Agência LUSA
12 de nov. de 2013
Encerradas 200 fábricas têxteis no Bangladesh devido a protestos
Agência LUSA
12 de nov. de 2013
Nova Deli – Cerca de 200 fábricas do setor têxtil fecharam hoje no distrito industrial de Ashulia, perto de Daca, devido aos protestos de trabalhadores que exigem aumentos salariais no Bangladesh, disse à Efe fonte do setor. "O encerramento de fábricas começou no domingo, contudo, todos os dias fecham-se mais, em protesto por um aumento salarial", disse o presidente da Associação de Produtores e Exportadores de Têxteis (BMGEA), Atiqul Islam.
De acordo com o diário local The Daily Star, aproximadamente meia centena de trabalhadores ficaram feridos, esta manhã, em confrontos com a polícia. Uma comissão composta por representantes governamentais das fábricas e líderes sindicais propôs, recentemente, elevar o salário mínimo dos atuais 3.000 takas (28,7 euros) para 5.300 (50,7 euros), um aumento de 77%, mas considerado insuficiente pelos trabalhadores.
Os empregados do setor têxtil do Bangladesh – os mais mal pagos do mundo – reivindicam um salário mínimo de 8.114 takas (77,7 euros). Os empresários afirmam que as multinacionais estrangeiras não estão dispostas a pagar mais, o que dificulta um aumento dos ordenados. "Pedimos aos exportadores para que paguem mais pelos nossos produtos para que possamos então subir os salários", disse Islam, apontando que "as multinacionais não estão dispostas a pagar mais pelos têxteis" fabricados no país.
A última vez que os salários do setor foram atualizados foi em 2010, altura em que o ordenado mínimo mensal correspondia a 21 dólares (15,7 euros). A indústria têxtil do Bangladesh conta com cerca de quatro milhões de assalariados, muitos dos quais mulheres, ao serviço de 5.400 fábricas.
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