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23 de jan. de 2013
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Entrevista: Mauro Slomp, designer de calçados

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23 de jan. de 2013


Entre idas e vindas da Inglaterra, o designer de calçados brasileiro Mauro Slomp tem muitas histórias para contar e muita experiência profissional na bagagem. Ligado à moda direta ou indiretamente, Slomp viveu em Londres nos famosos anos 1980 e 1990 – importantes para o cenário fashion que conhecemos hoje.

Em entrevista ao Exclusivo Moda, Slomp fala sobre suas criações, sobre seu contato comartistas e designers famosos da Europa no início de sua carreira e sobre seu atual momento, produzindo calçados de alto valor agregado. Confira essa interessante história de dedicação e envolvimento com o setor calçadista.

Exclusivo - Como iniciou seu interesse e envolvimento com a moda?

Mauro Slomp - Quando viajei a Londres, em meados dos anos 1980, eu circulava no meio artístico londrino e night-clubs como Heaven e Pink Flamingo (famoso por ter o dj Boy George e nomes como Grace Jones, Jimmy Summerville e Fred Mercury, entre tantas criaturas da noite londrina). Alguns amigos estavam no circuito e já faziam moda independente, como o excêntrico Phillip Salon – estilista e mentor de Boy George e suas hiper-autênticas criações demoda. Aí veio o interesse em buscar conhecimento na área e aprimorar os meus estudos em arquitetura e design.

Antes de fixar residência em Londres, já trabalhava com amostras de calçados em uma importadora famosa e sempre tive fascínio pelas áreas acadêmicas humanas/artes/história e arquitetura e design.

Exclusivo - Antes de partir para a Europa em busca de conhecimento, chegou a fazer algum curso específico no Brasil na área de moda?

Mauro Slomp - Em moda especificamente não, mas já cursava História na PUC/RS. Vale a penasalientarque fiz o ensino médio no Colégio Batista de Porto Alegre – desenho técnico arquitetônico, que me proporcionou, maistarde, a entrada no cursosuperior de Arquitetura e Design da North London University- em Londres.

Exclusivo - Sua formação na Europa, de certa forma se relaciona com a moda, certo? De que maneira ocorre essa interação?

Mauro Slomp - Como foi mencionado anteriormente, sempre tive este relacionamento devido ao convívio de pessoas envolvidas em projetos de arquitetura e design que invariavelmente são ramificados. No mundo artístico, isto ocorre naturalmente.

O processo de criação sempre é fruto deumcontexto coma realidade, disfarçada ou não. Classificaria o processo de criação nas sincronicidades do dia a dia. Uma cor, um objeto, uma leitura interessante alimentam a alma e fazem as pessoas reagirem com o mundo em que vivem. O que pode ser irreal para muitos, acaba sendo real para uma leitura criativa.

Exclusivo - Como foi escolher Londres para morar e como sua vida se desdobrou por lá?

Mauro Slomp - Sempre houve uma identificação com a música e a cultura anglo-saxônica. Nos anos 1980, a música inglesa era responsável por muitos hits globais. Meus instintos primais, digamos assim, indicaram Londres como um porto seguro. Tinha apenas 20 anos na época. O mundo não era conectado via internet, assim Londres me instigava. No Brasil, ainda vivíamos na ditadura militar e com poucas e escassas informações vindas do exterior.

A partir do momento que fiz a primeira tentativa fonética, vi que não seria tão fácil aprender um idioma complexo e absurdamente simples ao mesmo tempo. A barreira linguística foi propulsora para que eu explorasse o meu potencial criativo e a grande metrópole inglesa faria o seu papel. Mais tarde ingressaria na Escola de Arquitetura e Design Espacial de Londres. No processo seletivo vocacional da academia fui selecionadopara cursar cinco anos. No começo dos anos 1990, Londres erauma metrópole em destaquemundial nas artes criativas.

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