Em Milão mulheres sensuais com a N.º21 e austeras com a Jil Sander
Com os desfiles ao vivo, a Milano Fashion Week começou na terça-feira (21 de setembro), exibindo uma paleta variada de coleções e estilos. Duas tendências foram notoriamente confrontadas. A da mulher sexy, de espírito livre, interpretada em particular por Alessandro dell'Acqua para a sua marca N.°21, e a mulher mais rigorosamente chique da Jil Sander.

Para o primeiro, o guarda-roupa para a primavera-verão 2022 alterna minivestidos, pequenos casacos e calças de trabalho feitos com croché, corpetes, top-boards e saias bordadas com cristais ou micro fatos com franjas e penas esvoaçantes, que se opõem a fatos mais clássicos, tais como fatos curtos ou bermudas em flanela cinzenta. Clássico, mas sempre revisitado num espírito contemporâneo com cortes tendenciosos e construções inteligentes de várias mangas, jogando mais do que nunca em atitude. Assim, o casaco é atirado sobre os ombros como uma mochila, segurado por longas tiras.
"Esta coleção é a quintessência do meu trabalho. Tenho retomado todos os meus códigos e obsessões. A começar pela malharia, a minha paixão de toda a vida, que representa 70% do guarda-roupa desta estação", explica Alessandro dell'Acqua nos bastidores, o qual também desenhou todos os sapatos para o desfile em malharia, quer fossem lisos, de malha ou com um pelo mais espesso como cerda. O resultado: silhuetas ultracurtas e sensuais, mas também casual e masculinas de rua, salpicado de impertinência. No verdadeiro estilo N.º21, a paleta varia do branco ao verde e da cor de pele ao preto cintilante.
"Tudo no meu ADN está lá, incluindo algumas tentações para a alta costura, seja na escolha dos materiais, com penas de marabu, seda, pedras, tule, ou no estilo", disse o designer napolitano. Há uma infinidade de detalhes de alta costura, tais como os fatos transparentes da cor da carne feitos de seis camadas de tule, ou as infinitas e muito glamorosas joias feitas de penas de marabu, que os modelos deixam deitadas no chão, tanto homens como mulheres vestidos com as mesmas peças.

Uma mudança completa de registo na Jil Sander, onde a marca alemã, que recentemente passou para o grupo OTB de Renzo Rosso, sedeando-se em Itália, redescobriu toda a sua impressão original germânica, caracterizada por um minimalismo estreito e rigoroso. A roupa envolve o corpo sem o incomodar, cobrindo-o completamente como uma proteção delicada. O look total branco e preto domina, com apenas alguns tons pastel.
Os casacos do fato são volumosos, quase quadrados, e assimétricos. Concebidos com elegância e precisão, apertam do lado esquerdo, sem botões visíveis. Os fatos consistem em casacos grandes e masculinos com martingales e vestidos largos, de comprimento até ao tornozelo. Mesmo à noite, a mulher Jil Sander está relutante em se mostrar desnuda, usando vestidos grandes e opacos bordados com lantejoulas e padrões paisley sobre as calças. O tema da túnica sobre as calças é constante.
A dupla de designers Lucie e Luke Meier acrescentou um toque de fantasia com riscas de zebra de cor fulva nos colarinhos, tops como uma segunda pele e trench coats, bem como gráficos de alguns vestidos de tricot e alguns belos conjuntos de tiras ou maxi xadrez. Noutro contexto, as borlas desenrolam-se num casaco sob a forma de decorações inesperadas.
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