A Estée Lauder Cos Inc anunciou, na quarta-feira (3 de maio), que prevê uma forte queda nas vendas e lucro para o ano inteiro, decepcionando Wall Street; que esperava melhores resultados na recuperação do retalho de viagem após o fim das restrições relacionadas com o surto de COVID-19 globalmente e na China. 

As ações da empresa caíram cerca de 16% nas negociações de pré-mercado depois que a Estée Lauder citou uma recuperaçãoj mais lenta do que o esperado no retalho de viagem na Ásia e no seu principal mercado, a China, para a última rodada de cortes nas suas previsões anuais.
 
Em contraste, as suas rivais europeias LVMH e L'Oréal registaram um aumento nas vendas no primeiro trimestre, impulsionadas por uma recuperação na procura na China.

Lauren Lieberman, analista do Barclays, disse em comunicado que a previsão de lucros da Estée Lauder era "a última" que esperavam e que os comentários sobre o retalho de viagens na Ásia levantam questões sobre quanto "controlo ou visibilidade" a empresa tem nas suas vendas no mercado através deste canal.
 
A Estée Lauder disse que, embora os principais distritos comerciais, como Hainan e Coréia, tenham aumentado o tráfego de pessoas, a conversão de viajantes em consumidores de beleza de luxo foi fraca.
 
Apesar de a China ter diminuído as restrições relacionadas com a pandemia, a empresa viu janeiro de 2023 pressionado pelo baixo tráfego retalhista e pelo desabastecimento das lojas devido ao aumento dos casos de COVID-19.
 
As vendas da fabricante dos batons MAC também foram afetadas nos trimestres anteriores pela redução de stock dos seus produtos pelos retalhistas dos EUA, mas registou um aumento de 6% nas vendas líquidas orgânicas nas Américas, indicando uma procura constante pelas suas fragrâncias Jo Malone e pelas suas bases Bobbi Brown.
 
Os ganhos da empresa permanecem sob pressão de um dólar mais forte, já que ass suas operações abrangem todo o mundo e convertem moedas estrangeiras em dólar.
 
A Estée Lauder espera que as vendas líquidas para o ano de 2023 caiam de 10% a 12%, em comparação com a previsão anterior de queda de 5% a 7%. Também espera que o lucro por ação ajustado caia 50%-51%, contra o declínio de 27%-29% que esperava anteriormente.
 
No entanto, a empresa superou as expectativas de vendas para o terceiro trimestre, mas não as de lucro.