Farfetch com perdas adicionais, apesar de salto nas receitas no terceiro trimestre
O volume das vendas (gross merchandise value, ou GMV, em inglês) realizadas nas diferentes plataformas da Farfetch ([NR: a sua e as geridas em concessão pelas marcas] explodiu durante o terceiro trimestre, registando um salto de 62% em relação ao mesmo período do exercício anterior, atingindo um valor recorde de 798 milhões de dólares (675 milhões de euros).

Na Farfetch, a receita do trimestre encerrado a 30 de setembro de 2020 aumentou 71%, para 438 milhões de dólares (370,3 milhões de euros). Embora a plataforma tenha registado um prejuízo de 537 milhões de dólares (454 milhões de euros) - muito superior aos 90 milhões de dólares do exercício precedente -, o seu resultado ajustado antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) melhorou: este é "apenas" de 10 milhões de dólares (8,45 milhões de euros), contra 36 milhões de dólares há um ano.
As vendas na sua própria plataforma digital aumentaram de 420 milhões para 675 milhões de dólares (de 355 para 571 milhões de euros), e as da sua plataforma de marcas de 67,3 para 112,3 milhões de dólares (de 56,9 para 94,9 milhões de euros).
A empresa sublinha que o valor médio dos pedidos passou de -18% no segundo trimestre para -1% no seguinte (em comparação com o ano anterior), "devido ao aumento das vendas de artigos a preço total e preço elevado, apesar da passagem para categorias de preços mais baixos em toda a plataforma”.
A Farfetch felicita-se também “com as instalações da aplicação mobile, que aumentaram mais de 70%, o que prova que se trata de um canal cada vez mais apreciado pelos consumidores”.
A plataforma de e-commerce também firmou novas parcerias de concessão com Moncler, Dolce & Gabbana, Ralph Lauren e a marca de relojoaria Rado - o que a aproxima pela primeira vez do grupo Swatch.
Quanto às marcas do seu portefólio New Guards, a Farfetch nota que, durante o trimestre, a Off-White lançou a sua segunda coleção de artigos de decoração de interiores e um modelo de skeaners em colaboração com a Nike. E a Palm Angels "continuou a ganhar terreno, tornando-se uma das dez principais marcas na plataforma Farfetch, com base na quantidade de vendas".
Segundo José Neves, fundador e CEO da Farfetch, o setor assiste “à aceleração da tendência da compra online de produtos de luxo, segmento ainda muito sub-explorado”. O empresário acredita que a recém-anunciada parceria com a Alibaba e a Richemont permitirá à Farfetch "entrar na próxima geração do luxo, estimulando, ao mesmo tempo, durante vários anos, o crescimento das (suas) receitas e participação de mercado".
Como parte da parceria com a Alibaba e a Richemont, a Farfetch lançará as suas categorias de luxo no Tmall Luxury Pavilion e no Luxury Soho. A nova joint-venture chinesa irá explorar a plataforma Farfetch no país, e será 75% detida pela Farfetch, com os restantes 25% a serem controlados em partes iguais pela Alibaba e pela Richemont.
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