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Exuberância em Milão com Tomo Koizumi, Vitelli e Shuting Qiu
A Milano Fashion Week (MFW) conseguiu mais uma vez chamar a atenção para novas visões criativas, pensadas por designers inventivos, que se posicionam no mercado com projetos originais e relevantes. Desfilando no mesmo dia de Giorgio Armani, no domingo (26 de fevereiro), a japonesa Tomo Koizumi destacou-se com suas criações monumentais, a italiana Vitelli com as malhas experimentais de Mauro Simionato e a chinesa Shuting Qiu com a sua moda enérgica e alegre.
Tomo Koizumi: homenagem punchy à D&G
Cores pop e apelativas, avalanche de organza e cetim franzido, volumes exagerados... Um desfile enérgico e exuberante, foi apresentado este fim-de-semana por Tomo Koizumi numa clara homenagem à Dolce & Gabbana, que apoiou o jovem estilista nesta temporada, tanto logisticamente como criativamente. Assim como aconteceu na temporada passada com o britânico Matty Bovan, presente no desfile para incentivar o colega.
O estilista japonês pôde, assim, vasculhar os arquivos da marca de luxo milanesa, reciclando belas sedas estampadas com reconhecível iconografia siciliana, brincando com o emblemático vestido preto ou mesmo recuperando espartilhos feitos de fitas multicoloridas. Koizumi adicionou mangas com folhos de tecidos multicamadas arco-íris, longas caudas de tule ou mangas bouffantes.
Esta colaboração permite que Tomo Koizumi evolua o seu estilo, deixando os seus looks totalmente vaporosos para explorar novos materiais, silhuetas, técnicas e cores. Em particular, nesta coleção para a estação de outono-inverno 2023/24, usa quilómetros de tecidos de cetim brilhantes que reúne em volumosas construções tridimensionais, criando gradações de cores impressionantes.
Mas ainda é nas suas criações escultóricas com toque couture em organza de poliéster que o estilista dá o melhor de si. Transforma essas nuvens de folhos e reúne em cores fluorescentes (amarelo, laranja, turquesa, rosa, lilás), incríveis vestidos de crinolina ou conjuntos de Harlequin. Chega a fazer uma manta gigante com as cores do arco-íris usada por cinco modelos em fila única para um efeito chenille surpreendente.
Criatividade e experimentações de denim na Vitelli
A Vitelli, uma das novidades mais interessantes do Made in Italy, apresentou no domingo uma coleção muito tátil centrada na riqueza das texturas, através de um cativante desfile misto. “É o nosso primeiro desfile de verdade”, confidencia nos bastidores o fundador e diretor criativo Mauro Simionato, grande especialista em malhas, que se estreou nas passerelles milanesas em setembro de 2021. Saía do improviso e dos castings internos. Desta vez, tudo é muito mais construído e estruturado. E o incrível trabalho de pesquisa da marca muito mais valorizado.
O criador continua as suas experiências, enquanto amplia o seu espectro. "Pela primeira vez, usamos o denim via stock adormecido, que foi misturado com a seda e amaciado nas nossas máquinas têxteis, ficando com uma aparência de feltro. Isto permitiu-nos completar o look total escapando um pouco da malha", explica. Também usou tecidos de lã frescos, que ficaram macios por raspagem.
A malha mantém-se naturalmente predominante, trabalhada através de todo o tipo de tratamentos e técnicas de mistura numa série de peças únicas. Os vestidos vazados deslizam suavemente de um ombro, assumindo uma forma assimétrica. Um blazer de malha é deformado pelas ondas de um jacquard com fios mistos. Cordões coloridos são inseridos num poncho com malhas delicadas e finas, quase transparentes, feitas em crochet. Os casacos são feitos em retalhos de diferentes lãs e pontos. Um cardigan em jacquard waffle verde cáqui assemelha-se a musgo de vegetação rasteira.
"A nossa moda está ligada à rua, às subculturas e à arte. Partimos do tecido para depois construirmos o guarda-roupa. Na verdade, é como se fizéssemos duas coleções, uma têxtil, depois a outra roupa. É a nossa singularidade. Tentamos criar um estilo", resume Mauro Simionato, que trabalha com uma dezena de artesãos criativos. Distribuída para cerca de 20 endereços importantes em todo o mundo, a Vitelli colaborou recentemente com a marca americana Collina Strada criando tecidos especiais regenerados a partir de fios recuperados para a estilista Hillary Taymour, que se destacaram na última New York Fashion Week.
Exuberância pop para Shuting Qiu
Ausente durante três temporadas, Shuting Qiu retorna às passerelles milanesas com uma coleção elegante e punchy particularmente bem-sucedida. Cores, motivos, estampas e decorações estão presentes da cabeça aos pés através de uma explosão de texturas a um estilo exuberante, ao mesmo tempo pop e rico. A jovem designer chinesa começa com os seus icónicos collants e macacões de nylon com múltiplos desenhos e estampados (também disponíveis em luvas compridas), que associa a peças de vestuário em patchwork, muitas vezes meias a condizer, realçadas por preciosos ornamentos. Inegavelmente tem um grande senso de ritmo cromático.
Os vestidos curtos com mangas évasées são recortados em diferentes tecidos (seda, renda, cetim, brocado) recuperados das suas coleções anteriores e remontados com bom gosto. Micro casacos e saias de tweed são forrados de pêlo, assim como os blusões de penas, e decorados com franjas de pedraria, bordados florais, lantejoulas, guirlandas de cristais, enquanto que alfinetes cintilantes em forma de smileys se espalham por diversas peças.
Shuting Who também gosta de sobrepor peças, como soutiens e cuecas adornados com pedrarias, resultado de uma colaboração com a Triumph, que valoriza ao colocá-los sobre macacões gráficos e malhas que funcionam como uma segunda pele.
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