
Helena OSORIO
4 de jan. de 2023
Estudo diz que moda é sector que pode beneficiar mais com aposta na economia circular

Helena OSORIO
4 de jan. de 2023
A AICEP, em colaboração com o FutureCast Lab do ISCTE, acaba de publicar um estudo no site Portugal Exporta sobre um novo capítulo para a moda que beneficia das práticas da economia circular, apostando na reutilização, reparação e reciclagem dos materiais; assim como das vendas que aumentam em novos canais, como as redes sociais, elevando o comércio social a uma tendência também relevante para o sector.

Sobre a moda circular, a AICEP aborda a interligação entre os conceitos de economia circular e a produção de vestuário que quase duplicou nos últimos 15 anos.
“Moda Circular implica o aproveitamento de todos os materiais usados na produção, do tecido às linhas e outros componentes, e exige o envolvimento de toda a cadeia de valor, da produção ao marketing e pós-venda, de forma a aumentar o ciclo de vida dos materiais”, diz. Um objetivo que se tem vindo a revelar fulcral para as empresas e para os clientes interessados em reduzir o consumo de fast fashion.
Ainda segundo o Online Clothing Study, publicado em 2020, os consumidores desperdiçam, a nível global, mais de 450 mil milhões de dólares ao deitar fora peças ainda possíveis de serem utilizadas.
De entre uma série de etiquetas de todo o mundo, destacam-se a marca portuguesa de pranchas de surf Xtreme Surf Design que utiliza poliéster reciclado, obtido a partir de garrafas de plástico, para produzir sapatos desportivos e chinelos; assim como a Buzina de igual origem, que apresenta em cada coleção 20 peças de tamanho único com materiais recuperados a partir de outras fábricas que seriam desperdiçados.
O comércio social nas empresas de moda explica-se com a importância das vendas através das redes sociais, atualmente muito significativas no sector do vestuário.
“Ao abordar o potencial do comércio social e as suas implicações para a gestão e o marketing, esta análise sublinha as semelhanças entre o chamado e-commerce e o comércio físico, na medida em que ambos permitem uma interação próxima entre vendedor e consumidor”, acrescenta a AICEP, frisando que, de acordo com o estudo da Accenture, Why Shopping’s Set for a Social Revolution, as vendas globais deverão aumentar de 500 mil milhões de euros em 2021 para 1,4 biliões em 2025, no que respeita a comércio social.
“Como exemplo de utilização do comércio social são apresentados os casos da MVMT, que vende acessórios como relógios e óculos de sol a um público jovem e sobretudo através das redes sociais, da retalhista Asos que comercializa mais de 850 marcas e envia artigos para 196 países, e da Barbour, fabricante de vestuário para pescadores e marinheiros, que desenvolveu uma estratégia que permitiu aumentar as vendas através do Instagram em 42%”, remata.
Estes relatórios divulgados no projeto Tendências em Gestão e Marketing Internacional, foram desenvolvido pela AICEP em colaboração com o FutureCast Lab do ISCTE-IUL, podendo ser consultados em MyAICEP.
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