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Portugal Textil
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21 de jan. de 2021
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Ernest W. Baker com ano em cheio

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Portugal Textil
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21 de jan. de 2021

O ano de 2020 foi de grandes estreias para a marca de moda masculina fundada por Inês Amorim e Reid Baker. Depois da entrada no calendário oficial da Semana de Moda de Paris, em julho, a Ernest W. Baker, que vende já um pouco por todo o mundo, ainda se apresentou no Portugal Fashion antes do ano terminar.


Inês Amorim e Reid Baker


Com o nome e um conceito que homenageia o avô de Reid Baker, um dos primeiros publicitários de Detroit, a marca inspirou-se, mais do que nunca, na história familiar dos dois designers para as novas propostas da primavera-verão 2021. «A coleção foi feita durante o confinamento e, por isso, foi muito inspirada por essa altura, em que estivemos a ver vídeos de família, os arquivos dos dois. Foi uma mistura do tempo antigo e do tempo atual», conta Inês Amorim.

Algodão e lã merino fazem parte das matérias-primas usadas para os casacos, coletes, calças e calções que compõem a linha, que inclui ainda sapatos, acessórios e joalharia.

«Foi uma coleção bastante pessoal e a nossa marca é também bastante pessoal, por isso quisemos não tanto fazer um desfile mas criar uma história por detrás desta coleção, para mostrar às pessoas a nossa identidade, o que somos como marca», explica ao Jornal Têxtil.

Deste modo, a Ernest W. Baker criou um vídeo para uma apresentação digital, onde mostrou o conceito e a coleção da marca, assim como a cidade onde está atualmente sediada – Viana do Castelo – cuja primeira divulgação decorreu na Semana de Moda Masculina de Paris, a 10 de julho. «Foi algo que sempre quisemos e termos chegado até aí foi bastante enriquecedor e importante para a marca», afirma Inês Amorim.

Aliás, apesar da pandemia, a Ernest W. Baker, que viu a luz do dia em Antuérpia corria o ano de 2017, manteve a mesma direção e objetivos. «Trabalhamos sempre coleção a coleção: nesta coleção queríamos entrar no calendário oficial de Paris e continuar a mostrar a nossa identidade. É só isso que podemos controlar. Agora vamos ver o que acontece depois», acrescenta Reid Baker.

De Paris ao Porto

A estreia no Portugal Fashion, em outubro, foi igualmente relevante. «É muito importante porque já estamos aqui há dois anos e queríamos conhecer e começar a entrar na moda portuguesa», assume Inês Amorim, que conheceu Reid Baker em Milão e trabalhou com ele em diferentes casas de moda, incluindo a Haider Ackermann.

A marca está vocacionada para um consumidor jovem, mas as linhas são clássicas, tal como as usadas pela “musa” da marca, o próprio Ernest W. Baker. Apesar de «dar um pouco para tudo», como descreve a designer, «quando vemos as pessoas que usam, são consumidores um pouco mais jovens, entre os 20 e os 30 anos», aponta.

Já geograficamente, não há fronteiras. «Vendemos para muitos países. Temos lojas nos EUA, na Europa, no Japão, na Coreia do Sul, na China, em todo o mundo», revela Reid Baker ao Jornal Têxtil. Entre os retalhistas estão lojas de renome como a 10 Corso Como, Antonioli, Galeries Lafayette, Ssense e United Arrows.

Apesar desta abrangência de latitudes, os principais mercados encontram-se, todavia, na Ásia, nomeadamente no País do Sol Nascente. «Temos muitas lojas em Tóquio», admite o designer. No fundo, reconhece, «vendemos para todos os mercados que estão interessados em nós. Claro que queremos vender mais na Europa e nos EUA, mas acho que os EUA estão um bocadinho para trás na moda».

As vendas online cresceram com a entrada em Paris, até porque essa presença «ajuda em termos de publicidade, a trazer mais lojas e lojas maiores». Além disso, refere Reid Baker, «este ano não temos showroom em Paris nem loja, vendemos tudo com o showroom digital – não era o que queríamos, mas conseguimos», assume.

A marca, que em 2018 ficou entre os 20 semifinalistas dos prémios LVMH, encontra-se, de resto, «numa altura em que está a crescer», assegura Inês Amorim e, como tal, as metas passam pelo aumento das vendas, mesmo face à atual incerteza. «Os objetivos são continuar a crescer e continuar com a marca. Com a pandemia, pensamos sempre que nunca nada é certo, pensamos sempre no que vai acontecer a seguir, mas é crescer e continuar a fazer coleções», resume Inês Amorim.

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