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AFP-Relaxnews
Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
13 de dez. de 2022
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Estará o mercado de segunda mão a distanciar-se da fast fashion?

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AFP-Relaxnews
Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
13 de dez. de 2022

Algumas plataformas de compra e venda de peças de segunda mão parecem estar a afastar-se cada vez mais dos gigantes de fast fashion, e agora está claro o porquê. De acordo com um novo estudo, as marcas de fast fashion são algumas das mais populares nas plataformas de revenda, com milhões de itens disponíveis, alimentando um padrão crescente de consumo excessivo.


Segundo um novo estudo, as marcas defast fashionsão algumas das mais populares nas plataformas de revenda - AFP


As compras em segunda mão desfrutam de uma popularidade sem precedentes desde o início da pandemia, como uma alternativa sustentável à compra e, portanto, ao fabrico de novos produtos. No entanto, este novo hábito de consumo, privilegiado pelas gerações mais jovens, entre outros grupos populacionais, tem alguns limites.

Embora os benefícios das compras de segunda mão estejam bem documentados, o mercado de revenda pode levar ao consumo excessivo em alguns casos. Alguns compradores podem já não hesitar entre dois tamanhos, por exemplo, ou podem não se importar com a frequência com que a roupa será usada, simplesmente pela facilidade com que pode ser revendida. Isso é reforçado pela presença de marcas de moda de baixo custo em plataformas de revenda, onde evidentemente parecem (muito) populares.

A Zara é a marca mais popular no mercado de segunda mão



De acordo com um relatório do site de cupons e descontos Savoo, publicado pelo Women's Wear Daily (WWD), a Zara é a marca mais popular nas plataformas de revenda, com nada menos do que 670.000 itens disponíveis para compra nos sites mais populares, isso sem considerar os negócios de usados físicos. A marca do grupo espanhol Inditex parece ter sucesso num grande número de plataformas de segunda mão, a começar pela Depop, uma aplicação particularmente popular entre a Gen Z, onde são oferecidos 439.696 dos seus itens. Os produtos da marca também podem ser encontrados na Ebay, Asos Marketplace e Vestiaire Collective.

No entanto, na última Black Friday, dia dedicado ao consumo, a Vestiaire Collective decidiu enviar uma mensagem clara à indústria da fast fashion. A plataforma de revenda de luxo anunciou a intenção de banir as marcas de fast fashion, decisão justificada pela necessidade de combater o consumo excessivo de artigos de baixa qualidade que muitas vezes vão parar ao lixo sem uso ou com pouquíssima utilização.

Segundo o relatório, a Zara não é a única marca popular em plataformas de segunda mão. Com base no volume de produtos listados, a Nike, Adidas, H&M, Victoria's Secret, Asos, Levi's, Louis Vuitton, Gucci e Chanel também estão entre as marcas mais populares.

Mas como é que as roupas de segunda mão podem levar ao consumo excessivo? Os preços baixos e a necessidade de os jovens renovarem os seus guarda-roupas são muitas vezes os dois principais impulsionadores, deixando a questão ambiental para segundo plano. No entanto, existem alguns hábitos que podem ajudar as pessoas a adotar um comportamento mais ecológico. A começar pelo desafio “30 Usos”, que convida o consumidor a usar uma peça de roupa pelo menos 30 vezes antes de a deitar fora, uma ótima forma de testar se era mesmo necessário comprá-la.
 

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