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Publicado em
18 de mai. de 2020
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14 Minutos
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Especial Miguel Vieira: “Fiz uma tatuagem no corpo que diz ‘fabricado em Portugal' como consta em todas as peças”

Publicado em
18 de mai. de 2020

Após o cancelamento dos desfiles do Portugal Fashion no Porto e da Fashion Week de Milão, Miguel Vieira aguarda a entrega dos tecidos encomendados em Itália, para a coleção de primavera-verão 2021 em stand by, e a abertura de fábricas, para começar a laborar depois do lockdown de quase dois meses.

Apesar de reconhecer que o bloqueio afectou seriamente a economia
portuguesa, para o designer de moda de luxo português este parece ter sido proveitoso, na medida em que “parei completamente e fiz uma coisa que queria há muitos anos e não conseguia que era estar parado”.


Miguel Vieira em passerelle, encimado por projeção de logótipo da marca homónima - Miguel Vieira


Miguel Vieira nasceu em São João da Madeira, uma zona altamente industrializada que registou um grande crescimento, aquando da revolução industrial no século XIX em Portugal. Artesãos especializados em várias áreas, como calçado, chapéus, material escolar, vestuário, etc., vindos de todo o país e do mundo, aí se radicaram e sedimentaram os saberes que se cultivam até hoje.

O atual comendador, designer de moda desde 1986, desenvolve coleções próprias desde 1988 com a marca homónima. A partir daí, não mais parou de crescer e multiplicar as áreas de atuação. Começou pelo vestuário feminino, passando ao masculino no ano seguinte. Seguiu-se o calçado, em 1994 para homem e em 1995 para mulher. Em 1996, lançou a linha de malas e marroquinaria. Hoje, a linha Miguel Vieira Casa, é uma referência nas áreas do mobiliário e decoração, assim como na criação de joalharia e óculos, entre outros.


Documento oficial da atribuiçãodo grau decomendadorquefoi concebido a Miguel Vieira,em 2006 - Instagram @miguelvieiraofficial


FashionNetwork.com: Ser designer de moda foi o sonho? Como aconteceu?
Miguel Vieira: Não. Quando era miúdo queria jogar futebol, ser bombeiro ou astronauta… Gostaria de ter tirado o curso de Arquitectura, ainda hoje o penso. Formei-me em Controlo de Qualidade Têxtil, no Instituto Superior Engenharia do Porto, e comecei a perceber como funcionavam os fios e a matéria-prima e a fazer controlo de qualidade.

FNW: Porquê a Arquitectura?
MV: Tive sempre jeito para desenhar arquitectura e carros.

FNW: E, como se lançou na moda de luxo?
MV: Estive ano e meio a trabalhar numa empresa de vestuário e, depois, criei a própria marca na área de malhas para senhora. Comecei a fazer a coleção Miguel Vieira de malhas e estive um período a trabalhar sem apresentar a coleção em desfiles. Queria apresentar coleções para homem e senhora só com roupa e acessórios meus. Esse foi o meu objetivo e, lentamente, comecei a criar coleções de sapatos, carteiras, lenços, etc. Quando apresentei em passerelle, os looks eram inteiramente meus. Sou um criador de moda e, como tal, tenho de apresentar o total dos pés à cabeça da própria marca.


Desfile da coleçãoMV para aprimavera-verão 2020, na Milano Fashion Week Uomo - Miguel Vieira


FNW: Participa regularmente em feiras italianas, espanholas e francesas e as suas propostas, apresentadas sazonalmente no Portugal Fashion, desfilaram em passerelles tão diversas como Barcelona, Istambul, Lisboa, Lodz, Madrid, Milão, Paris, São Paulo, Uruguai. O Portugal Fashion, no Porto, é sempre o primeiro da lista e aquele que nunca falha. Como encarou o cancelamento repentino, deste ano?
MV:
Não apresentei a coleção no Portugal Fashion, mas estive até ao último dia à espera de poder apresentar a coleção. Tínhamos terminado de carregar os carros, quando recebemos a informação que o desfile havia sido cancelado. Na altura, não havia a perceção da gravidade do vírus, só nas semanas seguintes se tornou perceptível o panorama. Um dia antes do desfile, fui de avião a Lisboa receber o prémio Homem do Ano Lux e no aeroporto não havia controlo. Foi a quarta vez que recebi o prémio Homem do Ano da revista Lux. Já antes, dia nove de fevereiro, regressei da feira têxtil em Milão e também não houve controlo. Passo muito tempo em Itália, os fornecedores são quase todos italianos e exponho lá. Só as empresas de produção são portuguesas de Braga, Coimbra, Guimarães, São João da Madeira.

FNW: As grandes casas da moda têm vindo a cancelar eventos e a fechar lojas por causa do coronavírus COVID-19. Como também fazem doações e os seus CEO's abdicam de salários. A pandemia veio atrapalhar os seus planos? De que forma.
MV:
Dia 16 entrei em layoff e quero abrir, mas as minhas fábricas encontram-se todas em layoff e sem essas aberturas é muito complicado a empresa trabalhar. O problema desta pandemia e bloqueio são situações que se tornam complicadas, por acaso já tinha entregue em janeiro a coleção de primavera-verão 2020, mas as lojas não tiveram tempo para vender e entretanto fecharam.
A coleção outono-inverno 2020/2021 que não lancei no Portugal Fashion, já havia apresentado aos clientes embora não a tivesse distribuído. E, ainda falta ser apresentada a alguns clientes, porque essa coleção é só entregue em agosto e setembro. Entretanto, com o fecho de lojas, os clientes têm muita coisa de verão e não querem passar ao inverno.
Por outro lado, em fevereiro, comprei os tecidos em Milão, as fábricas italianas fecharam e só recebi 20%-30% dos tecidos. A Milano Fashion Week onde ia apresentar a coleção de primavera-verão 2021 está cancelada, e é muito complicado no sentido de quem trabalha com os timmings internacionais. Nem há grandes eventos porque os países estão fechados. A China é a única que parece estar bem, com lojas abertas. Inaugurou, recentemente, uma loja da Hermès que num só dia faturou 2,5 milhões.


Coleção feminina para primavera-verão 2020 - Miguel Vieira


FNW: Qual a ideia do que se poderá passar num tempo pós-COVID-19?
MV: Sobretudo, todos nós estamos muito cansados de estar confinados em casa e de estar muito descontraídos no vestir. Todos nós estamos ansiosos por sair, vestir bem, consumir. Até pode haver um excesso de consumo. As pessoas estão demasiadamente cansadas de andar de fato treino e roupas desportivas, sem acessórios. Estão ansiosas de olhar para o guarda-roupa e vestir com mais requinte.

FNW: Considera a aposta no digital uma boa alternativa?
MV: Não tenho vendas online especificamente. Até hoje estive sempre à frente no que diz respeito às redes sociais e novas tecnologias. O meu objetivo sempre foi que houvesse uma loja exclusiva Miguel Vieira para não se darem confusões. Convidaram-me sempre a abrir online e eu nunca quis por respeito aos clientes. Quando agora deparo que todos os meus clientes a aderiram
ao online e a venderem para o mundo. Eu acho que o vou ter de fazer, só que um site tem de ser muito bem pensado e estruturado. O online é um futuro, mas é preciso ter uma estrutura muito grande e é preciso preparar. Um site é um investimento muito grande.
A ideia é criar uma loja online e depois associar-me a outros grupos que tenham também uma loja online.

FNW: Entramos na segunda fase do desconfinamento, segunda-feira (18 de maio). Portugal abriu quase toda a atividade económica, salvo os centros comerciais a 1 de junho. Quais os planos que se seguem, após quase dois meses de confinamento?
MV: Espero abrir o atelier ainda no mês de maio. Estou à espera que outras empresas associadas abram, no sentido de pôr a maquina a funcionar. Todas as coleções ficaram comprometidas, excepto a de primavera-verão 2021 que não está concluída, ainda estamos a aguardar a chegada da matéria-prima de Itália.

FNW: Não compra tecidos em Portugal?
MV: Também compro têxteis em Portugal, até fiz uma tatuagem no corpo que diz “fabricado em Portugal” como consta em todas as peças. Sou das pessoas que mais luto pelo país, mas em cada coleção utilizo muitos tecidos e tenho de recorrer ao estrangeiro porque é difícil fazer uma coleção só com produtos portugueses. Boas cachemiras , alpacas, etc., são complicadas de encontrar de fabrico português.


Pormenor de cinto com a marca Miguel Vieira - Instagram @miguelvieiraofficial


FNW: Sexta-feira (15), registaram-se 1.190 vítimas mortais e um total de 28.583 doentes. Para se ter a noção da gravidade do surto, segunda-feira (18), os números subiram para 1.231 óbitos e 29.209 infetados.
Concorda com o desconfinamento, estando os números sempre a subir? Considera que estamos a ser bem guiados?
MV:
Concordo, porque a economia do país vai ter muitos problemas especificamente na área da moda. Há outras áreas complicadas, como a restauração. No entanto, acho precipitada a abertura. Compreendo que a economia portuguesa deva andar mas, em primeiro lugar, está a saúde. Compreendo que o Estado está a gastar muito dinheiro, mas há que perceber que por exemplo eu e todos empresários e industriais pagamos seis meses de impostos para ganhar nos restantes seis e, esta, é a altura do Estado tomar outras decisões. Sobretudo porque o português é um povo muito latino de carinhos e afectos. Quando as pessoas da política portuguesa dizem que se pode ir à rua, automaticamente o português se abraça e se beija.

FNW: Fala por experiência própria?
MV: Aconteceu ter uma reunião com luvas, máscaras, distanciamento a dois metros, mas, passado algum tempo, esquecemos. E, a certa altura, já estávamos envolvidos a passar amostras de tecido uns aos outros e a tocar nas mesmas coisas.
Quero acreditar que temos óptimos profissionais na área da política e da saúde, que não estejam a cometer erros.

FNW: Diz o governo que quatro milhões de máscaras serão distribuídas por escolas de todo o país e que haverá álcool em gel suficiente para todos pulverizarem as mãos a qualquer momento. Associou-se, também, à produção de máscaras ou outro equipamento?
MV:
Recebi “50 mil propostas” de empresas para fazer máscaras, mas não o quero fazer como um negócio de ocasião como está a acontecer. Acho inacreditável que, quem faz vestidos de alta costura e sapatos topo de gama, de repente passa a fabricar máscaras. Quero fazer, sim, mas para o público que tenho trabalhado toda a vida, com as normas todas e o design específico e diferente, e com embalagem associada que se reconheça logo a marca Miguel
Vieira. As empresas com que trabalho vão abrir no correr de maio e aí vou e quero fazer máscaras porque nunca fiz. No futuro, as pessoas vão ficar cansadas de máscaras cirúrgicas… É mais um acessório, mas tem de ser pensado, nomeadamente com outros acessórios associados para um segmento de luxo. Os meus clientes internacionais estão todos a pedir.


Coleção masculina para primavera-verão 2020 - Miguel Vieira


FNW: Em que países, a Miguel Vieira está presente?
MV: Estamos presentes em vários países como África do Sul, EUA, Itália, Japão. E, temos 3-5 lojas em cada um desses países numa dimensão pequena.

FNW: E na China?
MV: A marca Miguel Vieira foi registada na China, numa altura em que ninguém queria vender para a China. Descobri-o quando andei a registar a marca por vários países e é inacreditável pois querem 20 milhões de euros pela minha marca. Fizeram o mesmo com grandes marcas internacionais como a Gucci, Louis Vuitton, Prada, etc., e eu sou um sacrificado, com registos ou cópias. Por exemplo, eu não tenho máscaras, mas aparecem máscaras com a minha etiqueta na conta do Instagram @miguelvieiraofficial.
Semanalmente, surge uma contrafação em Carcavelos, Lisboa, Tavira, Vila Real de Santo António, etc., depois apreendem as peças, guardam, queimam e nós temos de estar em cima do acontecimento.

FNW: Como contornou esta situação?
MV: Em cada peça, existe um holograma prata com chumbo  e cada peça tem um número sequencial para se perceber que não é contrafeita. Não há uma única peça que não seja numerada. E só nós é que o praticamos em Portugal, à imagem da Dior, Gucci, Louis Vuitton.


Pormenor de fato e lenço da coleção primavera-verão 2020 de Miguel Vieira, apresentada no Portugal Fashion - Instagram @miguelvieiraofficial


FNW: A sua linha quase sempre minimalista é descrita como casual chic, tendo por base o preto e o branco com apontamentos cinza, em tecidos fluídos e cortes perfeitos, com detalhes de alfaiataria.
MV:
Nos últimos anos, as coleções têm sempre cor e a minha coleção não é o que vemos propriamente no desfile. Depois da coleção pronta, vou buscar algumas peças para o desfile.
Independentemente das coleções terem sempre cor, nos últimos anos fui sempre buscar peças com cor para o desfile. Foi uma estratégia em termos de marketing. Quando não há muito dinheiro para gastar, há que criar estratégias para as pessoas perceberem a marca.
Conseguimos que, em Portugal e internacionalmente, as pessoas reconheçam a Miguel Vieira. Mal observam o logótipo com asas sabem que é a marca Miguel Vieira, quando se fala do preto e branco ou quando se fala de luxo associa-se a MV. Nos desfiles, os homens usam sempre uma aliança em ouro que quer dizer que se “casaram“ com a marca MV. Quando um manequim desfila pela primeira vez, para nós, mostra contentamento porque tem a aliança com a marca. São pequenas coisas que vão construindo a marca, como fiz ao longo dos anos.

FNW: E, como surgiu o logótipo?
MV: O logótipo tem também muitos anos. Está relacionado com um pássaro que eu gostava muito e morreu. Coloquei as asas dele perto de um candeeiro e daí nasceu o logótipo, com uma luz que ilumina a marca, uma luz forte que ilumina a marca.


Pormenor do logótipo aplicado em denim - Instagram @miguelvieiraofficial


FNW: A marca Miguel Vieira está assim registada em inúmeras categorias, e espalhada um pouco por todo o mundo (roupa de homem, senhora e criança, jóias, sapatos, marroquinaria, mobiliário, óculos, underwear, entre outras). Em que lojas se podem adquirir as suas peças.
MV:
Só vendemos para lojas multimarca. Já tivemos duas experiências em exclusivo, mas os proprietários não se portaram muito bem, fugiram com o dinheiro. Ficavam em Matosinhos e em Lisboa na avenida da República. Foi o grupo que comprou a Camisaria Moderna e nunca a pagou, a mim fizeram igual, e eu sofri muito com isso, mas tenho dado a volta e tenho conseguido resolver todas as situações.

FNW: Em 2006, foi distinguido com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique e com a Medalha de Mérito Municipal de Ouro, atribuída pela Câmara Municipal de São João da Madeira. Em 2009, recebeu o Prémio Infante D. Henrique na categoria de Inovação, galardões que junta aos Globos de Ouro para a Personalidade do Ano e Melhor Designer na categoria de moda, respetivamente em 2007 e em 2012. Em 2017, foi agraciado com o prémio Homem do Ano da GQ Portugal na categoria de melhor designer nacional. Que outros prémios de mérito se podem juntar à lista? Enche-o de orgulho ser, porventura, o designer de moda português mais agraciado e reconhecido?
MV:
Em Portugal já recebi quase todos prémios e distinções, que são sempre Benvindos porque a equipa fica muito motivada e os clientes também, os prémios são muito bons para dividir por todos. Temos tido um óptimo reconhecimento e as empresas de produtos diferentes querem associar-se a nós. Muitas delas não aceito porque os produtos não se identificam com o ADN da marca. Mesmo trabalhando elas com funcionários e designers altamente qualificados, convidam-nos, como no caso do mobiliário. Somos muito “assediados” pela indústria para lançar produtos porque olhamos para os produtos de maneira diferente. Lançamos mobiliário e continuamos a fazer, óculos de sol e receituário, joalharia de ouro com diamantes, sapatos e carteiras para homem e senhora, etc.


Calçado para homem da coleção outono-inverno 2021 - Instagram @miguelvieiraofficial


FNW: E, para quando fica agendada a arquitectura?
MV: Gosto muito de arquitectura, mas não queria para exercer, gosto como escola e claro poderia aprender muito tirando o curso. O problema é ser um curso trabalhoso e eu não ter tempo quase para dormir. Mas, até já fiz várias trabalhos nessa área.

FNW: Sobre o percurso que desenhou a caminho da internacionalização que é hoje um dado adquirido: No ano de 1991 expôs pela primeira vez uma coleção em todos os salões da Expofashion da Filmoda; Em 1996, marcou presença em diversos eventos, como a Moda Lisboa, Porto Moda e salão Modacalzado, em Madrid, entre outros; Em 1997 colocou as coleções nas principais capitais da moda, como sejam Atenas, Londres, Madrid, Milão e Paris (na Europa), Istambul, Nova Iorque, Tóquio; Expôs também no Portugal Fashion, Moda Lisboa, Filmoda, Porto Moda, Vestir o Milénio, etc.; Em 1998, marcou presença em diversas feiras de calçado (Midec em Paris, MICAM em Milão, etc.); Apresentou as coleções na New York Fashion Week, na São Paulo Fashion Week, na Milano Fashion Week Uomo, na Barcelona Fashion Week e na Madrid Fashion Week, entre outras. De todas estas participações, qual ou quais o marcaram para sempre? Quer partilhar algumas das estórias?
MV:
Antes fazia a Fashion Week de Milão para homem, a NY Fashion Week para senhora, e o Portugal Fashion para homem e senhora; atualmente, só Milão e Porto. A Mozambique Fashion Week, em Maputo, acontecia uma vez por ano. Sou convidado para apresentar a coleção em vários países de leste, como a Croácia, Moscovo, Polónia, Sérvia, Ucrânia e muito mais, mas não tenho tempo na agenda. Primeiro porque sou um convidado estrangeiro, tenho um certo assédio da imprensa e é uma forma económica de promover a minha coleção. Como por exemplo, a São Paulo Fashion Week, não tem o estatuto de Milão, mas é uma grande fashion week.

FNW: Em 2004, o seu percurso como estilista foi motivo de um convite do Biography Channel para realizar a sua biografia. Como aconteceu e o que envolveu?
MV:
Foi um Biography Channel que passa internacionalmente e deu-me muito gozo fazer. Pensei publicar um livro dos 25 e 30 anos de marca, mas o tempo corre de forma tão repentina que não o consegui fazer. Há pouco tempo, o canal História, convidou várias personalidades de 20 áreas diferentes para cada uma falar da vida. O canal História criou uma cápsula do tempo onde se coloca uma peça de eleição dessas personalidades que é guardada num cofre e só aberta dentro de 20 anos. Apenas daqui 20 anos, vão saber o que eu escrevi no papel que está na cápsula. Passou internacionalmente, há um ano.


Mochila da coleção MV para primavera-verão 2020 - Instagram @miguelvieiraofficial


FNW: O que o motiva hoje?
MV: Neste momento, parei completamente e fiz uma coisa que queria há muitos anos e não conseguia que era estar parado. Só para ter uma ideia da agenda complicada, fizemos o almoço de Natal do atelier em fevereiro. E parar era algo que eu queria fazer para pensar, refletir e organizar as coisas. Organizar aquela gaveta que nunca se arruma. Sou organizado demais e estou a aproveitar o momento não só na moda, para poder estar com os meus gatos, relaxado, sem grandes problemas.
Aproveitar para descansar.
 

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