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Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
22 de mai. de 2023
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5 Minutos
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Dior Cruise: uma Frida Kahlo dos tempos modernos na Cidade do México

Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
22 de mai. de 2023

Na semana passada, o desfile da Dior foi o tema de conversa na Cidade do México. O jogo consistia em adivinhar onde se iria realizar o evento de 20 de maio. Enquanto que alguns apostavam no Palacio de Bellas Artes, um monumental e emblemático teatro de ópera no centro histórico, a Dior escolheu o Colegio de San IIdefonso, um local confidencial e também histórico no coração do centro histórico da Cidade do México, atualmente museu e centro cultural, a poucos quarteirões da agitação por vezes caótica dos mercados populares e de outros vendedores de rua.


Dior Cruise 2024 - DIOR


Um lugar altamente simbólico, uma vez que foi nesta antiga escola construída no século XVI que Frida Kahlo conheceu Diego Rivera quando tinha apenas 18 anos e estudava aí. Um lugar onde nasceu o realismo mexicano, que Maria Grazia Chiuri cultivou e admirou amplamente estudando-o através de livros.

Fascinada há muito tempo pelo México, que considera um "lugar da alma", Chiuri teve a oportunidade de fazer um desfile de moda no país no outono passado, durante a exposição Frida Kahlo no Museu Galliera em Paris. Descobriu o guarda-roupa da artista mexicana, guardado a sete chaves durante 50 anos, e ficou fascinada: "É incrível como foi precursora de todas as discussões que podemos ter hoje. É uma artista simbólica. A artista feminina mais importante do mundo", diz Maria Grazia Chiuri.

Mais do que uma inspiração, é uma imersão completa nos passos da artista durante estes poucos dias na Cidade do México que a maison Dior propõe. O jantar no Museu Anahuacalli Diego Rivera, um templo das artes desenhado pelo muralista mexicano Diego Rivera, "onde Frida e Diego teriam gostado de descansar", como lemos ao percorrer a exposição, foi uma demonstração disso mesmo.

Um desfile memorável



Não foi a chuva torrencial que estragou este evento tão esperado. Embora a noite pudesse ter sido um desastre, uma vez que o desfile estava planeado para ter lugar ao ar livre, no meio do pátio do antigo edifício, as equipas do Bureau Betak destacadas para o local conseguiram dar um golpe de mestre, deslocando à última hora toda a sessão para os pisos deste antigo edifício colonial, enquanto que os convidados iam chegando pouco a pouco a uma área reservada. O facto de estarem espalhados por vários andares tornou difícil ver todos os convidados presentes, incluindo celebridades internacionais como Naomi Watts, Alicia Keys, Laetitia Casta, Amira Casar, entre outras locais como Karla Souza, Yalitza Aparicio e Belinda também presentes.

O desfile de moda começou com uma banda sonora que entoava uma canção sobre o amor. O título: "Te Mereces un Amor", de Vivir Quintana. Desfilavam modelos de todas as origens. Com o cabelo entrançado, as sobrancelhas marcadas, assemelhavam-se, por momentos, a uma Frida Kahlo dos tempos modernos. Uma joia de borboleta foi delicadamente colocada entre cada trança junto ao pescoço.

A borboleta está omnipresente, em cada silhueta. Um símbolo forte, ora como um imponente colar sobre uma blusa monocromática, ora como um delicado bordado numa peça de vestuário, em grandes cintos metálicos ou como parte de estampados majestosos. As mariposas ganham vida nas silhuetas, a partir de um esboço do designer têxtil suíço, Andrée Brossin de Méré, dos arquivos Dior. "As borboletas também povoam o toile de Jouy que ilustra a fauna e a flora mexicanas ao lado de papagaios, macacos e strelitzias que também iluminam os quadros de Frida Kahlo", lê-se na apresentação da coleção.

Para esta coleção Cruise, Maria Grazia Chiuri criou silhuetas ao mesmo tempo femininas e que fogem dos limites da feminilidade masculina, representadas por uma série de fatos com laços de corte impecável, nas versões preto ou branco. "Fatos de três peças usados ​​por Frida desde os 19 anos, transgredindo a sua feminilidade para reivindicar acima de tudo a independência intelectual."


Dior Cruise 2024 - DIOR


Vestidos delicadamente bordados e frágeis dão lugar a looks onde a renda e o veludo são essenciais. As majestosas saias são plissadas e parecem abrir-se como corolas. São usadas ​​com imponentes botas de couro preto. A dominante preto e branco a princípio dá lugar à cor, com um vestido rosa profundo em particular, como aquele que era preferido por Frida Kahlo e que aparecia nos seus autorretratos. Ou silhuetas nas cores do México, combinando vermelho, verde e bordados tradicionais, mas numa interpretação moderna e surpreendente.

Para dar autenticidade a todos os seus looks, Maria Grazia Chiuri escolheu rodear-se dos melhores artesãos mexicanos. Bordadeiras, tecelãs ou mesmo designers de joias, todos colaboraram para trazer o seu savoir-faire para esta coleção. Artesanato, esse, que Maria Grazia Chiuri faz questão de evidenciar e perpetuar: “Devemos não só proteger o artesanato mas também ter uma visão de futuro, porque corremos o risco de não ter uma nova geração interessada."

Uma performance de Elina Chauvet



O feminismo, tão caro a Maria Grazia Chiuri, também não foi esquecido nesta coleção Cruise. A diretora artística convidou Elina Chauvet, arquiteta e artista feminista mexicana, para imaginar uma instalação especialmente desenhada para este evento. Elina Chauvet é uma artista multidisciplinar que se ilustra com uma estética inspirada por um princípio orientador constante, nomeadamente a urgência de assinalar a ausência, o silêncio que envolve os muitos desaparecimentos de mulheres no estado de Chihuahua onde nasceu. Como regiões mais afetadas por femicídios no México. Para a obra "Zapatos Rojos" (2009), a artista começou a dispor no pavimento, nas ruas e praças de cidades do México, América Central, América do Sul e Europa, pares de sapatos vermelhos lembrando os corpos ausentes dos seus donos desaparecidos. Instalação muito notada pela própria Maria Grazia então na Europa.

Em 2012, Elina Chauvet começou a bordar palavras num vestido branco com linha vermelha, para evocar a obra da performer feminista italiana Pippa Bacca, que morreu prematuramente e de forma violenta. Utilizando 20 telas brancas dos arquivos da Dior e feitas nos ateliers de Paris, Elina e um grupo de 16 bordadeiras, no seu projeto intitulado "A Corazón Abierto", afixaram as suas palavras em modelos apresentados antes do final.

A interpretação de Elina Chauvet da "Canción Sin Miedo" de Vivir Quintana, uma homenagem ao femicídio e um apelo às mulheres para que lutem pela justiça, foi impactante. Uma peça vibrante, que os convidados puderam sentir e que antecedeu o final de um desfile que ficará na memória. Tanto pelas mensagens transmitidas pela maison como pela coleção extremamente apetecível e decididamente moderna. Só Maria Grazia Chiuri poderia conseguir evidenciar tanto savoir-faire ancestral, inovando e imaginando um grande momento de moda.
 

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