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Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
3 de abr. de 2023
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6 Minutos
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Diversificação e qualidade: a estratégia por trás da transformação da indústria têxtil portuguesa

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
3 de abr. de 2023

Diante do desafio de recuperar após o golpe da pandemia e consolidar o seu papel como principal aliado europeu da produção têxtil de proximidade, a indústria portuguesa está imersa num processo de transformação. Se o volume de fabrico e os preços competitivos foram fundamentais para que se posicionasse nos últimos anos, face ao potencial competitivo de outras regiões próximas, como Marrocos ou Turquia, Portugal pretende destacar-se com uma proposta qualitativa assente na sua indústria transformadora, consolidada e profissionalizada, bem como através de propostas que cumprem os mais exigentes critérios de sustentabilidade.


ATP / The Green Way


Ana Paula Dinis, diretora executiva da ATP (Associação Têxtil e Vestuário de Portugal), explica à FashionNetwork.com: “Hoje em dia, trabalhamos com um tipo de marcas diferentes das de antes. As nossas atribuições evoluíram. As empresas e designers que agora produzem em Portugal estão menos fixados no preço e procuram a sustentabilidade. Já não propomos soluções para aquelas marcas que procuram apenas preços ajustados. Isso significa que perdemos em volume de pedidos, mas ganhámos em qualidade.”

Para a representante da associação têxtil portuguesa, a diversificação dos clientes é fundamental. As fábricas deixaram de trabalhar principalmente apenas com grandes empresas ou gigantes têxteis para se abrirem a pequenas empresas com demandas de quantidades menores, mas em busca de qualidade, têxtil ou design. Uma adaptação que supõe um preço mais elevado nas aquisições, para as quais o volume de negócios total não foi significativamente afetado. Além disso, as fábricas ganharam independência por estarem menos sujeitas a grandes encomendas.

Uma indústria fundamental para um mercado relativamente pequeno



Atualmente, a indústria têxtil e de vestuário portuguesa representa 9% das exportações nacionais (3% das exportações têxteis e de vestuário da União Europeia) e acumula 8% do volume de negócios e 8% da produção da indústria de manufatura portuguesa. Além disso, o setor emprega 19% (128.600 pessoas) dos trabalhadores da indústria de transformação.

A nível global, em 2022 o setor faturou 6122 milhões de euros em exportações (914 milhões de euros representados pelo têxteis-lar, 1660 milhões de euros pelos restantes têxteis e 3548 milhões de euros pelo vestuário). Este valor total representa mais 13% do que em 2021 (ano em que registou 5413 milhões de euros) e mais 17% do que em 2019 (quando foi de 5215 milhões de euros).


A indústria têxtil portuguesa representa 19 % dos postos de trabalho da indústria de transformação do país - ATP


As importações, por seu lado, cresceram 26% em 2022 para 5426 milhões de euros. Com uma quota de 34%, Espanha é o país de onde Portugal importa mais têxteis, seguida de Itália (11%), China (9%), Alemanha (7%), Índia (6%) e França (6%).

Os principais clientes do têxtil português: Espanha, França, Alemanha e Estados Unidos



No caso de Espanha, país historicamente ligado à produção em Portugal, as coisas também mudaram. Embora ao dia de hoje o mercado continue a ser o principal cliente de Portugal, representando 23% das exportações e uma faturação de 1424 milhões de euros em 2022, a sua participação de mercado foi reduzida nos últimos anos. Em 2019, as aquisições espanholas ascenderam a 1598 milhões de euros, pelo que desde esse ano até ao final do exercício de 2022, as importações do país vizinho diminuíram 11%.

Ana Paula Dinis defende, insistindo na transformação do tipo de clientes que agora olham para Portugal: “No passado, Espanha representava quase 40% da nossa produção para o estrangeiro, mas agora estamos muito longe dessas percentagens. As grandes marcas espanholas vão continuar a fabricar em Marrocos e na Turquia, pelo que não prevemos um enorme crescimento neste país. É um país que depende mais do vestuário do que do têxtil-lar.” Por proximidade e necessidades produtivas, a gigante galega Inditex tem sido tradicionalmente um dos principais clientes espanhóis da indústria têxtil portuguesa.

Por sua vez, o segundo país que mais produz em Portugal é França, com uma quota de mercado de 15%. Segundo os últimos dados da ATP, o país registou uma evolução de 40% entre 2019 e 2022, elevando as suas importações para 942 milhões de euros. É seguido de perto pelo mercado alemão, que representa 9% das exportações têxteis portuguesas e eleva a faturação de 2022 para 539 milhões de euros. Juntamente com França, os mercados que mais cresceram nos últimos dois anos foram o americano (+40% para 477 milhões de euros importações em 2022) ou o italiano (+39% para 452 milhões de euros de faturação em 2022).

Da mesma forma, os países da União Europeia representam 73% das exportações têxteis portuguesas, em 4488 milhões de euros, enquanto os países extracomunitários aumentam as suas importações para 1633 milhões de euros, o que representa 27% do total.

Aumento de preços e perspetivas futuras



“Entre 2009 e 2019, todos os indicadores cresceram e a situação do têxtil era muito boa até à pandemia”, recorda Ana Paula Dinis. “Só começámos a enfrentar a recuperação em 2021 e, em 2022, os primeiros meses foram muito dinâmicos. O segundo semestre foi muito afetado pelo aumento do preço do gás e da energia. A responsável acrescenta com otimismo sobre o ano em curso: “Os piores meses passaram e vamos melhorar.”


Processo de impressão têxtil - ATP / The Green Way


Indicando que, embora o volume de negócios das exportações em 2022 tenha crescido 13%, o seu volume contraiu 1% para 524 mil toneladas de têxteis, a representante da ATP reconhece: “O impacto da inflação e o crescimento do valor dos produtos que propomos têm implicado um consequente aumento dos preços.” Menciondo a incerteza do contexto social, político e económico nos últimos meses, explica: “Como as exportações representam grande parte da nossa produção e somos um mercado pequeno, a situação na Europa e nos Estados Unidos afeta-nos sempre de forma significativa.”

Relativamente à capacidade de outros países com importante produção têxtil como a Turquia, a dirigente garantiu que não contempla a concorrência direta nem nos mesmos termos: “Em Portugal, estamos a preparar-nos para propor muita produção distinta e com condições diferentes. Este é um dos nossos valores mais competitivos e abre as portas de muitos clientes.”

Nesta linha, o presidente da ATP, Mário Jorge Machado, destaca sobre o peso da sustentabilidade: “Portugal é um dos líderes desta transformação. Sendo um dos principais players a nível europeu, com uma relevância indiscutível em termos de desenvolvimento e produção industrial, o setor têxtil português tem vindo a adotar novos processos, técnicas e tecnologias, além de ter investido em maquinaria inovadora para que a produção completa made in Portugal possa ser mais sustentável e um exemplo internacional.”

Os projetos dos cerca de 500 associados da associação giram principalmente em torno da poupança de água, uso de energia renovável, rastreabilidade, melhoria dos processos de tingimento, impressão, acabamento ou reciclagem.


Última edição do Modtissimo - FNW


Modtissimo, a porta de entrada para a indústria portuguesa



Celebrado a 15 e 16 de fevereiro na Exponor, em Matosinhos, o salão têxtil Modtissimo (o evento profissional mais antigo da Península Ibérica) bateu recorde de público com 5.163 visitantes na sua edição 60+1. Uma edição que contou com cerca de 150 expositores de tecidos, mais de 60 especialistas em manufatura e confeção e cerca de 30 participantes de serviços, como Lectra ou Messe Frankfurt. Embora entre os expositores tenha dominado a presença de empresas portuguesas como a Riopele Texteis, A. Sampaio ou Malhas Madalena Beça, a feira contou também com uma representação notável de expositores turcos.

Com um aumento de compradores internacionais (504 na última edição), destacando-se as comitivas da Alemanha, Países Baixos, Espanha e Áustria, o evento refletiu a aceleração da abertura dos têxteis portugueses ao estrangeiro. Satisfeito com os resultados e sensações da edição após o golpe pandémico, Manuel Serrão, diretor-geral da Associação Selectiva Moda e responsável pela organização da feira, destacou “a qualidade dos contactos estabelecidos” e “o bom acolhimento da aposta na internacionalização, que sustenta o desenvolvimento da indústria”.

A próxima edição do salão terá novamente lugar na Exponor nos dias 13 e 14 de setembro.

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