Euratex lança programa de cooperação com indústria têxtil da Ucrânia
A confederação europeia da indústria têxtil Euratex anuncia o lançamento da iniciativa EUTI, ou EU-Ukraine Textile Initiative. Uma abordagem cujo objetivo é facilitar a cooperação entre empresas de têxtil e vestuário europeias e ucranianas.

A iniciativa é lançada em conjunto com a Ukrlegprom, a associação ucraniana de empresas da indústria têxtil e do couro. A coordenação das duas federações é entregue a Olena Garkusha, especialista da indústria têxtil que evoluiu no mercado ucraniano e agora se encontra sediada em Bruxelas.
Dirk Ventyghem, diretor-geral da Euratex, explicou: "Apoiar a indústria têxtil é a nossa forma de ajudar o povo ucraniano. Encorajamos os nossos membros europeus a conectarem-se via EUTI e a desenvolverem parcerias duradouras." Por seu lado, Tetyana Izovit, presidente do conselho de administração da Ukrlegprom, sublinha a força do têxtil ucraniano em termos de know-how e trabalhadores qualificados. "(As nossas empresas) estão aptas e dispostas a trabalhar com a UE, mas carecem de contactos, clientes e suprimentos."
As ligações entre as fileiras têxteis da UE e da Ucrânia estão longe de ser triviais. Os números mais recentes das alfândegas europeias mostraram que em 2021 a Ucrânia era o 19.º fornecedor de vestuário da UE (339 milhões de euros) e também o seu 19.º fornecedor têxtil (164 milhões de euros).
Para a UE, a Ucrânia é também um mercado de exportação notável. No ano passado, o país foi o 11.º maior importador de vestuário europeu (616 milhões de euros) e ficou em 9.º no ranking de países clientes do têxtil europeu (675 milhões de euros).
"É possível alargar esta relação, tanto a curto prazo - para responder a necessidades urgentes, por exemplo em matéria de tecidos militares e médicos -, mas também a mais longo prazo", salienta a Euratex. "Como parceiro da PEM [Convenção Pan-Euro-Mediterrânica], a Ucrânia pode desempenhar um papel importante na cadeia de aprovisionamento de têxteis e vestuário da Europa. A suspensão dos direitos aduaneiros sobre os produtos importados da Ucrânia proposta pela UE proporcionará novas oportunidades."
O anúncio do programa UE-Ucrânia surge num contexto complexo para a indústria europeia. Mesmo antes da guerra, a Euratex fez soar o alarme sobre o aumento dos custos da energia (eletricidade, gás, etc.), que prejudicou a rentabilidade de certas etapas de produção. As empresas precisam também de jogar com os custos crescentes do transporte induzidos pela crise sanitária e, desde então, reforçados pelos voos mais longos a partir da Ásia e pelo congestionamento dos portos chineses. Uma série de fatores que levam as marcas a aumentarem os seus preços, numa altura em que o consumo marca o passo na Europa, em resposta à inflação.
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