Fabricante de joias Pandora vai abrandar relançamento da marca na China

A Pandora, fabricante dinamarquesa de joias, vai abrandar o relançamento da sua marca na China, uma vez que a procura dos clientes ainda não recuperou os níveis anteriores à pandemia, informou na quarta-feira (3 de maio) o diretor executivo da empresa.

A Pandora vê a China como um potencial motor de crescimento futuro, mas o maior mercado de joalharia do mundo está a recuperar lentamente das rigorosas restrições impostas pela COVID-19, que foram abandonadas no final do ano passado.

"As pessoas com rendimentos médios na China são muito mais cuidadosas, pois estão a regressar ao mercado, em comparação com o que vimos na Europa e nos EUA", disse o diretor executivo Alexander Lacik à Reuters na quarta-feira.

"Se eu olhar para o volume de tráfego em comparação com os níveis pré-pandémicos, ainda temos um longo caminho a percorrer", disse depois que a Pandora aumentou o limite inferior da sua perspetiva de crescimento para o ano inteiro ao divulgar os resultados do primeiro trimestre ligeiramente acima das previsões dos analistas.

Embora a China represente apenas 3% das receitas da Pandora, a empresa espera fazer crescer o seu negócio através de um relançamento da marca no terceiro trimestre deste ano.

Inicialmente, a empresa planeou fazer uma campanha de marketing a nível nacional, mas durante a pandemia essa campanha foi reduzida a um lançamento simultâneo nas principais cidades. Agora, a Pandora pretende lançar numa cidade de cada vez.

"Dado que o volume de tráfego ainda está muito abaixo do que precisa ser para nós, provavelmente faremos um lançamento sequencial ", continuou Lacik.

As ações da Pandora foram negociadas em baixa de 2,5% às 0821 GMT.

O grupo espera agora gerar um crescimento orgânico das vendas entre -2% e 3% este ano, melhor do que a sua estimativa anterior de entre -3% e 3%. Os analistas preveem um crescimento das vendas de 2% este ano, de acordo com uma sondagem fornecida pela empresa.

"Não há sinais de qualquer abrandamento percetível nas vendas, apesar do aumento dos ventos contrários macroeconómicos", frisou por sua vez Janne Vincent Kjaer, analista do Jyske Bank, numa nota, considerando os resultados trimestrais um "sólido início de ano".