Por
Portugal Textil
Publicado em
17 de out. de 2022
Tempo de leitura
3 Minutos
Download
Fazer download do artigo
Imprimir
Text size

Eurodavil cria marca para private label

Por
Portugal Textil
Publicado em
17 de out. de 2022

Com uma taxa de exportação quase de 100%, a Eurodavil quer ser reconhecida pelo saber fazer com a sua marca Valuni. A empresa de calçado, que evoluiu dos sapatos clássicos para os sneakers, trabalha para reconhecidas marcas não só europeias mas também japonesas e australianas


David Braga


Com mais de 40 anos de atividade e um volume de negócios de cerca de 10 milhões de euros, a Eurodavil criou a marca Valuni com o objetivo de captar clientes private label. «Somos bons a fabricar para outros e foi essa a estratégia que adotamos a uma determinada altura e com bastante sucesso», afirma o diretor comercial David Braga.

Os sneakers são hoje a estrela da casa da empresa da Arrifana, que sempre soube evoluir em direção às pretensões dos seus clientes. «Sempre tivemos uma mais-valia que foi, e continua a ser, a flexibilidade em termos de produção. Temos a possibilidade de fazer várias construções e adaptamo-nos muito bem à necessidade do mercado e dos clientes, portanto, sabemos fazer bem o casual, o clássico e o desportivo», revela ao Portugal Têxtil.

A média de programação semanal da Eurodavil situa-se entre os 4.000 e os 4.500 pares de sapatos, que são produzidos pelos cerca de 130 trabalhadores. O destino dos sapatos de segmento medio/alto são marcas de vários cantos do mundo. «O mercado europeu é importante, sobretudo o Reino Unido e a Escandinávia», destaca o diretor comercial. A par destes mercados, «trabalhamos com marcas americanas que não são conhecidas, mas que representam um bom negócio para a empresa. Marcas no Japão e na Austrália, por exemplo», acrescenta.


A Eurodavil criou a marca Valuni com o objetivo de captar clientes private label


Com vista a uma maior eficácia em termos energéticos e produtivos, a Eurodavil investiu recentemente 2 milhões de euros em painéis fotovoltaicos, maquinaria nova na linha de montagem, no sector de corte automatizado e aspiração central. Tudo isto «no sentido de flexibilizarmos ainda mais a produção, atrair gente nova para a indústria», aponta David Braga, que apesar de não ter tido problemas na contratação de novos recursos humanos, tem levado a cabo um conjunto de mudanças «para que os trabalhadores tenham um ambiente de trabalho bom, limpo e tecnologicamente avançado, para atrair os melhores e quem queira mesmo trabalhar», salienta.

A par disto, a empresa tem um projeto em desenvolvimento com o Centro Tecnológico do Calçado para produzir de forma mais sustentável. «Trata-se de um projeto que já está aprovado e vamos agora iniciar dentro de dias. Permitirá ensinar às pessoas a produzir de uma maneira mais sustentável e aplicar algumas técnicas de combate ao desperdício para que possamos provar aos clientes que os sapatos são feitos realmente sustentáveis», explica o diretor comercial.

Apesar da carteira de clientes da Valuni não solicitar muito peles de origem vegetal, a marca tem lançado linhas alternativas, sobretudo com o recurso a solas e tecidos reciclados.  «Na nossa empresa, e os nossos clientes, o produto principal continua a ser a pele animal. Mas noto que as marcas têm necessidade de começar a incorporar algo, ou contar alguma história nesse sentido, mais sustentável», considera David Braga, que antecipa um «2023 com boas perspetivas de negócio».

Copyright © 2024 Portugal Têxtil. Todos os direitos reservados.