou a entrega dos prémios em 2010. Este evento marcou a 12.ª edição dosDVF Awards, a última foi realizada em 2020 em Washington DC, em homenagem à advogada e juíza norte-americana Ruth Bader Ginsburg, filha de imigrantes judeus russos; e à modelo, atriz e empreendedora somali-americana
Iman.
 
Falando da sua ligação com França, Diane von Furstenberg comentou: "Este é o país da grande Simone de Beauvoir e de Simone Veil. Acabei de ver uma bela peça sobre ela no sábado à noite. Simone Veil teve a mesma história que a minha mãe. Estiveram em Auschwitz ao mesmo tempo, a mãe tinha 21 anos e Simone Veil, 16; e fizeram também as marchas da morte. Há uma bela tradição do feminismo aqui em França, e de moda francesa. A Elle estava muito à frente do seu tempo, com grandes editoras-chefes; a Marie Claire era uma revista muito feminista. Portanto, diria que o meu primeiro contacto com o feminismo foi em França".
 
Simone Veil foi uma magistrada e política francesa que exerceu funções como ministra da Saúde e presidente do Parlamento Europeu, sendo a primeira mulher a ocupar este último cargo.
 
Voltando a uma nova geração de escritoras feministas francesas, Diane elogiou o livro “Le Consentement”, onde a escritora e editora francesa Vanessa Springora denuncia o pedófilo e célebre autor de Neuilly-sur-Seine, Gabriel Matzneff, que abusou sexualmente de Vanessa quando esta tinha apenas 14 anos. Um romance que ajuda a pôr fim a meio século de apatia no mundo literário francês.
 
"Li todos estes livros, e adorei-os. E lembro-me que não havia dúvidas, quando era uma jovem, sobre o falar e denunciar. Era considerado algo normal. Portanto, este movimento é muito bom".
 
Questionada em termos do empoderamento das mulheres, respondeu que se pudesse estalar os dedos para trazer uma mudança imediata ao estatuto das mulheres: "Eu quereria que as mulheres fossem iguais. Mas eu preciso de muitos dedos para estalar", riu Von Furstenberg.
 
Outra convidada chave da DVF foi a boneca gigante mais famosa do mundo – a Little Amal, uma obra de arte viva de 3,5 metros de altura criada pelo The Walk, com o intuito de viajar 8.000 quilómetros para apoiar refugiados. A designer posou alegremente ao lado desta obra de arte viva de uma jovem criança refugiada síria a caminhar pela Turquia, Grécia, Itália, França, Suíça, Alemanha, Bélgica e Reino Unido.

De salientar que o The Walk reuniu em 2021, desde a fronteira sírio-turca até ao Reino Unido, um sem fim de artistas célebres, grandes instituições culturais, grupos comunitários e organizações humanitárias, que se uniram pelo coração para criarem esta obra de arte pública inovadora, aventureira e inédita.
 
"Ambos os meus pais foram refugiados de guerra... Descobri muito recentemente que não tinha realmente nacionalidade até aos sete anos de idade. Eu não sabia disso. Lembro-me também, em 1956, após a Revolução Húngara, que o meu pai me levou quando se ofereceu para trazer refugiados húngaros da estação até onde quer que fossem. Lembro-me de uma conversa que tivemos no carro quando disse: 'Tens de ser sempre simpática para com os refugiados'. Mas, não se trata apenas de ser simpática/o com os refugiados, e foi por isso que quis prestar homenagem à Chanceler Merkel", disse ainda Diane von Furstenberg à Fashion Network.

"Decidi-o na semana passada, quando tive a ideia de contactar todas as mulheres mais influentes do mundo, e pude pensar em pequenas mensagens para enviar por telefone. Para agradecer à Chanceler Merkel pelos seus 16 anos de incrível liderança com compaixão, inteligência, dignidade. Quando acolheu um milhão de refugiados, fez um enorme favor aos refugiados, mas também fez um favor à Alemanha. Porque quando acolhemos pessoas, elas trabalham arduamente por nós. O meu filho Alex só vai a médicos imigrantes, ainda hoje, pois pensa que estudaram mais!", concluiu a designer, que ficou igualmente conhecida como Princesa Von Furstenberg (quem sabe também a julgar pelo coração).
 

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