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31 de jan. de 2020
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Eureka Shoes vai fechar todas as suas lojas em Portugal

Publicado em
31 de jan. de 2020

A empresa portuguesa de calçado Eureka Shoes, com sede em Vizela, anunciou através do seu site que a sua rede de lojas, que atualmente conta com mais de uma dezena de pontos de venda, se irá “desconectar gradualmente” ao longo das próximas semanas.


O site da empresa recebe os visitantes com a frase “Eureka is disconnecting”

 
O site da Eureka Shoes recebe os visitantes com a frase “Eureka is disconnecting” (Eureka vai desligar-se) e com um comunicado no qual é anunciada a decisão de por fim à experiência no retalho, que começou há uma década. O comunicado, que foi também partilhado esta semana nas redes sociais da empresa, faz saber que “todos os pontos de contacto ficarão entretanto desativados”, sendo que qualquer contacto deverá ser feito através de e-mail.

“Nunca sabemos como nos despedir, sentimos sempre desconforto”, pode ler-se no comunicado, onde a empresa revela que esta despedida fecha o “ciclo de vida da rede de lojas Eureka”. Agradecendo a colaboradores, clientes, parceiros e fornecedores, a empresa revela um “sentimento de orgulho” pelo percurso a retalho traçado nos últimos 10 anos: “Pelas conquistas, pelas aprendizagens, pelos sorrisos, pelas cumplicidades, pelas dores, pelas partilhas, pelas perdas, pelo arrojo, pela união que vivemos, pelos festejos, pelas celebrações, pela ousadia, pela coragem, pela irreverência, trabalho e dedicação que demos e vivemos em toda a rede de lojas.”


A Eureka Shoes começou a sua aventura na venda a retalho há dez anos - Fotografia: Facebook Eureka Shoes


Embora a empresa se tenha escusado de incluir no seu comunicado o motivo para o encerramento da rede de lojas, em declarações ao jornal Eco, José Nogueira, advogado de Alberto Sousa, fundador da Eureka Shoes, adianta que “a verdade é que não há capacidade financeira no modelo atual da empresa para responder às necessidades que o retalho tem em termos financeiros”.

As dificuldades da empresa de Vizela terão começado em 2018, e, no ano seguinte, uma dívida de 22 milhões de euros a 622 credores forçou a entrada num Processo Especial de Revitalização (PER). Segundo José Nogueira, uma das medidas desse PER “implicava reduzir cerca de uma dezena de lojas”. Dadas as condições financeiras, “foi tomada a decisão de fechar todas as lojas que não tinham contributo positivo para o EBITDA”, explica o advogado ao Eco, acrescentando que, no entanto, as dificuldades sentidas no setor em 2019 levaram a que as lojas Eureka, que já “apresentavam alguma fragilidade”, não tivessem desempenhos positivos.

Garantindo ao Eco que a fábrica da empresa em Vizela irá permanecer em funcionamento, o advogado indica que, embora estes encerramentos afetem 32 postos de trabalho, “a empresa não teve de recorrer ao despedimento coletivo e a grande maioria dos trabalhadores conseguiu ser absorvido por outras empresas do grupo”.

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