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17 de mar. de 2022
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Euratex quer apoio para crise energética

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Portugal Textil
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17 de mar. de 2022

A atual guerra está a inflacionar os custos energéticos e a colocar mais um problema às empresas da indústria têxtil e vestuário, pelo que a confederação pede aos Governos mais apoio para o setor. Portugal já anunciou uma linha de crédito e aguarda aprovação europeia para outras medidas.



Apesar do apoio da indústria às sanções em vigor contra a Rússia, a Euratex destaca que as empresas correm o risco de ter de parar a sua produção se os preços da energia e do gás continuarem a subir.
 

A crise energética, que começou no final do ano passado, tem vindo a agravar-se nas últimas semanas, indica a confederação europeia do têxtil e vestuário. «Os preços de energia, gás e petróleo dispararam. De acordo com a Reuters, os preços de referência do gás europeu no Dutch TTF subiram 330% no ano passado, enquanto os contratos de referência de energia alemães e franceses mais do que duplicaram», refere a Euratex em comunicado.

A indústria têxtil e do vestuário enfrenta, por isso, uma situação «sem precedentes», aponta a confederação, que afirma que «muitas empresas estão a considerar encerrar a produção por causa dos custos de energia».

A Euratex sublinha que apoia as medidas tomadas pela UE no conflito ucraniano-russo, mas pede à União Europeia e aos estados-membros que compensem a situação apoiando as suas indústrias. «As empresas precisam de acesso a energia a preços razoáveis, sejam eles subsídios, a eliminação das taxas ambientais ou do IVA das faturas e estabelecimento de tetos máximos para os preços. A transferência para fontes de energia renováveis ​​e mais limpas tem de ser acelerada para garantir uma menor dependência. Mas, é um longo processo que não pode ser alcançado nos próximos meses. É por isso que a Europa deve analisar urgentemente as opções disponíveis para controlar estes choques de mercado», considera.

Governo português anuncia medidas

Em Portugal, o Governo, através do Ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, anunciou a 14 de março uma nova linha de crédito, batizada “Apoio à Produção”, com uma dotação de 400 milhões de euros e cobertura de 70% do crédito, num prazo de até oito anos, com 12 meses de carência de capital.

Esta linha de crédito de financiamento adicional à economia tem como destinatárias as empresas que operam na indústria transformadora e nos transportes, tendo como requisitos que tenham um peso igual ou superior a 20% nos custos energéticos de produção, um aumento do custo de mercadorias vendidas e consumidas igual ou superior a 20% e uma quebra da faturação operacional igual ou superior a 15% «quando resulte da redução de encomendas devido a escassez ou dificuldade de obtenção de matérias-primas, componentes ou bens intermédios».

O financiamento está disponível a partir desta quinta-feira, 17 de março, junto das instituições bancárias aderentes. «O Governo, com estas e outras medidas que venha a tomar, pretende proteger a atividade económica, mitigando as sérias consequências geradas pela invasão militar da Rússia contra a Ucrânia», revela em comunicado.


O Governo tem ainda outras medidas equacionadas que estarão dependentes da aprovação da Comissão Europeia, nomeadamente a redução temporária da taxa de IVA sobre os combustíveis e um quadro temporário de auxílio às empresas, que poderá incluir apoios a fundo perdido.



 

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