Reuters
Novello Dariella
30 de mar de 2020
EssilorLuxottica vê impacto no segundo trimestre e descarta previsões
Reuters
Novello Dariella
30 de mar de 2020
A EssilorLuxottica, fabricante de óculos de marcas como Ray-Ban, descartou as directrizes financeiras anteriores e alertou que, o segundo trimestre, será impactado com a crise do novo coronavírus. A empresa anunciou, também, que suspendeu os investimentos e produção em algumas fábricas.

"No momento, a empresa não tem visibilidade suficiente para oferecer uma avaliação final de todo o impacto do COVID-19, pois a situação permanece volátil", disse a fabricante de óculos num comunicado à imprensa, acrescentando que: "No segundo trimestre, a companhia espera que a receita desacelere ainda mais, com um impacto significativo nos lucros”.
A EssilorLuxottica havia projectado, no início de março, que as vendas aumentariam entre 3% e 5% em 2020.
Neste âmbito, a empresa está a implementar um plano de contingência que inclui medidas de controlo de custos e caixa, adiando iniciativas de investimento não cruciais e ajustando a capacidade global para atender à demanda atual.
No entanto, o vice-presidente executivo, Hubert Sagnieres, mostra-se optimista com as oportunidades de recuperação da empresa após o término da crise. "O negócio da óptica, e especificamente das lentes, é o muito resistente - se a visão mudar, são necessários novos óculos ou lentes de contacto", disse Sagnieres, no programa da televisão francesa BFM Business, acrescentando que a atividade do grupo está intimamente ligada à reabertura de lojas em países como Espanha, França e Itália, que tiveram de ser fechadas para tentar conter a pandemia.
O comércio electrónico da empresa também está a crescer.
De acordo com Hubert Sagnieres, a EssilorLotottica tem uma forte posição de caixa, depois de começar o ano com cerca de 6 biliões de euros disponíveis. Além disso, segundo Sagnieres, o grupo poderia utilizar 4 biliões de euros, se necessário.
As fábricas da empresa em França e Itália fecharam temporariamente, mas o grupo disse que a produção está a ser mantida graças às fábricas na China que foram reabertas, e a pequenos laboratórios e oficinas noutros locais.
A EssilorLuxottica ainda não decidiu se cancelará o pagamento de dividendos. As empresas francesas estão a ser pressionadas, pelos sindicatos, para renunciarem a pagamentos aos acionistas durante a crise do coronavírus COVID-19.
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