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Novello Dariella
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11 de nov. de 2022
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Emissões de CO2 da moda estão em alta novamente

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
11 de nov. de 2022

A indústria global de vestuário têxtil sofreu uma contração nas suas emissões de carbono durante os bloqueios internacionais. Estes últimos estão em alta novamente para oito dos 10 grandes grupos estudados pela organização ambientalista Stand.earth, que aponta que as trajetórias tomadas pelos gigantes do sector estão em contradição com os objetivos estabelecidos pela UN Fashion Charter (Carta da ONU da indústria da moda para ação climática), da qual todas essas marcas são signatárias.


Segundo um estudo, as emissõesde CO2 da moda estão em alta novamente - Stand.Earth


A análise abrange American Eagle Outfitters, Fast Retailing, Gap, H&M, Inditex, Kering, Lululemon, Levi Strauss & Co., Nike e VF Corp. Grupos com especificações como, terem ultrapassado 4 mil milhões de dólares na faturação anual e terem assinado a UN Fashion Charter, que visa limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Carta cujos dados são, neste estudo da Stand.earth, conciliados metodologicamente com os relatórios ambientais e/ou CDP (Carbon disclosure project) publicados pelos grupos*. Da evolução das emissões entre 2020 e 2021 é traçada uma projeção de futuros aumentos, caso os compromissos ambientais destas marcas não sejam aplicados.

Um exercício ilustrativo e militante do qual emerge que apenas a Levi Strauss e a VF Corp tiveram até agora trajetórias de emissões descendentes desde o retorno à produção normal. Além disso, apenas a Levi Strauss & Co seria a favor do cumprimento da meta de redução de 55% nas emissões de CO2. A VF Corp (Supreme, The North Face, Timberland, Vans) apresentaria uma curva descendente, mas que a levaria, neste momento, a ultrapassar a meta estabelecida para 2030.

Apenas estes dois grupos, dos 10 observados, não apresentam recuperação ascendente nas emissões de CO2 em 2021. Contrariamente a esse ranking, a Nike e Inditex reportariam 10 milhões de toneladas de CO2 emitidas pela sua cadeia. O que seria, segundo o relatório, o equivalente às emissões de dois milhões de carros.

"Comprometer-se a usar 100% de energia renovável"



Enquanto a Fast Retailing, Gap Inc. e H&M Group também mostram uma aceleração nas emissões, o estudo aponta particularmente para o caso dos aumentos observados na American Eagle (+14,61%), Kering (+13,66%) e, sobretudo, Lululemon (+62,97 %). Para a Stand.earth, esse aumento ilustra a incapacidade da Lululemon de dissociar crescimento e poluição, mas acima de tudo mostra uma estratégia de sourcing cada vez mais poluente.

"Enquanto todas as 10 marcas avaliadas estabeleceram ou atingiram metas de energia 100% renovável para as suas lojas e armazéns, apenas a Kering e H&M mostraram até agora a liderança necessária para estender esse compromisso às suas cadeias de abastecimento", indica a Stand.earth. "Eliminar os combustíveis fósseis é fundamental para descarbonizar as cadeias de abastecimento das marcas e reduzir a maior fonte de suas emissões – as marcas devem comprometer-se a usar 100% de energia renovável nas suas cadeias de abastecimento, assim como nas suas próprias operações".


Plano depontuaçãode moda livre decombustíveis fósseis estabelecido em 2021 Stand.earth - Stand.earth


O estudo está disponível no site Stand.earth. Como referência, o Emission Gap Report publicado pela ONU em outubro de 2021, está disponível para consulta no portal do PNUMA (Programa Ambiental das Nações Unidas).


*"As emissões reais da cadeia de abastecimentos utilizadas na análise foram obtidas a partir de dados sobre bens e serviços adquiridos, reportados pelas empresas nos seus relatórios de sustentabilidade ou anuais, ou nas suas respostas ao CDP (antigo Carbon Disclosure Project)", explica a Stand.earth. "As emissões projetadas foram calculadas usando a variação anual no percentual das emissões (ou seja, taxa de crescimento) informada pelas empresas para o período 2020-2021".
 

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