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15 de jul. de 2022
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Exportação de roupa e calçado Made in Portugal sobe 30%

Publicado em
15 de jul. de 2022

As exportações portuguesas de calçado e de vestuário registam um boom, com crescimentos homólogos acima dos 30%. No entanto, e embora os números entusiasmem os industriais, não deixam de gerar uma preocupação, atendendo aos "níveis absurdos" do absentismo em Portugal.


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Segundo o jornal digital Dinheiro Vivo, nos primeiros cinco meses do ano, a indústria de vestuário destinou ao exterior bens no valor de 1468 milhões de euros, mais 17,9% do que no período homólogo. É porém de destacar o vestuário de tecido, que foi o mais afetado pela pandemia, agora a crescer 32,1%, para mais de 400 milhões de euros.

César Fontes Araújo, o presidente da Associação Nacional do Vestuário (ANIVEC), aborda um sinal de retoma da normalidade, informando que "o crescimento das vendas do vestuário formal que traduz um sentimento de confiança e de normalidade", diz explicando que isto se traduz no regresso "aos eventos sociais, aos casamentos e batizados. É um bom sinal", garante ainda Fontes Araújo.

Note-se que, mesmo assim, em comparação com igual período de 2019, o vestuário de tecido ainda não recuperou totalmente, estando em falta cerca de 20 milhões de euros para atingir os valores pré-pandémicos, com as vendas para a União Europeia a caírem 12,5% e a penalizarem a performance global, como alerta também o periódico português.

Contudo, os mercados extracomunitários estão a crescer 44,5% e a ANIVEC não duvida que, até ao final do ano, os números pré-pandemia serão "completamente ultrapassados", embora Fontes Araújo mantenha uma "grande preocupação" com os efeitos do absentismo nas empresas, que se situa nos 15% a 20%, como diz.

"Portugal não tem falta de trabalhadores, temos falta é dos nossos trabalhadores, que estão em casa, e isso é uma vergonha. Não podemos ter 20% da população doente, ou então temos um problema grave de saúde pública", reforça.
 
Já no calçado, os níveis de absentismo situam-se na mesma ordem de grandeza, muito impulsionados "pelos casos de COVID-19 e situações relacionadas", diz Paulo Alexandre Gonçalves, o diretor de Comunicação da APICCAPS, considerando que "a pandemia não está ainda controlada".

"Os negócios estão a correr bem, a indústria tem uma carteira de encomendas significativa para os próximos meses, mas a verdade é que há diversos imponderáveis que de todo não controlamos", releva Gonçalves, que aponta não só o absentismo, mas também os efeitos da guerra, mormente ao nível do aumento do custos das matérias-primas e do disparar da inflação.
 

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