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30 de mar. de 2022
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Energia: Impetus já pagou mais de um milhão em dezembro

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Jornal T
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30 de mar. de 2022

A escalada descontrolada dos preços da energia está a ameaçar a atividade das empresas têxteis, que não os conseguem repercutir no produto final. Na Impetus, por exemplo, o peso da fatura energética nos custos de produção saltou de 2% para 46%, tendo a fatura de dezembro ultrapassado o milhão de euros. Muitas empresas estão a fazer paragens temporárias e a ATP já fez soar as campainhas de alarme.



O líder da associação que representa o setor garante que há encomendas internacionais a serem desviadas para países como a Turquia, advertindo que se não forem adotadas medidas como o lay-off simplificado toda a fileira têxtil pode parar. “Comparada com a situação atual, a crise da Covid foi um passeio tranquilo”, assinala Mário Jorge Machado.

É nas áreas da tinturaria e acabamentos, que consomem mais energia, que a situação é particularmente grave. “Em janeiro de 2021, a fatura energética pesava 2% nos custos de produção, em janeiro de 2022, pesou 46%. Chegámos a ter faturas, como a de dezembro, por exemplo, acima de um milhão de euros”, explicava por estes dias ao Dinheiro Vivo o CEO do grupo Impetus, Ricardo Figueiredo.

“Isto significa que os resultados do último trimestre foram completamente engolidos por estes custos extraordinários, e por muito que se tente repartir estes custos, é difícil. Não posso fazer um aumento tal que torne impeditivo o preço de venda do produto”, sustenta o gestor, para quem parar a produção não é solução, “sobretudo tendo em conta que o custo do gás natural na Turquia é quatro vezes menos que em Portugal”.

“Se nós pararmos, os clientes mudam de país, prejudicando todo o cluster em Portugal. O que nos custou tanto a conquistar, ao longo do tempo, pode perder-se num mês”, adverte o líder da Impetus. Um risco que segundo o presidente da ATP é já bem real – “mais de metade das empresas têxteis do subsetor dos acabamentos já está a efetuar paragens temporárias de um ou dois dias” – pelo que insiste na urgência de medidas de apoio como o lay-off simplificado que considera essencial para a sobrevivência de muitas empresas.

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